sábado, outubro 24, 2009


Independent Winegrowers Association

São conhecidos por IWA, mas ninguém duvida que são sobretudo(re)conhecidos como a associação dos produtores vinícolas Nuno e Pedro Araújo (Covela e Ameal, respectivamente), Luís Pato, Alves de Sousa (pai e filho), João Pedro Araújo (Casa de Cello) e Luis Lourenço (Quinta dos Roques). São 6 produtores espalhados essencialmente por 5 regiões: Vinhos verdes, Entre-Douro-e-Minho, Bairrada/Beira, Douro, e Dão. Em comum têm o facto de produzirem excelentes vinhos de "terroir" (dos melhores em cada região) e uma atitude comercial serena mas ambiciosa. Para além disso, "são malta muito afável"...

Foi pois num final de manhã solarengo, na adega de Luís Pato (que continua a não passar "fora de moda"), que provámos alguns dos melhores vinhos destes produtores independentes (mas associados). Do provado, que não foi assim tão pouco, ficou-nos na memória:
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a) os minhotos Ameal Escolha (b) 2007 – directo mas, felizmente, não exuberante, discreto na boca e final composto mas tranquilo –, e o Ameal Escolha (B) 2004 – a prova de que estes brancos sabem envelhecer invulgarmente bem, com charme, de tique fino e crocante, muito mineral.

b) também guardamos na lembrança dois Covelas (não nos cansamos dizer que é uma das Quintas mais bonitas e floridas que conhecemos), uma versão rosé – Palhete (R) 2007 – com belíssima acidez e de perfil austero, enfim um rosé amplamente gastrómico, e o Covela (B) 2008 que, apesar de fechado no nariz, revela já uma prova de boca de grande nível.

c) do duriense Alves de Sousa, destacou-se o melhor Reserva Pessoal branco que já provámos, desta feita da colheita de 2005, bem como o elegante e potente Quinta da Gaivosa Reserva (T) 2005, uma marca que não para de ascender qualitativamente.

d) tempo ainda para os vinhos de Luís Pato, com realce para o espumante Vinha Formal (Esp.) 2007, seco e já com significativa complexidade, mas também para a nova edição de um dos vinhos mais aguardados deste produtor, o Quinta do Ribeirinho (T) 2007, ainda jovem a necessitar de garrafa, de perfil borgonhês e muito complexo.
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e) Do Dão, o Quinta da Vegia Reserva (T) 2005, um dos melhores tintos do Dão, a nosso ver, um dos poucos a combinar potência, elegância e utilização não esmagadora de Touriga Nacional. Da mesma região, provou-se e merece destaque o Quinta dos Roques Reserva (T) 2006, um belíssimo blend da região.

Até à próxima!

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PS: Na fotografia, no almoço após a prova, temos Tamlyn Currin (Jancis Robinson Team), ladeada por João Pedro Araújo (esquerda na foto), Luis Lourenço (à direita na foto) e Domingos Alves de Sousa (em pé).

segunda-feira, outubro 19, 2009

Provas


Quinta do Tedo Savedra vintage 2007

"Bom, bonito e barato"... calha bem esta expressão tão popular junto dos comerciante neste vintage da Quinta do Tedo. E é sempre positivo ver um "terroir" de excelência a produzir, de forma séria, outra coisa de não Portos ruby e tawnies novos (provem, já agora, os tintos DOC deste quinta, é que nunca estiveram tão bons). Sim, a Quinta do Tedo - no cruzamento do Tedo e do Douro, de costas voltadas para a mediática Quinta de Nápoles - está com novo fôlego e Jorge Alves (o enólogo, também conhecido pelos tintos Quanta Terra, em parceria com Celso Pereira) em grande momento de forma!

No copo apresenta-se absolutamente preto (dos mais negro que já encontrámos), de pendor químico, muita tinta da china, concentrado, vegetal seco, e fruta negra esmagada, ligeiramente linear. Já a boca está mais fresca, elegante, quase polida, mas ainda assim ligeiramente seca e com final robusto e saboroso. Para o futuro, falta apenas definição no estilo: mais brutal (como sugere o nariz) ou mais delicado (como confirma a boca).

Muito bom, sobretudo tendo em consideração o preço, abaixo dos €40. Uma marca a acompanhar nos Portos (mas também nos DOCs).

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Próximos vinhos: Quinta das Marias TN (T) 2006; Altas Quintas Reserva (T) 2005; Altas Quintas Obsessão (T) 2004; Rol de Coisas Antigas (T) 2007; Quinta de Lubazim (T) 2005; Arundel (T) 2007

terça-feira, outubro 13, 2009

Provas


Quinta do Vallado Moscatel Galego (B) 2008

(Acreditamos que) O leitor estará de acordo connosco quanto ao facto de não ser comum encontrar um branco monovarietal do Douro. A par de uma ou outra experiência com Viosinho (no Baixo e Cima Corgo) ou Rabigato (no Douro Superior), a grande maioria dos brancos durienses resultam, efectivamente, de lote de várias castas. O Vallado sobre o qual vamos escrever não é assim e, mais a mais, é produzido a partir de uma casta pouco conhecida pelos consumidores, o Moscatel Galego.

A característica essencial da casta Moscatel Galego é a sua exuberância, sobretudo na vertente aromática, existindo controvérsia no seio enófilo: para alguns, é uma virtude encontrar uma "prova de nariz" tão evidente e característica, sem complexidades exacerbadas; para outros, é uma carência resultar um vinho linear centrado, por norma e maioritariamente, na componente frutada, pelo que é uma casta para entrar em lote.

Quanto a este Vallado Moscatel Galego, resultante da colheita de 2008, importa dizer que se apresenta com fruta tropical e notas doces (tipo fruta cozida) no nariz, mas tudo longe de maçar ou enfadar com exageros na fruta - aliás, tem mesmo bastante frescura no copo. Na boca, mantém-se amigo do consumidor, limpo, directo, relativamente encorpado e muito saboroso. O final de boca também se presta ao sabor, com ligeiras notas adocicadas que garantem persistência no palato. Nada vegetal. Pouco mineral.

É, sem dúvida, o melhor Vallado Moscatel Galego que já provámos, aquele com melhor equilíbrio entre fruta e frescura. O seu estilo intenso e, simultaneamente, fresco, permite-o acompanhar várias pratos (das saladas às carnes brancas) e o seu preço não magoa.

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Próximos vinhos: Quinta do Tedo vintage (P) 2007; Quinta das Marias TN (T) 2006; Altas Quintas Reserva (T) 2005; Altas Quintas Obsessão (T) 2004; Rol de Coisas Antigas (T) 2007

sexta-feira, outubro 02, 2009


Athayde Grande Escolha (T) 2007

Um novo produtor do Alentejo - Herdade da Raposinha - e mais um bom exemplar da nova geração de tintos alentejanos. Nariz complexo, com as principais castas (Syrah e Alicante Bouschet) a "aparecerem" apesar da madeira evidente no primeiro impacto e das referências a chocolate e doce de leite num segundo momento. Boca potente, com taninos (da madeira?) fortes, fruta madura mas ainda escondida pelo estágio de 12 meses em barrica. Passada uma hora revela notas a café e algum vegetal seco. Final de boca médio mas saboroso (talvez da Syrah...) e agreste (talvez do Alicante Bouschet...).
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Tudo num registo internacional mas, simultaneamente, com um lado rústico português também. Ou seja, um vinho do Novo Mundo com sotaque alentejano. Mais uma boa estreia de um novo produtor alentejano. A provar e consumir com carnes encarnadas pela frente.
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16,5 - 17

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Próximos vinhos: Vallado Moscatel Galego (B) 2008; Quinta do Tedo vintage (P) 2007; Quinta das Marias TN (T) 2006; Altas Quintas Reserva (T) 2005; Altas Quintas Obsessão (T) 2004; Rol de Coisas Antigas (T) 2007