segunda-feira, dezembro 29, 2008
quinta-feira, dezembro 25, 2008
+
- Ferreirinha Reserva Especial (T) 1997
- Brunheda Vinhas Velhas (T) 2001
- Dado (T) 2000
- Gouvyas (T) 2000
domingo, dezembro 21, 2008
Ossian (B) 2006
Não queriamos que chegasse o nosso texto de Natal sem antes referir mais um vinho que não esqueceremos tão cedo. De novo espanhol (raios!), mas desta feita branco. Acresce que, pelo menos ao nível de complexidade e de prova de boca, esta foi a melhor surpresa que provámos este ano em termos de vinhos brancos. O que, a nosso ver, não é obra simples, dados os vários bons brancos nacionais de 2007 e, claro, os muitos brancos provenientes do resto do mundo por nós provados.
Trata-se do Ossian (B) 2006, fruto de uma vinha prefiloxérica, ou seja com bastante mais que cem anos (segundo o produtor com mais de 150 anos) localizada próximo de Segóvia (Rueda) e que estagia quase um ano em carvalho. Falta ainda esclarecer que é uma vinha de uma casta só, nem mais nem menos que a fantástica verdelho e que o vinho é produzido segundo os princípios da agricultura biológica (ou seja, sem nenhum tipo de produtos químicos) e fermentado con leveduras autóctonas. Pois bem, temos então um 100% verdelho e logo de vinhas velhas, e que verdelho… Amarelo carregado no copo, revela-se imediatamente compacto. No nariz, lança de início um aroma áspero, duro, vegetal seco, tudo a dizer que é um branco de força, de complexidade e de arrebatamento. Depois surge ligeira tosta, fruta cozida e fruta tropical, ligeiro floral e madeira de móvel antigo. Mineralidade muito boa (quem acha que o galego "As Sortes" é mineral tem de provar este), boca cheia e untuosa, corpo amplo, extremamente estruturado, é como se fosse "um tinto de uva branca". Final prolongadíssimo, novamente duro e seco, uma austeridade que se aplaude e que tantas vezes faz falta aos brancos que se querem com longevidade. Onde não ganha em subtileza e elegância, ganha em força, complexidade e amplitude. Um branco de despertar paixões!
O melhor de tudo é que se vende por cá. Custa entre € 30 a € 35, e compra-se nas Coisas do Arco do Vinho (Lisboa) ou na Tio Pepe (Porto). Aproveitando o espírito consumista cada vez mais presente no Natal, é caso para dizer "toca a comprar"!
17,5
quarta-feira, dezembro 17, 2008
Produzido só em anos excepcionais, este Aalto PS é o topo de gama da marca Aalto com vinhedos na Ribera del Duero (PS significa "pagos seleccionados"). Naturalmente, é um vinho ainda muito jovem (em comparação com o Amon-Ra, o australiano parece estar mais pronto a beber) que terá de esperar tempo em garrafa. Completamente negro no copo, começa por revelar-se tímido no nariz. Está muito sério, como convém num tinto deste tipo, todo ele potente e intenso. Ainda no nariz, o carvalho pouco se sente apesar dos mais de 15 meses em barricas novas, sendo ao invés marcado por fruta preta, ligeiramente confitada, cacau e uma nota balsâmica agradável e fresca (um after-eight que não se sente em anteriores edições do vinho). Na boca apresenta-se com um estilo moderno, muito concentrado, e portanto longe do estilo clássico que marcou os vinhos espanhóis nas décadas passadas. Durante toda a prova mostra-se amplo e com taninos que secam a boca mas não agridem, acidez domada (mas ela existe), enfim tudo a garantir longevidade. Final de boca longo, mas a este respeito acreditamos que vai crescer.
Com um preço superior a € 75, é uma prova inequívoca como taninos e acidez não significam um vinho menos atraente. Este Aalto PS (T) 2005 conjuga num só, atracção, potência e intensidade, de uma forma como poucos outros vinhos provados este ano o fizeram. Muito bom mesmo. Não vamos esquecer!
18
quinta-feira, dezembro 11, 2008
terça-feira, dezembro 09, 2008
sexta-feira, dezembro 05, 2008
quarta-feira, dezembro 03, 2008
"Retaste" 2: Projectos/Vértice/Cossart
Vértice Grande Reserva (T) 2003: Depois provou-se um dos tintos que mais fama agraciou no passado recente junto dos enófilos, em especial por ser uma boa compra dado a óptima relação preço/qualidade. Mantém-se escuro no copo, mas o nariz, excessivamente centrado na compota e na geleia de frutos pretos, perdeu muita intensidade e expressão aromática. A boca também está uns furos abaixo do que em anteriores provas (aqui), parece ter perdido complexidade e tornou-se demasiado rústico e algo difuso nas referências a fruta. Diríamos que a beber nos próximos tempos, talvez mais um ou dois anos. 16
Cossart Bual (M) 1995: Por fim o madeira. Muito jovem para ser um madeira de classe, está contudo vincado nas referências a flor de laranjeiro e revela-se (como se esperava) quase perfeito na acidez. Falta viscosidade e falta um final interminável, mas é uma boa compra em todo o caso. Pode bebê-lo durante muitos mais anos. 15,5 ++
terça-feira, novembro 25, 2008
segunda-feira, novembro 17, 2008
sexta-feira, novembro 14, 2008
quarta-feira, novembro 12, 2008
Por esta é que ninguém esperava! Não é uma novidade mundial, mas a nível nacional julgamos ser o primeiro caso de um rosé 100% com estágio em madeira. E logo oriundo de Algoz, (onde fica?) em pleno Algarve, outra peculiaridade num Portugal vinícola que há muito esqueceu a região mais solarenga do país… O que já não é novidade é que o projecto Barranco Longo, fruto da persistência de Rui Virgínia em "lutar contra a maré", apresenta tintos e brancos de perfil internacional, e tem no seu portefólio um rosé (que não este de que vamos falar de seguida) que tem sido um best-seller nos últimos verões.
Numa apresentação recatada, em plena noite de São Martinho e com um menu muito apropriado, provou-se então a novidade, resultado de uma colaboração entre o Vila Monte Resort e a Quinta do Barranco Longo. Desde logo, muito curioso o facto da passagem por madeira fazer com que este rosé revele uma vertente multifacetada, que tanto acompanhou com vigor as castanhas a solo no início como, já na sobremesa, mediu forças com bravura com um pudim das mesmas. O facto de ser lançado agora, em pleno Outono, denota a preocupação de colocar este produto num segmento não coincidente com a imagem de rosés frescos próprios e típicos da estação estival.
Na prova, mostrou ao olhar uma cor salmão carregada sem laivos acastanhados. O nariz apresentou-se com as típicas notas a morangos silvestres provenientes da casta Aragonês, mas apenas em segundo plano (já agora, a par do Aragonês, entra no lote Touriga Nacional). De facto, em evidência estão antes sensações a folha queimada e caruma, enfim sensações que aumentam a complexidade aromática do vinho. Tudo ainda com muita especiaria, mas sem excessos. Na boca, mostrou uma opulência única considerando que se trata de um rosé. Tudo arredondado e de cariz glicérico; enfim um rosé diferente: gordo mas não enjoativo. Só o final de boca que podia ser mais seco, mas isso seria pedir "o céu e a terra" tudo junto.
O álcool não ajuda ao consumidor, com os 14.º (vol.) que o produtor entende serem inevitáveis dada a singularidade do vinho (somos tentados a concordar, mas menos um grau era melhor, mesmo com o risco de perder algum toque glicérico). Por isso, não se esqueça de o servir um pouco menos fresco do que os rosés típicos de Verão, e não tenha receio de o acompanhar com pratos relativamente elaborados. Por fim, desconhecemos o preço mas recomendamos muito a compra e não só pela novidade. É que gostámos muito dele!
sexta-feira, novembro 07, 2008
Encontrámos, e a menos de €20! É este Mensagem Aragonês (T) 2005.
17-17,5
terça-feira, novembro 04, 2008
O mais curioso, é esta a razão do presente texto, é que ambos os vinhos nos pareciam ter passado por madeira. O galego claramente com notas amanteigadas que não podiam dever-se apenas ao batonnage. O minhoto, apesar de menos evidente, também parecia indicar isso mesmo, sobretudo no nariz, levemente fechado num ligeiro aroma eventualmente típico do uso do carvalho. Repetimos o que já dissemos, "como nós por aqui não bebemos rótulos", escrevemos no blog isso mesmo, ou seja que o nariz parecia denotar a passagem, ainda que ligeira, por madeira.
Mais curioso é que (e já tínhamos esquecido o assunto) durante os 3 dias do EVS, foram várias as pessoas, algumas que nunca viramos antes, que nos relataram que tiveram exactamente a mesma sensação com aquele alvarinho daquela colheita. Mais ainda, outros, tanto na área da distribuição como na da crítica, confirmaram a suspeita de que o vinho tem, pelo menos, 20% de madeira. Ao invés, o produtor, que também estava no EVS, nega.
Se o vinho tem, efectivamente, 20% de madeira, então ficamos contentes pela nossa intuição. Se não tem, ficamos contentes por sabermos agora que não fomos os únicos a duvidar. Mas mais importante do que saber quem tem razão, é observar que, afinal de contas, não era assim tão certo que tal alvarinho não tivesse madeira e que, por isso, as dúvidas eram legítimas. Na prova de vinhos, aliás, quase todas as dúvidas são legítimas, e mesmo a análise a uma ficha técnica enviada pelo produtor não deve turvar a opinião (que se quer) crítica. A nosso ver, claro está.
NOG
sexta-feira, outubro 31, 2008
domingo, outubro 26, 2008
quarta-feira, outubro 22, 2008
15
sábado, outubro 18, 2008
terça-feira, outubro 14, 2008
Feiras dos vinhos nos hipermercados
Todos os anos a mesma situação ocorre, não importa em qual Feira dos Vinhos pois já aconteceu em todas. Desta feita, é no ECI (pelo menos no da Beloura) que se anuncia um vinho - no caso, o Valle Pradinhos (B) 2007 -, e a um preço interessante, mas nada de o encontrar nas estantes da feira. Lembramo-nos bem de várias feiras passadas em que após ter encontrado no folheto promocional um ou dois desejados vinhos nos quais iríamos investir algumas das nossas poupanças eis que, chegados ao hipermercado, não os conseguíamos encontrar. Por vezes, não era uma apenas questão de ruptura de stock, era mesmo falsa informação! Por outro lado, à excepção do referido branco de Macedo de Cavaleiros, que julgamos não existir na feira do ECI até prova em contrário (ao que parece, pelo que me dizem nos comentários, existiu no de Lisboa), pouca coisa há a registar, talvez o Herdade Grande Colheita Seleccionada (B) 2007 a menos de €5 e pouco mais, o Catarina (B) 2007 pelo mesmo preço e uma ou duas novidades espanholas.
No Continente, para além de dezenas de vinhos abaixo dos €2 (o que motivou aliás o texto de João Paulo Martins na sua crónica no semanário Expresso), o destaque segue inteiro para a promoção dos vinhos da Herdade do Meio (HdM). Com descontos de cartão, redução no preço e tudo mais, é possível, em três visitas a um Continente, comprar três garrafas de Herdade do Meio Garrafeira (T) 2003 (ou 2004) e duas de Herdade do Meio Homenagem (T) 2004, tudo por pouco mais de € 45. O cliente fica satisfeito, mas é de estranhar este tipo de promoção e avisa-nos que o projecto da HdM pode não ir na melhor direcção. É certo que se pode falar na parceria entre a Sonae (Modelo/Continente) e a HdM - vale a pena lembrar que a HdM, do empresário João Pombo, recebeu em tempos um reforço de capital, com a entrada da Investalentejo, participada da Sonae SGPS -, mas não é razão suficiente para desvalorizar o vinho. Sim, porque é de desvalorizar o vinho que se trata. Quem vai comprar a €30 (PVP na maioria das lojas) o Herdade do Meio Garrafeira 2003 ou 2004 nas lojas pelo país fora? Quem vai comprar a €30 as próximas colheitas do Herdade do Meio Garrafeira? Não nos lembramos, efectivamente, de nenhuma descida de preço recente assim tão forte, ainda que motivada por questões de parceria societária. De resto,ainda no Continente e a título de sugestões, talvez sejam boas opções o Entre II Santos (T) a menos de €3,50, o Azamor (T) 2004 a menos de €7 e o Pequeno Pintor (T) 2005 a menos de €8 e (no Jumbo, dizem-me que o Pequeno Pintor está a menos de €6) e o Grou II (T) 2006 a menos de €6.
segunda-feira, outubro 06, 2008
*
Já tínhamos conhecimento deste conceito noutros países produtores do néctar divino, mas em Portugal a empresa Sousa Cunha Turismo e o grupo Lágrimas Hotels & Emotions serão certamente pioneiros no conceito.
Em Montemor, terra de bom vinho (assim de repente, basta lembrar o tinto Vale do Ancho), irá nascer um empreendimento de excelência que consiste em pequenos núcleos de casas que dispõe de vinha própria. De resto, e em sistema do tipo condomínio, haverá ainda uma adega comum, um enólogo comum (Paulo Loureano já se associou ao projecto), sala de armazenagem de barricas comum, winebar, etc… A cereja em cima do bolo é o facto de cada proprietário poder vir a ter "o seu" vinho, com o seu nome na garrafa, enfim com um nome que lhe apetecer… Os núcleos de casas, umas maiores que outras, umas mais isoladas que outras, são projectadas por arquitectos de renome, assim como as demais infra-estruturas.
Em suma, garantem os promotores, todo o prazer de ser um vitivinicultor (ou algo parecido), sem ter que cuidar da vinha, pagar ao caseiro, chatices com o enólogo, investir uma linha de montagem, encomendar e testar barricas, e tudo o mais… Claro está, que quem gosta de fazer as coisas integralmente à sua maneira, e aprecia o facto de se incompatibilizar diariamente com o vizinho, poderá achar pouca piada ao conceito. Para os outros, e depois de visitar o site em http://www.l-and.com/ , diríamos ser quase irresistível.
Ainda não se conhece preços, mas por ora é preciso é juntar um trocos e investir!
PS: Bem sabemos que é um pouco grosseiro reconhecer, mas não tenham dúvida que ter o nosso nome numa garrafa tem muita piada… Já tivemos uma na nossa mão e adorámos, apesar da vitivinicultura não ser um sonho nosso.
quarta-feira, outubro 01, 2008
Quinta do Crasto Reserva Vinhas Velhas (T) 2006
O seu preço vai-se mantendo longe da especulação, mas o entusiasmo à volta de cada edição deste tinto faz com que por menos de € 26 seja difícil de o encontrar. Difícil de encontrar talvez, mas nada difícil de gostar. Ainda bem! Muito bem!
17 - 17,5
*
Próximos vinhos: Crasto (T) 2007; Olho de Mocho (R) 2007; Altas Quintas (T) 2005; Altas Quintas Mensagem Aragonês (T) 2005; Frei Estevão Reserva (T) 2005; Rocim (T) 2005; Olho de Mocho Reserva (B) 2007
quinta-feira, setembro 25, 2008
segunda-feira, setembro 22, 2008
Neste vinho, o pior parece ser encontrá-lo. De resto, e em (curta) síntese, é todo ele mineral. Nervoso, quase crocante, frutos secos, só peca pelo registo algo monótono que a casta neste exemplar parece impor (mas só se nota ao terceiro copo...). Boca ampla, refrescante, acidez em alta mas domada com sabedoria. Intenso, inclusivamente no final de boca. Não há muito a dizer aqui: bom vinho, bom preço, boa compra (e isso reflete-se na pontuação). A menos de € 7.
quinta-feira, setembro 18, 2008
Provas
Muito brilhante na cor, irradia tonalidades citrinas e reflexos palha. O nariz mantém a imagem de marca com muitas sugestões florais (rosas), a lichias, mas também a fruta madura (melão, manga) numa calda simultaneamente exótica e sedutora. Face a anos anteriores, parece manifestar um fundo mais fresco, mais mineral, mas é na boca que a diferença da colheita mais se revela, numa frescura que percorre todo o palato, frescura essa que não o impede de ser corpulento, de se revelar encorpado e sedutor. Ao invés, é o equilíbrio que mais nos agarra e sobretudo o carácter límpido, uma vez mais próximo do mineral, que convive na boca. Novamente fruta madura (pêra), retronasal com ligeiro caroço de fruto, e final de boca saboroso em alta.
É difícil – muito difícil – não gostar deste branco e, assim, não espanta o sucesso no mercado. Tem tudo para muita e boa gente gostar… começa por ser bom (e isso é meio caminho), por ser "descomplicado" e mostrar graduação alcoólica de acordo com alguns gostos modernos (14% vol). Depois, não é caro e (dizem) evolui bem na garrafa. Nem sempre por estas razões, mas sobretudo pela frescura no nariz e limpidez na boca, nós também gostamos deste Valle Pradinhos (B) 2007 e, a título de sugestão, propomos que acompanhe um caril ligeiro e "garlic naan" caseiro.
Disponível nas melhores garrafeiras desde Junho (mas dizem que, por vezes, não é fácil de o encontrar dado o sucesso comercial), a um preço entre € 10 e €12.
16,5 - 17
Próximos vinhos: Quinta de Cabriz Encruzado (B) 2007; Quinta do Crasto Old Vines Reserva (T) 2006; Crasto (T) 2007; Altas Quintas (T) 2005; Rocim (T) 2005; Olho de Mocho (R) 2007
segunda-feira, setembro 15, 2008
O Crasto (B) 2007 vive de uma estrutura forte, é um vinho que não cai em "facilitismo" mas que, ao mesmo tempo (coisa nem sempre fácil de encontrar), é capaz de agradar a qualquer nariz ou palato. Muito bem na prova de nariz, sereno e pouco exuberante de início, boca com fruta saborosa bem citrina e laivos de vegetal (particularmente evidente na sugestão de espargos) e de mineral.
Produzido a partir das castas Gouveio, Roupeiro, Cercial e Rabigato, é um equilíbrio muito consensual entre frescura e estrutura. Sem ser gordo é sério. Sem ser fácil é fresco.
Cuidado com o preço que não sendo caro, anda especulativo em algumas garrafeiras espalhadas pelo país. Recomenda-se muito a sua compra a menos de € 12.
16,5
quinta-feira, setembro 11, 2008
domingo, setembro 07, 2008
Em todo caso, existe sempre lugar para alguns destaques e, nos tintos, brilharam os taninos duros mas saborosos do Quinta do Vallado Reserva, a finesse de mais uma colheita do Charme (apesar do Redoma e do Vertente não chegarem, a nosso ver, ao brilho de colheitas anteriores), mas também a sedução dos Quinta do Crasto Touriga Nacional e sobretudo do Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa (este, sem dúvida, um dos melhores de toda a prova) bem como o cosmopolitismo do CV (bem mais fresco e complexo que o Quinta Vale D. Maria e longe de uma estranha acidez revelada pelo VZ). Quanto ao Meandro, mostrou garra, fruto saboroso; já o irmão mais velho, o Quinta do Vale Meão, apesar de ainda circunspecto, vai-se mostrando potente, com um final luxuoso, e tudo indica que será (uma vez mais) um grande vinho.
Destaque, nos brancos, para a evolução muito positiva dos Quinta do Vallado (o ano ajudou é verdade, mas parecem-nos mais bem feitos, com uma frescura irrepreensível e boa relação preço-qualidade). Muito bem também a estreia da Quinta do Castro (mas guardamos uma apreciação mais completa do Castro branco para um post a ele dedicado), um pouco mais complicado o VZ da Quinta Vale. D. Maria que nos parece, à semelhança do tinto, com um perfil demasiado ácido e nervoso (mas pode ser do engarrafamento precoce). Finalmente, os brancos da Niepoort são um caso à parte: o melhor Tiara de sempre e o melhor Redoma Reserva de sempre... este está mesmo um vinho verdadeiramente enorme!
Em suma, uma eficiente organização, uma bonita adega, belíssimos vinhos, e uma festa inesquecível que terminou pela noite dentro apesar da chuva teimosa.
sábado, agosto 30, 2008
Mais dois "Crescendo" deste projecto sito no Parque da Serra de São Mamede, desta feita o rosé e o branco, ambos da colheita de 2007.
O branco mostrou-se fresco também, mas esperávamos mais. Admitimos: pensávamos que a altitude podia ter dado mais a este branco... O lote é de verdelho, arinto e fernão Pires e, a par de nuances vegetais e uma fruta tímida, falta-lhe acidez. O problema pode ser nosso, pois ainda não conseguimos "dar vivas" a vinhos nos quais estivesse presente uma dose significativa de fernão pires. Na boca mantém o perfil vegetal, mas a falta de acidez não é tão evidente. Ao invés, revela volume e persistência, bem como um final de boca com significativa complexidade e prolongamento. Não deixa de ser uma boa escolha, mas talvez seja de consumir lá mais para o Outono ou mesmo durante o Inverno. 15
Próximos vinhos: Crasto (B) 2007; Valle Pradinhos (B) 2007; Quinta de Cabriz Encruzado (B) 2007; Quinta do Crasto Old Vines Reserva (T) 2006; Crasto (T) 2007; Altas Quintas (T) 2005
quarta-feira, agosto 27, 2008
Produzido a partir das castas aragonês e trincadeira, com estagio de 12 meses em barricas de carvalho francês e americano, este é a entrada de gama nos tintos do projecto Altas Quintas, néctares que provém de vinhas plantada a cerca de 600 metros em plena Serra de S. Mamede (Alto Alentejo). Sem dúvida: projecto ambicioso, de marketing competente e aguerrido (mesmo junto da restauração); em suma, não existe enófilo que não conheça, ou que não vá conhecendo...
Cor granada, pouco escura. Nariz com um primeiro impacto a madeira, não na versão doce (baunilha, caramelos) mas na versão austera (apara de lápis) com notas ainda a cravinho e canela (muita especiaria presente). Depois vem uma fruta tímida no início, madura (mas não sobremadura) e saborosa, à qual só falta intensidade. Mas parece que é feitio... não é defeito.
A boca mantém um perfil pouco exuberante, mas muito recompensador no que concerne a complexidade e frescura. Um vinho que não cansa e com clara propensão gastronómica. Se a fruta está madura no nariz, na boca é a frescura que mais brilha. Final de boca apimentado que lhe dá uma graça adicional!
Com 14% vol., é um tinto que procura um consumidor experiente que privilegia a complexidade à exuberância banal. A menos de €9 não é propriamente barato mas quem gostar do estilo (nós gostamos) não se vai arrepender.
15,5
terça-feira, agosto 19, 2008
*
PS: Quanto aos vinhos da fotografia, o Chryseia (T) 2006 está ainda "fechado", e revela-se por ora um pouco austero; o Quinta do Crasto Maria Teresa (T) 2005 mantém-se simplesmente sublime. Ambos os vinhos são caros e, por isso, recomenda-se que sejam bebidos apenas em cerimónias ou ocasiões muito especiais. Foi o caso!
sábado, agosto 16, 2008
Quinta do Lagar Novo Chardonnay (B) 2006
Cor amarela palha com nuances verdes. Grande complexidade aromática, mas ainda assim directo e muito focado no nariz. Belíssimo aroma: subtil nas componentes vegetais e aberto nos registos mais frutados (eg., pêra). Bela entrada de boca, franca, fresca e muito ampla. Poucos ou mesmo nenhuns "tiques" excessivamente amanteigados ou pesados dos chardonnays mais divulgados pelo nosso país. Em suma: amplitude sem peso; secura no limite máximo (pelo menos para um ano quente como foi o de 2006); e enorme final de boca. Muito bom mesmo!
Sem dúvida, um dos chardonnays produzido em Portugal que mais gostámos faz anos! A nosso ver, está uns pontos acima do irmão viognier, mas haverá sempre quem diga o contrário e, em bom rigor, tudo dependerá do momento de consumo e da combinação gastronómica. Encontramo-nos verdadeiramente "em pulgas" para provar a versão de 2007. A menos de € 13 é um vinho obrigatório nas garrafeiras de todos os enófilos.
Próximos vinhos: Altas Quintas Crescendo (T) 2005; Altas Quintas (B) 2007; Altas Quintas Crescendo (R) 2007; Crasto (B) 2007; Valle Pradinhos (B) 2007