Porto vintage no Porto & Douro wine show 2012
O Porto & Douro wine show 2012 teve lugar no início do mês no Convento do Beato como vem sendo habitual. O momento mais alto do programa foi a prova de Portos vintage comentada pelos especialistas Bento Amaral (IVDP) e Fernando Melo (RV e DN). A prova, muito didática diga-se, beneficiou de vários vinhos, quase todos muito jovens, das colheitas de 2003 até 2010.
Na memória, ficaram o Vista Alegre Vintage de 2010, o Kopke Quinta de S. Luiz, também de 2010, e o Quinta de São José - talvez o melhor da prova - da colheita de 2009. Para o ano haverá mais!
domingo, dezembro 23, 2012
quarta-feira, dezembro 19, 2012
Prova
Vale da Mata (t) 2009
16
O reserva da mesma marca é já um grande tinto. Este colheita, mais barato, é talvez ainda melhor opção numa lógica de relação preço-qualidade. Ambos os vinhos são sérios, sisudos e duros até. Plenamente gastronómicos, sem concessões. O reserva tem a madeira (belíssima) por integrar. Este nem sequer padece disso. Seco, mas com muita expressão aromática, é um vinho a ter em conta sempre que nos apetece the real thing.
16
quarta-feira, dezembro 05, 2012
Do antigamente (ou nem tanto)
Cor muito escura ainda. Apenas ligeira nota de evolução na extemidade do vinho que tocava com a parede lateral do copo. De início o nariz deu fruta negra mais notas de terciários, algum couro, armário antigo. Depois arejou e impôs-se uma fruta encarnada muito bonita. Expulsou, quase por completo, as notas mais terciárias, e quedamo-nos com um tinto límpido de fruta, sedutor, cheio de matizes, e muito longo.
Está em grande, grande mesmo, momento de forma. Precisa de, pelo menos, meia hora de arejamento, de preferência em decante. Seja capaz de encontrar uma garrafa destas, deixe-o respirar, e deleite-se.
Está em grande, grande mesmo, momento de forma. Precisa de, pelo menos, meia hora de arejamento, de preferência em decante. Seja capaz de encontrar uma garrafa destas, deixe-o respirar, e deleite-se.
17,5
quarta-feira, novembro 28, 2012
Novidade
Poças Reserva (b) 2011
A matéria-prima do vinho parece interessante apesar de morna, mas o trabalho com a madeira desiquilibra o vinho. Nesta fase, temos notas florais demasiado presentes (quase irritantes) por um lado. Do outro lado, encontramos notas de vagem de baunilha e de afia lápis que ajudam à desilusão. Tudo somado, salva-se o fim de prova de boca que se sugere com algum prolongamento.
Massas vínicas com pouca acidez e excesso do uso de madeira tornam este vinho algo chato apesar do seu inegável volume.
15
terça-feira, novembro 27, 2012
Prova Especial
sábado, novembro 24, 2012
Novidade
Mirabilis Grande Reserva (b) 2011
17+
Topo de gama da Quinta Nova da Nossa Senhora do Carmo em matéria de brancos. Esta quinta do Cima Corgo no Douro tem uma enorme exposição a sul pelo que não dispõe de encepamento branco e, por isso, conta com fornecedores de uvas branca com vinhas em terras mais altas (Alijó e arredores). No ano de 2011 - inequivocamente bom para brancos (e tintos, já agora) - foi-se atrás de matéria-prima ainda melhor procurando criar um vinho branco mineral e complexo. Segundo o produtor, procurou-se criar um branco à imagem dos vinhos da Borgonha, o que revela ambição, apesar das evidentes diferenças entre as duas regiões.
Muito bom aroma, a sentir-se as notas de fumo da madeira, felizmente sem nenhuma vertente adocicada ou baunilhada. A fruta, muito delicada, chega depois, e depois ainda sugere-se um ligeiro floral e um bom ataque mineral. Fresco, acidez em alta (mas ainda longe da acidez natural da Borgonha, naturalmente), termina bem. A nosso ver, melhorará significativamente em garrafa nos próximos 2 a 4 anos.
Em suma, mais um bom e sério branco do Douro. Aliás, sendo o Douro uma terra tradicionalmente de tintos, na verdade existe já uma mão cheia de bons (seriamente bons) brancos durienses. E este é um deles.
17+
quarta-feira, novembro 14, 2012
do antigamente (ou nem tanto)
Quinta das Maria encruzado barricas (b) 2007
Já o tínhamos provado um bom punhado de vezes antes. Agora está num excelente momento de forma, pelo menos esta garrafa (apanhei algumas com rolha), apesar de ser difícil antecipar a sua longevidade. A madeira sente-se mas incomoda menos do que quando era novo, a fruta está mais fina, e a austeridade inicial mais domada, inclusivamente com um final de boca mais longo. Muito bem.
sábado, novembro 03, 2012
Prova
Depois do branco de 2010 (provado aqui) é tempo do tinto de 2009, agora que faz mais frio. Em ambos os vinhos, uma mesma matriz: vinhos secos e gastronómicos.
Este tinto encontra-se solto, ou seja não proporcionada uma prova pesada nem chata, antes pelo contrário. A fruta no nariz é bonita, não demasiado carregada, e a madeira também se funde bem no perfil aromático do vinho que exala notas de anis e outras mais químicas. A prova de boca é talvez ainda melhor, com garra, fruta fresca, tudo longe de perfis mais quentes e aborrecidos.
Um bom vinho do alto Alentejo, de pendor gastronómico e elegante, e com um preço interessante.
16,5
sexta-feira, outubro 19, 2012
Prova Especial
Abrimo-lo porque estava na sua hora. Neste caso a sua hora foi decorrência de nos termos apercebido, na última ronda mensal que fazimos às caixas Ferreirinha, que o vinho vertia ligeiramente para fora da garrafa deitada. Sacámo-la da caixa e quedou-se em pé 4 dias. Durante esse período, bastava aproximar o nariz da extremidade da rolha e, mesmo com a cápsula a tapar, sentia-se um aroma fino a vinho tinto. Depois cortámos, enfim, a cápsula e confirmámos que a rolha estava bastante mirrada e totalmente ensopada. Mas, apesar de tudo isto, saiu bem (e a bem) a rolha, e não foi sequer necessário um saca-a-rolha de pinças.
Quanto ao vinho: perfeito! Foi a enésima vez que provávamos este mesmo vinho (a última vez tinha sido no início do ano no Tavares com os amigos JBS e MPM) mas esta garrafa - logo esta que vertia - foi o melhor RE '80 que provámos até hoje, e talvez o melhor RE que já provámos. Magia no copo: elegância, fruta misturada com terciários, corpo gordo e leitoso e um final longo e saboroso. Bateu mesmo as nossas melhores provas do RE '86.
Uau!
Uau!
segunda-feira, outubro 08, 2012
Prova
Portal da Alameda Alvarinho (b) 2011
15
Nariz com uma versão pouco expressiva, mas a fazer lembrar a casta... pouco complexo, muito directo. Boca seca, frutado, final curto. A acidez é notória e a frescura do vinho vive disso mesmo. Não estando mal, anda longe dos Alvarinhos de primeira linha e carece de muita actualização.
Da mesma casa e do mesmo ano, o Loureiro está muito acima.
15
quinta-feira, setembro 27, 2012
De Itália
Ansonica Bucce (b) 2007
17
Por norma, os brancos italianos não são especialmente bons, e os brancos da Toscana (os melhores quase sempre de Chardonnay) não são excepção. Este de que ora falamos, todavia, merece uma atenção especial. Provém do sul da Toscana, mais propriamente da denominação de Meremma (a mesma deste de que falámos aqui) numa encosta a 400 metros vinificada pelo produtor Poggio Angentiera , e é produzido a partir de uma das muitas castas brancas italianas quase desconhecidas do grande público, neste caso a Ansonica (também denominada de Inzolia).
No copo revela-se de cor amarela carregada, com um nariz muito rico e complexo com notas de frutos secos, fruto de caroço, licor de mel, e algum verniz (lembra um Bairrada, mas com menos acidez). Poder-se-á pensar que está pesado, mas não é o caso. Na boca é saboroso, profundo e novamente rico, tudo com muito equilibro. Alguma evolução e ligeiríssima oxidação não lhe fazem qualquer mossa e, ao invés, acentuam o prolongamento no final de boca.
Falta-lhe apenas algum nervo e acidez (também é verdade que, em Portugal, estamos mal habituados no que respeita a nervo...), sendo, todavia, um vinho muito interessante, com identidade própria e que proporciona belas ligações gastronómicas.
No copo revela-se de cor amarela carregada, com um nariz muito rico e complexo com notas de frutos secos, fruto de caroço, licor de mel, e algum verniz (lembra um Bairrada, mas com menos acidez). Poder-se-á pensar que está pesado, mas não é o caso. Na boca é saboroso, profundo e novamente rico, tudo com muito equilibro. Alguma evolução e ligeiríssima oxidação não lhe fazem qualquer mossa e, ao invés, acentuam o prolongamento no final de boca.
Falta-lhe apenas algum nervo e acidez (também é verdade que, em Portugal, estamos mal habituados no que respeita a nervo...), sendo, todavia, um vinho muito interessante, com identidade própria e que proporciona belas ligações gastronómicas.
17
quinta-feira, setembro 13, 2012
Novidade
Mais um rosé de 2011, desta feita do Algarve. Já escrevemos noutro lugar que andamos muito bem surpreendido com os rosés algarvios. Generosos na fruta mas secos! Este mantém exactamente esse perfil. Muito bom nariz, elegante, com fruta muito bonita, e uma boca de espanto: fresca, vibrante e incrivelmente saborosa. «Sim senhor», que belo rosé, equilibrado e que dá muito prazer!
Do mesmo produtor (Quinta dos Vales, DOC de Lagoa) existe um outro rosé - 'Primeira Selecção' - de menor tiragem e igualmente bom, talvez até melhor (mas este 'selecta' é imbatível na relação preço-qualidade). Qualquer um dos dois - 'selecta' ou 'primeira selecção' - é de «comprar às caixas».
16,5
segunda-feira, setembro 10, 2012
Novidade
Já escrevemos que a Herdade do Rocim se afirma como um dos projectos recentes mais cativantes do Alentejo. Os vinhos são certeiros, enologicamente muito bem feitos, com equilíbrio, mas sem renegar às caracterísiticas mais típicas dos terroirs de Cuba e Vidigueira. O Branco Reserva, por exemplo, é hoje um vinho muito sério, assim como o tinto, e o Herdade do Rocim (provado aqui na versão de 2009) é uma grande relação preço-qualidade.
Este rosé, como seria de esperar, não desiludiu, mas também é verdade que não surpreendeu, pelo menos na prova de nariz. Nesse departamente, começa hesitante, intenso sim mas com a fruta pouco nítida, o que não se espera de um rosé. Esperava-se mais... Ao invés, a prova da boca é cativante e lança-nos um gancho de fruta encarnada e um corpo cheio (o que compensa, largamente, o nariz algo titubeante), tão cheio que temos de olhar melhor para o copo para termos a certeza que é um rosé e não um tinto.
A força da prova de boca é tal que, depois da prova, não resistimos em colocá-lo na mesa para fazer par a um bacalhau à Brás acabado de sair do lume... e não é que resultou bem!
A força da prova de boca é tal que, depois da prova, não resistimos em colocá-lo na mesa para fazer par a um bacalhau à Brás acabado de sair do lume... e não é que resultou bem!
15,5
terça-feira, setembro 04, 2012
Prova
Provou-se, recentemente, as duas versões deste projecto do Dão da colheita de 2006. Surpreendentemente, ou não, o branco revelou-se bastante melhor que o tinto. Este, demasiado maduro, pouca acidez e muito cansaço, não logrou deixar saudades (15,5).
O branco, bem pelo contrário! Nem a cor (brilante e clara) denunciava os 6 anos que já leva de vida. Complexo (no nariz) e potente (na boca) sim, mas com frescura e ainda com um belo final de boca. Muito bem (17)!
O branco, bem pelo contrário! Nem a cor (brilante e clara) denunciava os 6 anos que já leva de vida. Complexo (no nariz) e potente (na boca) sim, mas com frescura e ainda com um belo final de boca. Muito bem (17)!
segunda-feira, agosto 27, 2012
Do antigamente (ou nem tanto)
Quinta do Mouro (t) 1996
Não escondemos que tínhamos alguma curiosidade para perceber como estava este tinto. Marca actualmente consolidada, com bons tintos e alguns mesmo muito bons (destaque para o TN de 2003 e o tinto de 2004).
Este 1996, cuja rolha só saiu intacta graças a um saca-rolhas de lâminas, revelou a cor esperada para os 17 anos de vida, ou seja muito centrada numa tonalidade vermelha escura, longe de se mostrar opaco. Nariz algo maduro, quente e ligeiramente cansado, mas ainda a dar prazer. A boca esteve bem melhor, com taninos ainda por polir mas maduros e saborosos, tudo a revelar alguma garra. Se a prova de nariz estivesse ao nível da da boca tínhamos aqui um grande tinto.
Este 1996, cuja rolha só saiu intacta graças a um saca-rolhas de lâminas, revelou a cor esperada para os 17 anos de vida, ou seja muito centrada numa tonalidade vermelha escura, longe de se mostrar opaco. Nariz algo maduro, quente e ligeiramente cansado, mas ainda a dar prazer. A boca esteve bem melhor, com taninos ainda por polir mas maduros e saborosos, tudo a revelar alguma garra. Se a prova de nariz estivesse ao nível da da boca tínhamos aqui um grande tinto.
Em suma, portou-se bem este tinto alentejano, não de forma totalmente altiva, mas também não decepcionou.
sexta-feira, agosto 24, 2012
Surpresa
Grande surpresa esta! Um branco «fora da caixa» - 100% rabo de ovelha - proveniente de Borba. Um belíssimo trabalho do jovem enólogo André Herrera de Almeida com base numa vinha de sequeiro plantada há mais 30 anos em solos argilosos e de xistos.
Um vinho aromaticamente subtil, sem exageros, citrino e mineral. Cheio na prova de boca, com belíssimo final. Tudo a revelar enologia contida e respeitadora das massas vínicas. O que nos fica na memória é exactamente essa fórmula (tão pouco comum, mesmo em ditos topos de gama) de conseguir conciliar uma prova cheia e complexa com frescura e leveza. Tudo isto num branco alentejano, ou melhor, num bom branco alentejano.
16,5
Um vinho aromaticamente subtil, sem exageros, citrino e mineral. Cheio na prova de boca, com belíssimo final. Tudo a revelar enologia contida e respeitadora das massas vínicas. O que nos fica na memória é exactamente essa fórmula (tão pouco comum, mesmo em ditos topos de gama) de conseguir conciliar uma prova cheia e complexa com frescura e leveza. Tudo isto num branco alentejano, ou melhor, num bom branco alentejano.
16,5
quarta-feira, agosto 22, 2012
Novidade
Vale de Cavalos (t) 2009
16
Um tinto moderno este douro de perfil quente e muito frutado. Nariz exuberante, com muita fruta preta, violetas, chocolate preto, e algum fumo. A boca não desilude no perfil, macia, com taninos só possíveis no Douro Superior, saboroso mas de final curto. Um tinto desenhado para a conquista de novos consumidores e, a meu ver, um tinto que se dará muito bem noutros mercados como seja Estados Unidos e Inglaterra.
Em suma, um douro apelativo aos sentidos, com muita fruta e alguma barrica, e um preço muito competitivo. Uma fórmula de sucesso!
16
segunda-feira, agosto 20, 2012
Do antigamente
Bussacos '58, branco '68 e tinto '83
Ambos os '58, tinto e branco, são vinhos sublimes e não só tendo em consideração a idade. São vinhos com força ainda, sobretudo o tinto, que dão muito prazer, e não dispensam mesmo acompanhar uma refeição (depois da prova foram testados com um prato de bacalhau e outro de leitão), e pensar que cada um têm mais de cinco décadas de vida...
O branco '68 é diferente. Provou-se duas garrafas: a primeira confusa a precisar de muito arejamento, notas a mofo (não de TCA) e a pó qe prejudicavam a prova; a segunda garrafa melhor, com fruta muito evoluída e confitada no nariz mas felizmente com prova de boca correcta, saborosa e com vincada acidez.
Mais uma vez, o tinto de '83 revelou-se a um nível altíssimo, elegante, com fruta encarnada muito bonita mas sedutor e carnudo, mais a lembrar a um bordéus do que um borgonha. Um grande vinho com quase três décadas em qualquer lado do mundo!
Depois de um interregno, voltámos a provar algumas das nossas colheitas favoritas do nosso (favorito) Bussaco (ou Buçaco, mais modernamente). Tínhamos provado vários destes vinhos em 2009 (ver aqui) e outros ainda depois e agora, com muita alegria, voltámos ao ataque.
Ambos os '58, tinto e branco, são vinhos sublimes e não só tendo em consideração a idade. São vinhos com força ainda, sobretudo o tinto, que dão muito prazer, e não dispensam mesmo acompanhar uma refeição (depois da prova foram testados com um prato de bacalhau e outro de leitão), e pensar que cada um têm mais de cinco décadas de vida...
O branco '68 é diferente. Provou-se duas garrafas: a primeira confusa a precisar de muito arejamento, notas a mofo (não de TCA) e a pó qe prejudicavam a prova; a segunda garrafa melhor, com fruta muito evoluída e confitada no nariz mas felizmente com prova de boca correcta, saborosa e com vincada acidez.
Mais uma vez, o tinto de '83 revelou-se a um nível altíssimo, elegante, com fruta encarnada muito bonita mas sedutor e carnudo, mais a lembrar a um bordéus do que um borgonha. Um grande vinho com quase três décadas em qualquer lado do mundo!
quinta-feira, agosto 16, 2012
Novidade
Casa das Buganvílias (r) 2011
Um rosé feito da casta vinhão (também conhecida por sousão no Douro), como este da Casa das Buganvílias, não consegue deixar de se revelar diferente do estereótipo dos rosés nacionais. Desde logo na cor, quase tinta fruto do forte carácter tintureiro (corante) da casta; depois, pela prova de boca, cheia, marcada pela elevada acidez e ligeiro pico, bem como com notas de fruta preta e amarga. Já o nariz pode enganar à primeira... com notas violáceas vivas e frescas não se percebe, logo no imediato, tratar-se de um verde vinhão.
De resto, um rosé vinhão bem feito, diríamos até que superior ao habitual nos verdes tintos da região e, por isso, recomendável para quem nunca provou a casta e tem curiosidade. Também se afigura recomendável para aqueles que não dispensam acompanhar certos pratos com vinhão. Aliás, neste caso tratar-se de um rosé até pode permitir uma maior versatilidade, desde cabidelas a sardinhas assadas.
15
terça-feira, julho 31, 2012
Prova
Montes Claros Garrafeira (t) 2008
Topo de gama da Adega de Borba e um verdadeiro topo alentejano. Se são os vinhos mais acessíveis os mais badalados desta adega, não existem razões para que este belíssimo tinto não seja mais conhecido do grande público. A par da fruta generosa que se espera de um alentejano, tem notas elegantes de especiarias, tabaco e alcatrão, que aumentam muito a complexidade. Longe de ser uma 'bomba de cheios', é um vinho sério e que merece o qualificação de "garrafeira". Espere-se mais um par de anos e desfrute-se dele, de preferência à mesa!
17++
segunda-feira, julho 23, 2012
Prova
Terra d' Alter Reserva (b) 2010
Um branco alentejano que procura - e consegue - fugir ao estereótipo dos brancos da região. O facto de o projecto estar mais a norte (em Terras de Alter, como sugere a marca), próximo da Serra de S. Mamede ajuda, e encontramos neste branco um registo fresco, ligeiramente vegetal até, com finura e prolongamento de prova de boca. Muito afinado, seco e gastronómico, é uma boa aposta para este Verão.
16,5
16,5
terça-feira, julho 17, 2012
Do antigamente
Periquita Clássico (t) 1994
Em poucos vinhos o
desigantivo clássico faz tanto sentido quanto neste Periquita topo-de-gama. Tem
o perfil sério, seco e ligeiramente rústico, habituado à garrafa,
característico dos vinhos clássicos portugueses. Em jovem (lembramo-nos de o
provar faz vários anos na garrafeira Coisas do Arco do Vinho) era taninoso, com
a rusticidade à solta, e fruta negra.
Hoje, quinze anos depois, está um vinho absolutamente fantástico e ainda com pernas para andar (apesar de não haver razão para o continuar a guardar). Com uma cor encarnada escura, nariz com laivos de cereja e ligeiro verniz, óptima complexidade (quem diria ser apenas Castelão?), e explode com um final de boca absolutamente demolidor.
Seguramente um dos melhores vinhos tintos, não fortificados, da colheita de 1994 por nós provado.
Hoje, quinze anos depois, está um vinho absolutamente fantástico e ainda com pernas para andar (apesar de não haver razão para o continuar a guardar). Com uma cor encarnada escura, nariz com laivos de cereja e ligeiro verniz, óptima complexidade (quem diria ser apenas Castelão?), e explode com um final de boca absolutamente demolidor.
Seguramente um dos melhores vinhos tintos, não fortificados, da colheita de 1994 por nós provado.
sexta-feira, julho 13, 2012
Novidade
Vinhos BEYRA
Os mais atentos aos lançamentos de novidade vinícolas já conhecerão, porventura, este novo projecto de Rui Madeira (criador da VDS no Douro Superior). E isto porque aqui e ali (na imprensa escrita e nos blogs) já muito se escreveu – são vinhos de altitude, com óptima acidez e mineralidade, frescos e com um final de boca assinalável. É tudo verdade. Também é realçado que a presença de filões de quartzo no terroir da Vermilhosa é uma mais-valia, o que também é verdade, apesar de não ser exclusivo do concelho de Castelo Rodrigo (de repente, lembramo-nos de Macedo de Cavaleiros que também os tem, e disso se sente nos óptimos vinhos de Valle Pradinhos).
Os mais atentos aos lançamentos de novidade vinícolas já conhecerão, porventura, este novo projecto de Rui Madeira (criador da VDS no Douro Superior). E isto porque aqui e ali (na imprensa escrita e nos blogs) já muito se escreveu – são vinhos de altitude, com óptima acidez e mineralidade, frescos e com um final de boca assinalável. É tudo verdade. Também é realçado que a presença de filões de quartzo no terroir da Vermilhosa é uma mais-valia, o que também é verdade, apesar de não ser exclusivo do concelho de Castelo Rodrigo (de repente, lembramo-nos de Macedo de Cavaleiros que também os tem, e disso se sente nos óptimos vinhos de Valle Pradinhos).
Assim, quanto a nós, o que
queremos assinalar neste novo projecto, a par da mineralidade e frescura dos
vinhos, é a fantástica relação preço-qualidade dos mesmos. Por ora, são três os
vinhos, e por ora só brancos; o mais caro – o belíssimo Beyra (b) Superior 2011
– cifra-se em 9€. Mas o espanto é maior quando nos apercebemos que os dois
vinhos de entrada de gama – o Beyra (b) 2011 e o Beyra Quartz (b) 2011 (que,
dizem-me, vendem-se no Continente) – custam, respectivamente, 3€ e 5€ e são ambos muito interessantes. O Quartz, em particular, é de beber e chorar por
mais.
É caso para concluir que beber um branco mineral português deixou de ser um luxo. Com os vinhos deste projecto BEYRA, passou mesmo a ser acessível. Por isso, trata-se obviamente de uma das melhores novidades deste ano.
É caso para concluir que beber um branco mineral português deixou de ser um luxo. Com os vinhos deste projecto BEYRA, passou mesmo a ser acessível. Por isso, trata-se obviamente de uma das melhores novidades deste ano.
terça-feira, julho 10, 2012
Prova
Quinta
dos Vales Grace viognier (b) 2011
Um dos melhores brancos do Algarve
que já provámos, e logo de uma casta que, a nosso ver, teima em não produzir
brancos de primeira linha em Portugal (apesar de cada vez mais
plantada por cá...). Ao invés do perfil nacional – vinhos quase sempre volumosos e
untuosos, muitas vezes sem qualquer graça ou frescura – este viognier de
Estômbar revela-se citrino na prova de nariz, combinando um ligeiro floral com referências
a relva cortada (a lembrar um pouco Sauvignon). A prova de boca é muito
agradável, fresca e com o volume certo (i.e., nem muito nem pouco), e um final
assinalável.
A colheita de 2011 ajudou,
como é sabido, a produzir bons brancos. Mas, em qualquer caso, é um esforço
assinalável produzir um branco tão equilibrado no terroir quente da DOC de Lagoa, e nem se notam os seus 14,5% de alc.
Tal revela aprumo na vinha (escolher o melhor momento para vindimar) e na adega
(na qual se optou – e bem, tendo em conta o resultado final – por não passar o vinho por madeira). E confirma
também que preconceitos em relação a regiões e tipos de vinho são muitas das
vezes contrariados quando os provamos. Quem diria, afinal, que escontraríamos um
dos melhores viogniers do país no Algarve?
16,5-17
16,5-17
sexta-feira, junho 29, 2012
Prova
Mais uma edição deste óptimo rosé, um dos mais entusiasmantes produzidos em Portugal, imbatível se bebido a solo e, ainda, dá uma grande prestação à mesa combinado com comida exótica e apimentada. Na cor está menos intenso do que nas edições anteriores e a prova de boca também parece mais delgada: nada de negativo num vinho de Verão, claro está. O nariz continua exuberante, tão exuberante que mesmo servido em flutes (!) - como o temos visto por aí para aumentar o efeito cénico - continuará a dar uma boa prova de si...
16
terça-feira, junho 26, 2012
Novidade
António Saramago Reserva (t) 2009
Um dos melhores vinhos que já provámos de António Saramago é o 'AS 50', um tinto exclusivo maioritariamente feito com Castelão que tivemos a feliz oportunidade provar no almoço de comemoração dos 50 anos do referido enólogo/produtor.
Também de Castelão, mas menos exclusivo (e mais barato) é este António Saramago Reserva da colheita de 2009. Muito jovem ainda, intenso no nariz a frutas negras, revela uma boca com muita estrutura tânica, gulosa mas também aguerrida a pedir acompanhamento sério e capaz. Nesta gama de preço (pouco mais de 10 EUR) é difícil encontrar melhor, sobretudo para quem quiser - como convém e se recomenda - guardar umas garrafas para outras provas daqui a uns anos.
Uma última palavra para referir que, não sendo, naturalmente, o único produtor e enólogo que trabalha com mestria a casta Castelão, a verdade é que António Saramago é dos que melhor conhece a casta, pelo menos no que respeita à região de Azeitão e Palmela. Para além disso, tem a imensa experiência que a bonita idade de 50 anos como enólogo proporciona. E ao beber-se este tinto, percebe-se tudo isso...
16,5++
Uma última palavra para referir que, não sendo, naturalmente, o único produtor e enólogo que trabalha com mestria a casta Castelão, a verdade é que António Saramago é dos que melhor conhece a casta, pelo menos no que respeita à região de Azeitão e Palmela. Para além disso, tem a imensa experiência que a bonita idade de 50 anos como enólogo proporciona. E ao beber-se este tinto, percebe-se tudo isso...
16,5++
segunda-feira, junho 11, 2012
De Espanha
Micro-cuvée de Penedès do produtor Perés Baltà produzido a partir de castas francesas, neste caso Cabernet Franc e Merlot (nada que surpreenda). Está, todavia, menos concentrado que a maioria dos topos de gama da região, menos pastoso e menos alcoólico (talvez devido ao facto de serem duas enólogas as responsáveis por este vinho). A madeira sente-se mas não se impõe (o que também surpreende para o estilo que marcou a região nos últimos anos), e a fruta está muito bonita, bem madura mas, novamente, sem excessos.
Um vinho de fino recorte (apesar do ano quente) e muito bem desenhado, que destoa - felizmente - do perfil da região.
Um vinho de fino recorte (apesar do ano quente) e muito bem desenhado, que destoa - felizmente - do perfil da região.
16,5++
terça-feira, maio 29, 2012
Prova
Um Vinha Formal de Luis Pato a muito bom nível e a dizer-nos que vai melhorar em garrafa nos próximos anos. Muito bem na estrutura, nem muito leve nem muito untuoso. Preciso e focado na mineralidade. Final de boca completo, amplo e saboroso. Tudo a apontar para uma das melhores edições deste branco da Barirrada.
17,5
terça-feira, maio 22, 2012
Prova
Periquita (b) 2011
15
Fresco e leve, como tem de ser. Revela mestria por não cansar na prova de nariz. Mas não chega a ser um verdadeiro agrado, com o leve pico e a fruta exuberante a teimarem em marcar a prova de boca. Sendo uma opção para a esplanada no Verão (bom preço e certamente disponível na restauração), estavamos à espera de um pouco mais.
15
quarta-feira, maio 16, 2012
Prova
Contacto (b) 2010
17+
Num
ano que não foi fácil para os brancos, Anselmo Mendes coloca mais um belíssimo
Alvarinho no mercado. Por cerca de 10 EUR, encontramos um branco fresco mas no qual a prova é conduzida por uma sensação de maior imponência do que
estaríamos inicialmente à espera. Isso decorre do contacto pelicular com o mosto
(daí o nome do vinho), que, na medida certa (e com a casta adequada, o que parece ser o caso), comporta
espessura ao vinho sem que o mesmo deixe de se revelar fresco (a
acidez do vinho ajuda muito neste caso). Para tal, o produtor seleccionou propositadamente alguns dos vários terroirs com Alvarinho à sua disposição,
garantindo assim o equilíbrio entre frescura e complexidade que é a grande mensagem
deste vinho. Como acontece com grande parte dos Alvarinhos, poderá melhorar em garrafa nos próximos 3 a 5 anos.
sexta-feira, maio 04, 2012
Do antigamente
Reserva Ferreirinha (t) 1989
Maior que o de 1994, menor do que o de 1986, este Reserva (Especial) está a um nível muito alto e não dá, por ora, notas de grande cansaço. Nariz típico da casa, com especiados e licorados muito bonitos, boca final e elegante (menos tânica que outros anos, como de 1994), e final muito próximo da perfeição, nada seco, antes saboroso e ligeiramente lácteo. Melhor do que este só o 1986 e o 1977.
segunda-feira, abril 23, 2012
Prova
Marca antiga, novo lote. Actualmente produzido a partir de 2 castas apelativas e na «moda» - Verdelho e a Alvarinho -, está muito bem no estilo seco, ligeiro, versátil, e gastronómico. Nariz de pendor vegetal, mas sem excessos. Bebe-se muito bem, pretende e aparenta ter um toque mineral e, aqui e ali, até parece que o consegue. Muito bem para o preço. Poderá evoluir favoravelmente nos próximos 2 a 3 anos.
16+
terça-feira, abril 17, 2012
Do antigamente (ou nem tanto)
Tratava-se, na época, se bem nos lembramos, do topo de gama da Casa de Santar, vinho feito com todos os cuidados, a partir de lotes seleccionados e com barricas de qualidade. Está muito fino no nariz, com evolução marcada (até na cor), notas a couro, ligeiro animal. Com arejamento surge alguma fruta, bonita, mais encarnada do que negra, boca subtil, aveludada e um final típico do Dão, ou seja saboroso, fino e prolongado. Está muito bem nesta fase, calmo e elegante, mas não deverá durar muito mais do que (mais) meia década.
16,5
16,5
sexta-feira, abril 13, 2012
Do antigamente (ou nem tanto)
Meandro (t) 2001
17
De um bom ano, de um terroir conceituado, de uma região que é um portento nacional, este tinto não podia ser outra coisa que não um belíssimo vinho. Segunda escolha da Quinta do Vale Meão, é a prova que andamos a beber estes tintos cedo demais. Está - pasme-se - ainda muito jovem, e melhorá nos próximos anos. Grande aroma, fruta madura e alguma esteva. Boca intensa, completa e inteira, cheia e com muita força. Final com garra, quase agressivo, faltando, por ora, alguma elegância e patine. Se pensarmos que custava cerca de 12 €, temos aqui uma das melhores relações qualidade-preço que conhecemos. Mas claro, esta era a versão do Meandro em 2001; hoje em dia está um pouco diferente.
17
terça-feira, abril 10, 2012
Prova
Versão muito aromática de Verdelho, com lima, relva cortada, e maracujá. Boca saborosa, mediana na persistência. Um branco para se beber novo, mas que aguentará 2 anos em garrafa. Alegre, festivo, exuberante (por vezes em demasia), termina com garra graças a uma acidez pungente (quase no limite). Bom preço. Bom vinho de Verão.
15,5
domingo, abril 08, 2012
Prova
Esta gama premium da Herdade do Rocim não tem parado de melhorar e, nesta edição de 2009, está melhor do que nunca. Surpreendemente fresco, sem concentração desmedida nem fruta em demasia. Mais do que a Syrah, sugere-se que são a Alicante Bouchet e a Trincadeira que estão aos comandos deste lote alentejano. De resto, o habitual da casa de Catarina Vieira: um vinho muito aprumado, bem construído, sem falhas e com um final elegante. A grande nível!
17
terça-feira, abril 03, 2012
Prova
Valle Pradinhos (b) 2010
17
Já andou por caminhos mais festivos e florais este branco transmontano... encontrando-se, agora, mais austero e isso agrada-nos. Efectivamente, nesta versão de 2010, apresenta-se muito sólido, de fino recorte e, no que respeita à componente aromática, com um pendor mais mineral do que mostrou na colheita anterior. Na prova de boca mantém-se longo, saboroso, com acidez cativante e um óptimo final. Faz muito tempo que é verdadeiro sucesso de vendas e faz muito tempo que é um dos mais interessantes brancos nacionais. A colheita 2010 está mesmo um pouco melhor do que a de 2009.
17
terça-feira, março 27, 2012
Do Chile
Os tintos chilenos de influência francesa - como é o caso - são quase sempre vinhos que optam por um estilo claramente europeu, à margem do que habitualmente se faz na América Latina. São vinhos frescos, de taninos jovens e duros e, muitas das vezes, com elementos «verdes» do Cabernet Sauvignon. Este não foge a essa regra. Bonito nariz, fruta encarnada profunda, prova de boca muito jovem mas com excesso de notas apimentadas e de pimento verde. Mais do que defeito é, sobretudo, feitio.
16,5
segunda-feira, março 19, 2012
Prova
Baton (t) 2008
16
Boa fruta, muito madura, compota e alguma geleia, debaixo de um manto de notas da barrica. Perfil quente, próximo do registo típico do Rio Torto (Douro), está, todavia, muito marcado pela madeira. Nota-se os cuidados com o vinho, e nota-se também a qualidade das massas vínicas. Mas se no nariz a fruta exuberante compensa, já na boca ficamos com a ideia que o conjunto acabou por ficar pouco equilibrado. A corrigir o excesso da barrica.
quinta-feira, março 08, 2012
Prova
Com este vinho (e mais dois, um colheita e um Porto 10 anos), o Esporão chega ao Douro. E boa hora o faz, pois projectos com dimensão e sucesso (difícil binómio no nosso país) é coisa que nunca é demais, seja onde for. Este Reserva beneficiou de muitos carinhos e, apesar de ser uma estreia, o vinho apresenta-se a um grande nível. A fruta está muito madura, sensual, viciosa até, num nariz ao qual falta apenas refinamento (que o tempo poderá proporcionar). A prova de boca - com taninos secos, e muita potência - diz-nos o mesmo, ou seja, que o melhor está para vir e que este tinto estará em forma daqui a 3 ou 4 anos.
Mais um belo tinto do Douro, e mais um para o qual não devemos ter pressa.
Mais um belo tinto do Douro, e mais um para o qual não devemos ter pressa.
17++
segunda-feira, março 05, 2012
Prova
Está em grande momento de forma este portentoso vinho do Dão. Apesar da aparência de muita extracção, apesar da cor e da intensidade, o vinho mostra-se cordato e galante. Com apenas 13,5% sugere-se (felizmente) pouco representativo da colheita e revela um lado fresco muito positivo. De resto, a marca inconfundível de uma Touriga Nacional menos evidente do que é comum é a patente de estamos perante um vinho sério, quase clássico. Falta-lhe apenas mais alguma expressão frutada na prova de boca, e é bem capaz da evolução caminhar nesse preciso sentido.
17,5
quinta-feira, março 01, 2012
Do antigamente
Dois dignos representantes da categoria de Porto 20 anos num
«frente a frente». Ambos engarrafados na viragem para a década de ’90 do século
passado (o Ferreira em 1991 e o Barros em 1989). Ambos já sem a frescura
e o refrescamento que um engarrafamento recente lhes poderia dar, mas com
muitos anos em garrafa, ou seja com muito vidro. A intensidade de ambos é fantástica:
super generosos na prova de nariz e de boca, sempre com ligeira vantagem
para o Duque de Bragança, mais complexo no nariz, mais cheio e saboroso na boca;
enfim melhor lote! Dois belos vinhos.
terça-feira, fevereiro 28, 2012
Prova
Quinta do Alqueve Touriga Nacional (t) 2001
A cor denota a evolução natural para os dez anos que leva. Nariz com fruta parcial e alguns aromas terciários já em evidência com predomínio para notas terrosas e outras a couro. Nada que nos perturbe a prova. Alguma frescura também, o que nos agrada. Boca acetinada, com garra, faltando apenas maior intensidade e um final mais longo.
Com uma ou outra excepção, temos gostado muito dos vários vinhos Touriga Nacional deste produtor do Tejo. Este, apesar da evolução, não foge a essa regra, ainda que os vinhos mais recentes levem algum avanço (decorrente, porventura, da própria idade da vinha).
16,5
sábado, fevereiro 25, 2012
Do antigamente (ou nem tanto)
Quinta dos Cozinheiros Poeirinho (t) 1998
Continua em forma este tinto. Fresco, leve, fino de boca e elegante, mas nem por isso menos complexo ou assertivo. Um bom exemplar da casta Baga num dos terroirs portugueses de maior influência atlântica. Um vinho a que podemos regressar sempre, o que só por si já é uma homenagem ao seu criador.
segunda-feira, fevereiro 20, 2012
Curiosidade
A imagem do vinho produzido a partir de uma só casta é tão importante nos países denominados de «Novo Mundo» que, no Chile por exemplo, até aqueles vendidos em pacote nos supermercados contêm a indicação da casta.
terça-feira, fevereiro 14, 2012
Do antigamente (ou nem tanto)
Um verdadeiro clássico português
(um daqueles que mais se pode orgulhar de ser clássico nos vários significados da palavra), e um vinho sobre o
qual não se compreende bem o afastamento do público. Se está bom? Claro que está!
Pleno de vida, frescura e suavidade. Quer-se mais? Talvez, hoje procura-se o resto, mas esse resto muitas vezes é apenas componente pirotécnica. Este é daqueles tintos que não foge ao estilo directo, seco e gastronómico que
tanto prezamos. Não é um vinhão. É vinho.
segunda-feira, fevereiro 06, 2012
Vinhos do Vallado
No final do século passado, o início da nova vida da Quinta do Vallado aos comandos de Francisco Ferreira e João Alvares Ribeiro (6.ª geração da família Ferreira) era muito promissor. Os primeiros vinhos tintos do Vallado, em meados da década de
’90, prometiam alterar o paradigma do Douro acompanhando, e liderando mesmo, uma
«nova vaga» de vinhos durienses que se pretendiam mais modernos. E assim veio a acontecer, sempre com a enologia de Francisco Olazabal.
Um pouco mais tarde, já com a entrada do novo milénio, tintos como os reserva de 1999 e de 2000 colocariam o nome da Quinta do Vallado no top dos produtores daquela região que mais emergia em Portugal. Prova disso é que o tinto Quinta do Vallado Reserva tinha-se tornado uma referência incontornável ao lado de vinhos como Pintas ou Qta. do Vale Meão.
Um pouco mais tarde, já com a entrada do novo milénio, tintos como os reserva de 1999 e de 2000 colocariam o nome da Quinta do Vallado no top dos produtores daquela região que mais emergia em Portugal. Prova disso é que o tinto Quinta do Vallado Reserva tinha-se tornado uma referência incontornável ao lado de vinhos como Pintas ou Qta. do Vale Meão.
Depois, foi a vez da plataforma Douroboys tomar lugar, impulsionando a marca Vallado
a atravessar fronteiras e descobrir novos públicos. Uma vez agregada com outras magníficas referências durienses, o Quinta do Vallado
viu, porém, alguma da sua preponderância perder-se. Veja-se, que nas quentes colheitas de 2003 e 2005, e apesar dos bons vinhos que foi capaz de colocar no mercado, tratavam-se de néctares que, em comparação com os topos do Vale D. Maria ou da Qta. do Crasto , apareciam como sendo mais rústicos e menos sofisticados. Nada que tenha feito «mossa», antes consagrando uma distinção.
Finalmente, com a alteração do lote do reserva para a colheita de 2007, e com
o crescente sucesso da monocasta Touriga Nacional, um novo ciclo se iniciou. Desde
de então, muitos foram os prémios e distinções - sobretudo no estrangeiro -, inclusivamente
para o projecto de turismo. Veio uma nova adega e sala de barricas, e os tintos do Vallado não têm
parado de impressionar, inclusivamente o Porto vintage '09 recentemente lançado e que
revela uma qualidade (para muitos) inesperada.
Mas, de nós para nós, a grande revolução do Vallado é uma outra, silenciosa e menos evidente, enfim discreta como Francisco Ferreira o é: são os
seus brancos, cada vez mais frescos e mais minerais. Onde
antes brilhava quase exclusivamente o moscatel galego, na sua natural vertente
festiva, agora os trunfos surgem na pele do branco colheita (a preço sem igual) e do branco
reserva. Este último, em especial nas últimas duas colheitas, é um vinho muito sério, um belíssimo branco.
Em pouco mais de década e meia, a Quinta do Vallado passou a possuir um invejável e versátil portefólio de vinhos (de branco ao vintages), é um dos maiores sucessos lusos em mercados difíceis como a China ou a Áustralia, e os seus vinhos (que o digam os monocastas) estão quase sempre esgotados, o que se deve em muito às pontuações excelentes que têm recebido um pouco por todas as mais relevantes revistas de vinhos com perfil internacional. Por tudo isso, e sobretudo pelos vinhos, parabéns.
terça-feira, janeiro 31, 2012
Do antigamente
Um dos primeiros
vinhos do produtor Mário Sérgio Nuno (talvez mesmo o seu primeiro tinto com
rótulo) e logo num ano muito positivo para a Bairrada. Vivo de cor encarnada garrafa
no copo, revela aroma típico da baga, num bouquet suave de frutas vermelhas e
um toque citrino da evolução. Boa prova de boca, potente e saborosa que,
todavia, poderia ter mostrado um pouco mais de complexidade. Final curto.
Nenhuma razão
existe para não provar este tinto de estreia de um produtor cada vez mais -
merecidamente - em destaque (dos brancos aos tintos passando pelos espumantes),
a não ser, talvez, o facto de não se encontrar à venda.
segunda-feira, janeiro 23, 2012
Provas
Mantém-se a um bom nível este Quinta do Cerrado. Menos expressivo que outros Encruzados, mas não menos mineral, é fresco, não tem excesso de peso, e acarreta um bom final de boca. Não apresenta malabarismos nem disfarces, sendo directo e franco. Encontra-se facilmente à venda em superfícies como o ECI, a preço simpático o que é outra vantagem. Poderá ser guardado por mais 2 ou 3 anos.
16,5
quarta-feira, janeiro 18, 2012
Provas
Burmester Touriga Nacional (t) 2009
Cativante este Touriga Nacional da Burmester, que poderíamos apelidar de um vinho de equilíbrio... equilíbrio entre generosidade na fruta e frescura activa, entre alguma extracção e um corpo delgado. Por outro lado, também, a Touriga não surge neste tinto de forma impositiva nem carregada, preferindo-se um registo mais subtil e leve. Por isso, revela-se particularmente apto a combinações gastronómicas, mesmo se consumido em novo.
Cativante este Touriga Nacional da Burmester, que poderíamos apelidar de um vinho de equilíbrio... equilíbrio entre generosidade na fruta e frescura activa, entre alguma extracção e um corpo delgado. Por outro lado, também, a Touriga não surge neste tinto de forma impositiva nem carregada, preferindo-se um registo mais subtil e leve. Por isso, revela-se particularmente apto a combinações gastronómicas, mesmo se consumido em novo.
Tratar-se de um lote de TN de diferentes terroirs, parte do Cima Corgo, parte do Douro Superior, pode explicar o acerto. A contensão enológica (aparentemente miníma ou minimal) pode explicar o resto, e nós agradecemos.
17,5
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