segunda-feira, novembro 29, 2010

Toscana

Em Julho

A Toscana é como nos disseram que seria, mas melhor. É como "vem nos livros", mas ainda melhor. O cheiro é melhor, a comida é melhor, até as pessoas são melhores. E tem grandes vinhos também. Vinhos calmos, gastronómicos e com muita sabedoria.

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quarta-feira, novembro 24, 2010

Devaneio

Existe de tudo

Existem aqueles que procuram comprar uma garrafeira já com imensas referências e não se preocupam onde compram. Existem aqueles que entram em falência e vendem tudo o que têm em stock. Existem aqueles que conseguem sempre descobrir um ou outro tesouro no meio de muito lixo. Existem, por outro lado, vinhos nacionais nas listas TOP 10 das melhores revistas internacionais. Existe de tudo por cá.

A foto em anexo é de um armazém próximo de Lisboa, carregado de vinho adquirido por "tuta-e-meia" em leilão judicial, fruto de mais uma liquidação.

O mundo do vinho (também) anda assim.
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quinta-feira, novembro 18, 2010

Prova especial

Valle Pradinhos: Mini-Vertical
Colheitas 2003, 2004 e 2005

Conhecida marca transmontana (talvez a mais conhecida da região), foi colocada à prova numa mini-vertical. Provaram-se as colheitas de 2003, 2004 e 2005. Anos diferentes, estilo semelhante, e um grande vinho, o Valle Pradinhos (T) 2004. Em rigor, os três vinhos estiveram bem, límpidos de cor (apenas ligeira evolução no 2003) e de aroma, confirmando a marca como um bom porto seguro em matéria de qualidade e preço (e, já agora, de acessibilidade, pois encontra-se facilmente à venda, inclusivamente na restauração).

O 2005 revelou-se, todavia, uns furos abaixo, morno no aroma, demasiado redondo, muito pronto a beber e com pouca acidez, considerando o padrão da marca. Beba-se desde já, não se guarde garrafas, e não espere ser surpreendido (15,5). O 2003, apesar de maior evolução – era o mais antigo e de um ano quente, como é sabido – não se revelou demasiado cansado, mostrando grande disponibilidade na fruta (nariz e boca), taninos secos, óptimo final, em boa fase para consumo actual mas, em todo o caso, não recomendável a guarda duradoura (16,5).

O melhor da tarde, sem dúvida a colheita de 2004: aroma clássico da marca, mas com acentuada frescura, marcado um pouco pela Touriga Nacional. Taninos presentes, saborosos, grande prova de boca, fresco e muito gastronómico, pode ser guardado, sem medos, por mais meia década (17++). Belo vinho, e a um preço, no mínimo, convidativo…

terça-feira, novembro 09, 2010

Provas

Alento (B) 2009

Mais um "3b"... ou seja, um branco, bom e barato! Desta feita do Alentejo, e de uma marca - Alento - mais associada a tintos. De início, surge-nos um vinho muito claro no copo, de aparente fragilidade; mas é só aparência. Na prova de nariz está bem, com uma feliz combinação de fruta e vegetal, sem que a primeira vertente se sobreponha à segunda. Prova de boca que surpreende pela complexidade, com boa profundidade e evidente carácter gastronómico.

A acidez também está bem, mas o que realmente agrada - e que realmente nos fica na memória - é a força e complexidade da prova de boca - muito bem! Óptima relação preço-qualidade.

16

Próximas provas: 4 Castas (T) 2008, Quinta dos Poços Reserva (T) 2005; Bétula (B) 2009; Senhor da Adraga (T) 2008

quinta-feira, novembro 04, 2010

Provas especiais

Burmester e Kopke: Port Old Whites e Colheitas

Numa interessante jogada de antecipação ao programa de provas especiais do EVS (esta sexta-feira, fim-de-semana e segunda-feira), a 'Quinta Wine Guide' e a 'Sogevinus' organizaram uma prova de Portos Old White e Colheitas. A prova contou com a presença do enólogo Pedro Sá e teve lugar no restaurante Clube de Jornalistas (Lisboa). De acordo com a Sogevinus, os vinhos mais velhos foram engarrafados especialmente para a prova.

Os Porto brancos estiveram, em geral, em bom nível, apesar dos mais novos - o 10 anos (Burmester) e o 20 anos (Kopke) - ainda estarem um pouco tensos, a precisar do calibre do tempo (temos para nós, que os brancos velhos são, em regra, melhores quanto mais velhos, o que nem sempre é verdade com os Porto tintos, como sabemos...). Ao invés, o 40 anos (Kopke), esteve muito bem, tanto na complexidade como na profundidade, muito bom durante toda a prova nas suas notas de casca de laranja confitada, figos e frutos secos (17,5).

Tempo depois para os Colheitas e um Tawny, sendo certo que, nesse campeonato, a Burmester é sempre uma equipa favorita. O Burmester Tordiz 40 Anos revelou-se uma vez mais como um dos melhores vinhos nacionais, untuoso, toque de vinagrinho, absolutamente fabuloso (18-18,5). O Burmester Colheita de 1955 esteve praticamente ao mesmo nível, muito exuberante e com grande potência no palato, mas ligeiramente menos complexo que o anterior (18). Finalmente, o Burmester Colheita 1937, um vinho com uma frescura e mineralidade arrebatadoras, possuidor de uma auréola esverdeada, e de um final inesquecível, tanto que bem merece uma fotografia nossa (19).

terça-feira, novembro 02, 2010

Novidade

Esporão Private Selection (T) 2007

O Private Selection (T) 2001 tinha uma enorme garra e um carácter rústico (foi dos nossos favoritos); o Private Selection (T) 2003 não devia ter saído para o mercado enquanto tal (demasiado maduro e químico); o Private Selection (T) 2005 estava quase lá (mais fino na boca, mas excessivamente frutado no nariz); já este Private Selection (T) 2007 está perfeito para o estilo que pretende ter! O envelhecimento das vinhas e um ano muito ameno contribuiu seguramente para o melhor tinto do Esporão que já provámos (e sim, provámos o Torre do Esporão '04...).

No copo revela-se muito escuro, mas não opaco. O nariz é muito complexo, com fruta madura em camadas, especiarias e muita frescura. Na boca, os taninos são magníficos, finos, muito finos, mas ainda assim secos e seguros de si. O final de boca é potente, largo e sedutor mas sempre mantendo frescura e carácter. Um vinho muito completo, onde nenhuma casta sobressai, um tinto luxuoso bem trabalhado na vinha e na adega.

Sem dúvida que é moderno no estilo, mas se todos os modernos fossem como este… Tem um único problema: não é barato.

17,5-18