Regressados da região de Mendoza (Argentina), e dos vales semi-desérticos que a compõem, plantados massivamente de Malbec, é tempo para tentar voltar a colocar em ordem as provas periódicas de novos lançamentos.
Com este Negreiros da safra de 2007, temos mais um tinto moderno de terras nortenhas. Intenso, ainda que algo linear, na prova de nariz, revela fruta negra - como é típico do Douro Superior de onde provém - mas latente, como que pronta a explodir assim a tosta da madeira o permita com o estágio em garrafa.
A prova de boca, por seu turno, está redonda, centrada com eficácia essencialmente no binómio fruta e cacau, com mediana acidez e taninos domados e saborosos. "Madeira à vista" (quase apostamos em carvalho francês), falta, todavia, maior complexidade na boca e um final de prova mais prolongado e vincado.
Está tudo a dizer-nos que temos aqui um bom tinto para consumo generalizado, um vinho prazenteiro para várias ocasiões, mas também com algum comportamento sério que lhe confere versatilidade à mesa. Com enologia de João Brito e Cunha, à venda por menos de €10, o que, não sendo barato, não escandalizará ninguém face à qualidade apresentada.
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