quinta-feira, dezembro 22, 2011

Provas

Qta. de Foz Arouce V.V. de Sta. Maria (t) 2005


(É) Um clássico este tinto de baga da Quinta de Foz de Arouce, e lembro-me bem de algumas colheitas dos anos oitentas excepcionais. Este, de 2005, revela uma cor encarnada, ligeira (nos tempos que correm), denotanto concentração média. Comporta uma prova de nariz delicada, com fruta encarnada fresca, ligeira barrica, e algumas notas terrosas - tudo muito bom, e a um nível alto. Na prova de boca está muito definido, cheio de sabor.


Todavia, em comparação com outras colheitas, diríamos que a fruta está um pouco madura de mais e o final podia ser mais longo. Neste último capítulo, o tempo poderá ajudar. Em qualquer caso, temos um belo vinho com a certeza de o poder guardar, sem pressas, na garrafeira por mais alguns anos.


17+

quarta-feira, dezembro 14, 2011

do antigamente (ou nem tanto)

José de Sousa (t) 1997


Já lá leva quase 15 anos, e o tempo não o tratou mal. Os antigos José de Sousa já tinham a imagem de vinhos duradouros e a JMF parece apostar no seguimento desse segmento. A cor é ainda muito jovem, encarnada brilhante, longe de se encontrar tijolada. O nariz é pouco exuberante na fruta, e mostra fantásticas notas a terra trufada. A boca é fina, translúcida, mas muito saborosa, com um travo  limonado fruto da evolução. O final podia ser mais vincado, menos apto limpar o palato, mas em qualquer caso está muito bom.

Mais um bom tinto português que durou década e meia e durará ainda, pelo menos, mais 5 anos. E mais um bom tinto que deverá custar pouco a quem o encontrar à venda.

sexta-feira, dezembro 09, 2011

de França

Chateau Smith Haut Lafite (t) 2002

Goza da fama de ser um dos melhores Bordéus da colheita de 2002, pelo menos em Graves e, efectivamente, está em muito boa forma este tinto. Menos elegante e fresco, é certo, do que se poderia esperar, está, todavia, irresistível no nariz com uma prova de fruto maduro excepcionalmente bem assimilada com as notas de fumo habituais da casa. Também na boca se apresenta muito exuberante, com pouca evolução, diríamos que um pouco mais sexy do que é habitual na região. Aliás, o Cabernet Sauvignon (50%) parece estar lá para a estrutura, pois, na boca, sente-se mais o Merlot (35%), com notas ligeiramente quentes, mas muito saboroso. Final também intenso, com fruta madura novamente, e a deixar algumas saudades.

Trata-se, pois, de um Bordéus de nova geração, reconvertido a uma certa modernidade sobretudo desde que, à cerca de 2 décadas, o Chateau mudou de proprietário. É o seu lado de maior volúpia que mais consegue agradar, inclusivamente ao R. Parker que não tem parado de lhe atribuir boas notas. Está muito bem para a colheita de 2002 e agradará certamente a todos os que (até em Bordéus) procuram bombas.


17

terça-feira, novembro 29, 2011

Provas

Fiuza Premium (b) 2010


Uma fórmula de sucesso este Fiuza. Cada vez mais certeira, na relação entre acidez e corpo, temos aqui um branco que difilmente não agradará, mesmo aos enófilos exigentes. Alguma fruta, mas felizmente fresca e não excessiva, bom balanço mas não excessivamente encorpado nem untuoso. Bom final de boca, com alguma pattine. Tudo muito correcto nesta gama de preço. Um valor seguro, sobretudo junto da restauração.

16

quinta-feira, novembro 24, 2011

Provas

Quinta do Crasto Touriga Nacional (t) 2001


Bem sei por estes tempos fica bem ser algo crítico em relação aos monocastas de Touriga Nacional. Mas não resisto, neste caso, a um elogio.


De uma das nossas melhores regiões, de uma das nossas melhores colheitas das últimas décadas, de um dos nossos melhores produtores, e, claro, de uma das nossas melhores castas... bom, de tudo isto, o vinho só podia ser (e estar) fantástico. E, 10 anos depois, está, efectivamente, num grande momento de forma. Um tinto muito jovem, quase impenetrável ainda na cor, fruta belíssima, e a notável presença acetinada na prova de boca tão típica desta casa.


Belíssimo! Assim, sim, vale a pena ter monocastas.


17,5

segunda-feira, novembro 21, 2011

Do antigamente

Grão Vasco Garrafeira (t) 1994

Quem se lembra dele? Nós sim, e dele gostamos, claro! Produzido com uvas da Quinta dos Carvalhais (mas sem essa indicação expressa), e com o rigor conhecido do produtor (que teima em ter sempre bons vinhos de guarda), temos aqui um tinto que merece muito respeito. Cor encarnada no copo - belíssima para idade -, nariz subtil, elegante, sem domínio de castas e muito menos da madeira. A prova de boca é aveludada - como os bons Dão devem ser -, esguia e muito saborosa.

Está ainda em forma, pelo que se aguentará mais meia década mas não ganhará mais com o estágio. Beba-se por ora (mas sem muitas pressas) e dará muito prazer. Um belo Dão!

quinta-feira, novembro 17, 2011

Provas


Quinta das Bageiras Reserva (esp.) 2001

É bem bruto este espumante natural e isso agrada-nos. Apesar de Portugal ter que percorrer (ainda) algum caminho neste tipo de vinhos (a nossa média anda longe da de Franciacorta e de Champagne), dúvidas não existem que temos alguns bons espumantes. A Quinta das Bageiras é uma das casas que teima em manter uma produção constante de espumantes nas várias gamas, sempre com qualidade e preços sensatos (coisa cada vez mais rara nos espumantes nacionais). Os vinhos de entradas são simpáticos e gastronómicos, os velha reserva são vinhos sérios e do melhor que se faz por cá.

Este espumante sem dosagem, da colheita de 2001, mostrou-se cheio de vigor e seco como é típico do produtor, bolha persistente (não necessariamente fina), e cheio de aromas e sabor. Um bom espumante para todas as ocasiões, mas, claro está, melhor se acompanhar umas lagostinhas.

16,5

segunda-feira, novembro 14, 2011

Provas

Quinta do Ameal (b) 2008


São sempre vibrantes, frescos e estaladiços os vinhos Quinta do Ameal. Os da gama Escolha são mais ainda: são envolventes, complexos e com longevidade quase sempre garantida (por vezes imitando alguma oxidação). A colheita de 2008 sugere-se excepcional (como noutros verdes, por sinal) e está mais mineral e refrescante que nunca. Uma das melhores expressões da casta Loureiro!


Um vinho fino (não confundir com Porto), belíssimo na elegância, a provar nos próximos 5 anos com uma salada de vieiras ou, daqui a 10, com uma salada de queijo cabra não excessivamente forte.


17++

sexta-feira, novembro 11, 2011

Do antigamente

Ferreirinha Reserva (t) 1994


Continua jovem, muito jovem este tinto com treze anos. Tanta é a força da juventude que o seu final (ao contrário do que é habitual na casa) é algo seco e precipitado, apesar de saboroso. De resto, tudo a um nível muito alto: fruta - encarnada - ainda plena, integração total da barrica, muito prazer na boca, potente e sedutora, alguns taninos presentes ainda. Só o final podia ser melhor. Mais uma prova (são precisas mais?) da longevidade destes tintos da Ferreira (os das décadas de 80 e 90 estão quase todos bons).

De nós para nós, filosofando um pouco, preferimos (dir-se-ia, naturalmente) os Vintages de 1994 aos de 1995, assim como preferimos (talvez de forma menos evidente) os tintos de mesa do Douro de 1995 aos de 1994. O que fazer?

quarta-feira, novembro 02, 2011

De Itália


Topo de gama da casa familiar 'Moris Farm' este é um dos melhores morellino scansano que provámos, uma das castas em erupção na Itália (no fundo, trata-se de um clone de Sangiovese adaptado ao clima mais quente de Meremma, no sul da Toscana).

Apresenta camadas de fruta madura, uma definição de total precisão no fruto (muito bonito, diga-se), meia concentração, corpo de cetim a lembrar alguns australianos de topo, e bastante elegância no final. Não é o nosso tinto favorito da Toscana - longe disso (nós que preferimos os Chianti Clássico Riserva) -, mas é um tinto muito bem composto e que impressiona os sentidos. Irá melhorar nos próximos 5 anos, mas não parece tratar-se de um vinho de guarda. O preço não exagerado, a menos de €30 (se adquirido em Itália), é uma vantagem para quem quer conhecer um tinto da sub-região conhecida por ser a Califórnia da Itália.

17

segunda-feira, outubro 31, 2011

Provas

Batuta (t) 2003

O ano foi de muito calor, e alguns vinhos têm indesejáveis notas de passa. Este não. Este Batuta, de uma vinha muito velha, está muito floral, e ainda com fruta negra também. A madeira, de luxo diga-se, está integrada, e até o final se apresenta elegante. Só a acidez não muito alta, e alguns taninos doces, tirarão alguns anos de vida, mas, em qualquer caso, eu guardaria umas garrafas por mais meia década a ver o que de lá sairá. Não é o melhor Batuta, é certo, mas mantém-se um belo tinto do Douro.

17,5

PS: provámos este fim-de-semana no EVS o Batuta (t) 2001 (na prova - verdadeiramente - especial liderada por Luís Lopes com os topos de gama de 2001) e recomenda-se muito. Esse sim, durará mais alguns bons anos em garrafa.

quarta-feira, outubro 26, 2011

Prova especial


Alambre (m) 20 anos

É especial a prova pois o vinho está especialmente bom. Neste caso tínhamos ainda uma garrafa de 0.375l. de capacidade (ideal para uma sobremesa a dois), de um engarrafamento de meados dos anos '90 do século passado. Cor âmbar típica, mas com muitos laivos esverdeados a lembrar que a idade média dos lotes deste moscatel está muito acima das duas dezenas de anos (20 anos é o vinho mais novo no lote, de acordo com a legislação aplicável aos moscatéis, ao contrário do que acontece nos Portos). Aromas citrinos fortes (licor de laranja), já um ligeiro vinagrinho, tofa, uma boca de veludo e um final muitíssimo longo.

Foi provado ao longo de 3 dias e, ao contrário do que muitas vezes acontece, melhorou muito na última prova (porventura pois ter estado muitos anos fechado em vidro depois do engarrafamento).

17,5

terça-feira, outubro 11, 2011

Novidade

Bétula (b) 2010

Terceira colheita deste branco regional duriense, feito a partir de um lote de 50% Sauvignon Blanc e 50% Viognier. Melhor que a versão de estreia de 2008, mas não tão fresco que o 2009, mostra-se um branco seguro de perfil internacional. Ou seja, um branco de acidez controlada (por nós podia ser mais elevada), com fruta expressiva de pendor tropical, bom corpo - redondo e compacto - na percepção da prova de boca, e um final longo ligeiramente adocicado.

Em suma, um branco muito bem feito, equilibrado e sério, que agradará a muitos consumidores, e que se recomenda para acompanhar pratos de peixe, tanto no forno como grelhados com molhos.

16,5

quinta-feira, outubro 06, 2011

Prova

Nossa (b) 2007

Muito bom este branco de Filipa Pato. Está mesmo, a nosso ver, no seu melhor momento de prova (mas poderá melhorar ainda). Ligeira oxidação, muito mineral, corpo exuberante e acidez em alta. Boca muito saborosa, potente, final elegante e super gastronómico. Gostámos muito.

17+

domingo, outubro 02, 2011

Provas

Campolargo pinot (t) 2008

Cor ligeira e corpo esguio típicos da casta, destoando-se apenas os 15º de álcool que, contudo, não se notam (o que o torna "perigoso"). Nariz muito bem desenhado, bonito, cambiantes de framboesas e groselhas, todo e tudo sem excessos, com a excepção da madeira que teima em aparecer. Na boca, acidez viva e boa frescura, mas repete-se o amargo com os taninos da madeira muito presentes a contribuir para uma secura artificial que não era necessária.

Mantém-se como um tinto gastronómico (apesar do álcool excessivo), generoso e cativante, e que nesta versão de 2008 deverá ficar guardado na garrafeira mais um par de anos para ver se a madeira se integra melhor.  Acresce que, algumas provas anteriores deste tinto com vários anos em garrafa mostraram-se convincentes.

16+ 

domingo, setembro 25, 2011

Do antigamente

JMF Garrafeira RA (t) 1985


Quando saiu para o mercado vinha com pergaminhos e estatuto de topo de gama. Afirmava-se caro, e feito para durar muitos anos em garrafa. Procurava reconhecimento numa altura em que os vinhos que evoluíam em garrafa vinham de outras paragens, quase sempre mais a norte.


E a verdade é que, passados uns incríveis 26 anos, uma coisa é certa: o vinho está num óptimo momento de forma. No copo, a cor denota ligeira concentração, encarnado claro, longe de tons tijolados. Nariz muito complexo, com muita fruta ainda (framboesas, ameixa pouco madura), e muitas notas de especiaria e de bazar marroquino. Algum toque de lavanda a tornar o conjunto verdadeiramente apaixonante. Na boca está fresco, com acidez majestosa, e muito saboroso. O final segue em boa forma mas podia ser mais longo. Mais fantástico só carácter aveludado do vinho, redondo e pouco seco.


Mais uma prova que alguns tintos de Setúbal também podem durar décadas (lembro-me de, no ano passado, o João Afonso e o Arlindo Santos terem apresentado a colheita RA de 1992 em prova especial no EVS). Este RA, com mais de duas décadas e meia, consegue combina muito bem um estilo generoso na fruta com uma evolução perfeita a nível dos aromas terciários. Lembra alguns dos melhores tintos Australianos build to last.
Belíssimo!

quarta-feira, setembro 14, 2011

Do antigamente (ou nem tanto)

Dom Rafael (t) 2001

Bem sabemos que dez anos em garrafa não faz de um vinho um "vinho do antigamente" (quantos anos são precisos para fazer de um vinho um vinho velho?). Mas a verdade é que poucos acreditariam que, passada uma década, este Dom Rafael 2001 estivesse tão interessante. Mais, se as nossas prova dele enquanto jovem nunca nos fizeram recordar que se tratavam de uvas do Mouchão, passados tantos anos o local de nascimento está mais presente, aspecto muito positivo obviamente.

Está num bom momento de consumo, com alguma evolução naturalmente. Aguentará mais 2 anos, estamos certos, mas não se ganhará muito com tal opção. Fruta ligeira e uma rusticidade brava descrevem, em duas notas, este simpático vinho tinto. Muito agradável a acompanhar uma carne grelhada.

quarta-feira, setembro 07, 2011

Do antigamente

CRF Reserva (t) 1990

Feito maioritariamente (mas não em exclusivo) a partir de Baga, este Bairrada de outros tempos apresenta-se menos cativante que este e ligeiramente mais cansado que aquele outro. Está, todavia, ainda assim com ganas de continuar a dar prazer a quem o bebe, desde que o consumidor seja, naturalmente, um apreciador de vinhos desta estirpe bairradia.

Delicado, directo (não muito complexo, na verdade), marca presença na prova de nariz com notas de fruta encarnada viva que (ainda) convivem saudavelmente com pormenores oxidativos que não perturbam a prova. A boca está um pouco menos interessante, sentindo-se o peso dos anos. Mas mantém-se fresca a prova, e termina com um final de boca positivo, delgado mas com sabor.

(Foi) Provado a solo. Depois, bebido a acompanhar uma cabidela, deu mostras do seu valor gastronómico (como seria, aliás, de esperar) sem nunca saturar o paladar nem fazer adormecer os sentidos. Em suma, vale a pena provar este CRF, e vale ainda mais bebê-lo!

quarta-feira, agosto 31, 2011

Do antigamente

Vald Arcos Garrafeira (t) 1989

Ocasião para voltar a provar – e regressar a escrever - sobre vinhos menos recentes, com predomínio daqueles provenientes da Bairrada, esta que é uma das regiões do país capaz de produzir vinhos verdadeiramente duradouros e sólidos.

Esta garrafeira das 'Caves Vald Arcos' continua em forma (poderá ser bebido sem pressas nos próximos anos) e pouco mais lhe pode ser pedido. Apesar da passagem dos anos (quase 22...), mantém-se fiel ao estilo duro que a marca cultivou, revelando todavia boa e fresca fruta da Baga, sobretudo na prova olfactiva.

Na boca, a fruta está menos presente, revela boa complexidade e taninos finos. Porém, uma grande secura no final de boca (que não dos taninos) não permite que se atribua o adjectivo de elegante e, muito menos, merece que se diga ser sedoso. Em todo o caso, está muito interessante e, claro está, gastronómico.

Mais uma prova da vitalidade dos Bairradas clássicos, sendo este um daqueles que mais segue um estilo seco e rústico cada vez menos comum na região.

quarta-feira, agosto 17, 2011

de França

Egly-Ouriet Grand Cru Vieillissement Prolongé
Egly-Ouriet Premier Cru "Les vignes de Vrigly"

Tenho deliciado-me com os champagnes Egly-Ouriet faz tempo, mas sempre fora do nosso querido país, e por regra em restaurantes caros com garrafeira selecta. Em Portugal nunca os encontrei. E, contudo, são dos meus preferidos, por serem complexos e potentes; mais aptos a acompanhar um menu completo do que aperitivos; mais aptos para a mesa do que para o namoro... E, pois claro, são mais baratos que os Krug.

A boa notícia é que estão, finalmente, disponíveis em Portugal em algumas garrafeiras (dizem-me que mais para o norte do que para o sul do país). Estes dois champagnes foram provados lado a lado, com o Grand Cru extra-bruto, cheio de acidez e ainda assim elegantíssimo, a ganhar um ligeiro avanço, sobretudo pela nossa preferência pelos "pas-dosage" (17,5+). E isto porque o "Les vignes de Vrigly" brut é muitíssimo interessante, complexo e intenso, um lote exclusivo de Pinot Meunier (17,5) de uma vinha recentemente adquirida pelo produtor que não sendo Grand Cru tem tudo para o ser. Não deixa de ser curioso ser um vinho de uma só vinha (o que não é muito comum na região) e logo da casta que geralmente fica na sombra da Chardonnay e do Pinot Noir.

Sita num dos melhores terroirs para Champagnes - Ambonnay - os segredos do sucesso são uma agressiva monda em verde no Verão (o que leva a uma limitadíssima produção), o prolongado tempo de estágio, e o carácter seco dos vinhos (todos muito "brutos"). São, como se diz por aí, "a nossa praia" em termos de perfil!

Também há um tinto de Pinot Noir, relativamente raro e não barato, que é dos melhores da região (com a denominação "Coteaux Champenois" que, não sendo muito conhecida, pode original óptimos vinhos, sobretudo nos anos mais quentes) a lembrar alguns Borgonha, mas que não será (julgo) importado.

segunda-feira, agosto 08, 2011

Provas

Contraste (t) 2007

Muito interessante este vinho da colheita de 2007. Nas antípodas de muitos tintos modernos do Douro, este está mais fresco, com fruta encarnada e um ligeiro toque "animal" a dar piada. O ano - não muito quente - ajudou, é certo, mas percebe-se que existe por aqui um registo próprio, um estilo que se pretende. Nós gostamos.

Na prova de boca, mantém o mesmo registo, muito gastronómico, acidez vincada, fruta mais do que suficiente mas sempre numa toada fresca e cativante. Um daqueles vinhos que se bebe com prazer de beber e não apenas de provar. Talvez ainda melhore mais com uns aninhos, e com mais complexidade estamos certos que seria um vinhão.

16,5

sexta-feira, agosto 05, 2011

Novidade

Secret Spot Alentejo (t) 2008

Existiam já duas edições de Secret Spot, os topos de gama da empresa com o mesmo nome: um tinto no Douro (2004 e 2005, salvo erro) e um moscatel velho também do Douro (com, pelo menos, dois engarrafamentos). Esta é a primeira colheita no Alentejo. E que tinto! Não se conhece ao certo onde estão localizadas as vinhas, para além de se saber que é um vinho alentejano. Pela frescura que tem, apostamos nas regiões a norte de Estremoz. Pela complexidade que apresenta, apostamos em vinhas velhas, com várias castas misturadas.

A primeira nota olfactiva pode ser perturbadora, tanta é a diferença para com a maioria dos tintos alentejanos e a intensidade das notas a azeitona verde, caruma e vegetal seco. Ligeiríssima nota animal também presente. Muitos não gostarão desta primeira abordagem, intensa, máscula mas nada sobremadura - mas nós... bem, nós somos fãs! Com arejamento surge uma fruta negra (ameixa), decadente, muito profunda como que inalcançável, tudo num conjunto de grande mineralidade.

Prova de boca fresca, demolidora pela complexidade em alta, taninos firmes mas maduros, com torrefacção e deliciosas referências a café. Saboroso final de boca, portentoso e em crescendo que termina em suave amargo.

Um dos melhores lançamentos provados este ano. Parabéns à Secret Spot Wines e, em especial, ao Gonçalo Sousa Lopes e ao Rui Cunha.

17,5-18  

segunda-feira, agosto 01, 2011

Novidade

Casal Sta. Maria (b) 2010

Mudou de nome este vinho sintrense. Sobre a sua origem e história já nos referimos aqui a propósito da colheita de 2009, então denominado "Senhor da Adraga". A colheita de 2010 repete a fórmula; usando conhecidas castas internacionais como a Chardonnay e Semillon, mais a nossa Alvarinho, produz-se um vinho onde o terroir se impõe.

Explicamo-nos: apesar das castas utilizadas - e, como vimos, não são quaisquer umas, antes as mais famosas de França -, temos aqui um vinho cuja prova não nos remete para as referências habituais da Chardonnay ou do Semillon. Por outras palavras, não são as castas a comandar a prova (nem de nariz, muito menos na boca), mas uma frescura atlântica muito seca - quase palha na boca, com poucos tiques frutados ou florais - e uma acidez vincada.

Curiosamente, provámos, novamente, a colheita de 2009 e já o achámos menos interessante. Com a evolução, a acidez altiva quase excessiva já lá não mora (mas ainda está seco e apetecível), e descobrem-se, agora, as referências de cada casta. Em suma, está menos sintrense e mais internacional (e apostamos que muita gente até gostará dele mais assim; mas nós não).

O 2010, por ora, está muito bom, apesar de já não existir o factor surpresa. Aconselha-se a não guardar muito mais o 2009 e "atacar", de imediato, o 2010.

16,5

quinta-feira, julho 21, 2011

Novidade

Bafarela (R) 2010

Este é um Bafarela que destoa dos restantes. É muito jovem (2010), é rosé, e é muito menos alcoólico do que os seus irmãos tintos. Nada a opor, bem pelo contrário!

Tem muita fruta – bem definida e persistente – o que não fica mal num vinho de Verão desde que seja leve e fresco também, o que acontece. Acresce que não é dispendioso e fará óptima companhia a grelhados, sejam sardinhas sejam febras ou entremeada.

Em suma, prove-se e beba-se, à vontade.

15

segunda-feira, julho 18, 2011

Provas

Passadouro Reserva (T) 2004

Continua como estava há meia década quando o provámos pela primeira vez: muito escuro, de perfil químico (tinta-da-china), lácteo e, pois claro, "fechado a sete chaves". Mas tem frescura, e mostra já um final de boca muito interessante. Ainda não sabemos se é um diamante por lapidar ou apenas um tinto que tem dificuldades em evoluir. A ver vamos...

16,5++

quarta-feira, julho 06, 2011

Prova especial

Qta Vallado Res. '06 vs. Encostas do Tua Res. '06

Dois bons vinhos duriense de uma colheita menos boa. Dois bons vinhos tintos do Douro mas de terroirs diferentes com vários quilómetros entre si (a Quinta do Vallado no Cima Corgo e o Vale da Corça no Douro Superior). O Vallado esteve mais subtil, mais elegante, com um belo trabalho nas barricas (fumados e especiarias várias), mantendo um perfil severo ainda que ligeiramente rústico no final de boca (16,5). O Encostas do Tua, revelou-se mais generoso na fruta, mais evidente na utilização da barrica, guloso e sedutor (16,5). É difícil encontrar um vencedor claro, e tudo dependerá do gosto pessoal, apesar do Vallado, por ora, se beber melhor e mostrar-se ligeiramente mais gastronómico.

quinta-feira, junho 30, 2011

Provas

Esporão Petit Verdot (t) 2008

Não é primeira vez que escrevemos que os vinhos alentejanos do Esporão estão cada vez melhores, pelo menos a gama Vinha da Defesa (óptimo o rosé das últimas duas edições), os Private Selection (melhor o tinto que o branco), e a nova colecção de monocastas.

Nestes últimos, o salto qualitativo foi, mesmo, impressionante. E as versões de 2008  (o segundo ano da "nova vida" dos monocastas do Esporão, mais selectos e exclusivos do que no passado e com upgrade imagem) que agora foram apresentadas não desiludem em face das versões apresentadas na colheita de 2007, revelando a consistência que a marca Esporão costuma proporcionar.

Das versões de 2008, destacamos o Petit Verdot (PV). E assim o fazemos não tanto (ou melhor, não apenas) pela casta estar cada vez mais em voga (de súbito, lembramo-nos de pelo menos meia dúzia de PV espalhados de Beja a Alenquer), mas sobretudo pelo enorme equilíbrio conseguido neste tinto de grande precisão. Não é tão verdasco quanto o Alicante Bouschet (que se mantém potente e fresco) e não é tão exuberante quanto o Touriga Nacional (mais uma óptima versão, disputando o pódio de melhor touriga da planície). Acresce que é melhor que o Syrah, talvez o tinto menos conseguido dos monocastas, por ser algo morno, apesar da sensualidade que emana a cada gole.

Em suma, se no ano passado ficámos radiosos com a qualidade do Aragonês e do Touriga Nacional, este ano é sobretudo o PV a fazer-nos a delícia, apesar de os restantes revelarem, igualmente, uma qualidade muito elevada (incluindo um simpático Verdelho de 2010).

Com os monocastas do Esporão a continuarem assim - na qualidade e no preço ajuizado - a procura por vinhos de uma só casta não vai desaparecer tão depressa…

17

quarta-feira, junho 22, 2011

Provas

Quinta do Soque Vinhas Velhas (t) 2008

Mais uma demonstração do que as vinhas mais velhas do Douro podem proporcionar, desde que estejam no local certo, em boa saúde, e o produtor não se preocupe com a pouca produtividade.

A prova no nariz começa fechada, com aromas muito profundos a notas de fruta madura mas muito longe de serem doces. Algum grafite e notas de fumo, também. Na boca mantém o regiso fechado, duro, fresco e com taninos que se revelam em cada esquina mas sem agredir o provador. E esta é outra maravilha das vinhas mais velhas, é permitirem vinhos polidos e muito complexos ainda que também sejam poderosos e intensos ao mesmo tempo.

É um vinho que pede comida, decante, e um copo tipo-borgonha. Ou seja, é um vinho para começar a provar daqui a 5 anos e guardar uma ou duas garrafas para daqui a 15 anos vermos o que lá está. São vinhos destes que o Douro também precisa. E este pode vir a ser um clássico.

17++ 

segunda-feira, junho 20, 2011

Provas

Brancos da Herdade do Rocim

Trata-se de dois brancos: um, o reserva, já no mercado há alguns meses, o outro, entrada de gama, a sair por estes dias. Começando por este, o Rocim (b) 2010 é um vinho simples, frutado e directo (14,5), pelo que não temos dúvidas em afirmar que é o Reserva que interessará mais ao enófilo e ao curioso.

O Olho do Mocho Reserva é um monovarietal Antão Vaz, casta branca em que muitos produtores alentejanos apostam. Apesar de registarmos a evolução positiva das mais recentes propostas produzidas a partir desta casta, julgamos ser ainda preciso abandonar a opção por estágio integral em madeira nova, e o uso de tostas agressivas em especial no carvalho americano.

Este Olho de Mocho Reserva (b) 2009 é paradigmático do que acima dissemos - é um bom vinho, com a casta a mostrar as suas virtudes (boa complexidade, boa estrutura e corpo), está fresco e com acidez muito interessante (16). Peca apenas a prova de nariz algo doce e o toque a baunilha no final de boca que preferíamos que não existissem. Melhorando esses aspectos (que são praticamente transversais à maioria dos 100% Antão Vaz), julgamos que a nova geração de brancos a partir de Antão Vaz - liderado por este Olho de Mocho Reserva - pode trazer ainda mais sucesso aos produtores alentejanos. 

quinta-feira, junho 09, 2011

Prova especial

Warre's Vintage (p) 1963

Servido em magnum. Ligeiramente com menos garra que a média das provas do Dow's Vintage do mesmo ano, mas muitíssimo elegante. A cor mantém-se aguerrida, num tom encarnado claro, mas ainda longe das matizes de cobre. Grande expressão aromática, sem vinagrinho, doçura muito bem controlada (i.e., não excessiva) na prova de boca, e um final estonteantemente longo.

É um grande Porto em perfeito momento de consumo. Por outras palavras, é um grande vinho em qualquer lado do Mundo!

18,5

segunda-feira, junho 06, 2011

Provas

Reserva-do (t) 2005

Mais um produto do projecto "Altas Quintas", este reserva-do diz-se ser o topo de gama em anos nos quais o perfil do vinho não é exactamente o pretendido para o outro topo de nome Obsessão. Confessamos que ficámos um pouco confusos, pois se é verdade que o vinho não consegue chegar ao nível - muito alto, diga-se - do Obsessão (t) 2004 (ver a prova aqui), também é verdade que não conseguimos detectar um perfil diferente.

E isto porque mantém o estilo fresco, seco, e vigoroso. De início fechado, abre-se aos poucos em matizes de fruta maduro mas pouco doce, notas a terra com destaque para túbaras do alentejo. Na boca continua fresco, de boa amplitude, sem peso excessivo e com um final em construção que irá melhorar certamente. Um vinho muito bom, para guardar, pelo menos, mais 10 anos.

Em suma, nomes à parte - preferimos a designação "reserva-do" a de "obsessão" - temos um vinho de grande qualidade, fresco e poderoso. 

17+ 

quinta-feira, junho 02, 2011

Soalheiro (b) 2005 & Muros Antigos (b) 2002

São brancos que reluzem. Belos brancos, sem estágio em madeira e com vários anos em garrafa. Melhor ainda, são baratos para a qualidade que têm.

O primeiro que provámos foi o Soalheiro (b) 2005, claramente a melhor edição da última década. Guardada desde a sua aquisição no início de 2006, revelou-se com cor amarela clara ainda não muito carregada, sem nenhum tique tropical no nariz, e bastante mineral na prova de boca, ainda com capacidade de evolução. O final de boca esteve mesmo em destaque, prolongadíssimo, muito acima da nossa memória dele há 5 anos atrás (17).  Mas melhor surpresa ainda foi o Muros Antigos (b) 2002, que, apesar da cor já marcadamente amarela, se apresentou perfeito à prova. Muito mineral no nariz, ligeiro amargo na prova de boca com vegetal verde (couve/espargos), e enorme acidez. Um belíssimo verde, sério e contido, com quase uma década de garrafa (17).

Não temos dúvidas: é guardá-los!
Dois óptimos brancos em grande fase por uma bagatela de euros.

PS: na foto, riedel com Soalheiro (b) 2005 num fundo de um quadro de Maria d' Aires.

segunda-feira, maio 30, 2011

Prova especial

Roriz contra Roriz

São poucos os (a)casos de colheitas de 2000 melhores que as de 2001. Sobretudo no Douro. Mas aconteceu-nos faz pouco tempo com dois Roriz Reserva. Claro que os tintos de Roriz (magnífica a quinta, dizê-lo não gasta nem cansa) nunca foram de seguir modas e sempre baralharam as contas... Por isso não se estranha que tenha saído tudo ao invés: mais duro o 2000, mais cansado o 2001; com taninos mais sólidos o 2000; menos fresco o 2001. Ambos bons (mas talvez não muito bons), mas não são vinhos de guarda. Prove-se e beba-se agora, de preferência em parelha, que darão prazer.

quinta-feira, maio 26, 2011

Troika de Brancos de 2009

A verdadeira Troika dos vinhos brancos nacionais, sem contar com um ou outro verde minhoto que poderia estar incluído. O Primus (b) 2009 é um vinho de precisão incrível, um vinho de harmonia e força, pleno de mineralidade. O Guru (b) 2009 não tem parado de melhorar em cada uma das últimas edições e está nesta versão incrivelmente fresco e complexo, sem marca de madeira. O Foz d' Arouce (b) 2009 é directo, muito saboroso e profundamente subtil.

Que bela Troika!

segunda-feira, maio 23, 2011

de França

Château Pichon Longeville
Contesse de la Lalande (T) 1988

Belíssimo Pauillac este clássico Pichon Lalande, um dos melhores "super segundos" de Bordéus (grupo restrito de vinhos que, sendo 2ème Cru-Classé, são fantásticos). E em forma também! Não sendo o '82, este '88 mostra-se a dar cartas e o preço pode compensar. Cor muito escura, nariz muito preso de início. Depois de muita decantação, mostra os pergaminhos da região: revela-se forte, potente, incrível para as mais de duas décadas que já leva! Não se consegue distinguir qual a casta mais presente, até porque o Merlot aqui não é apenas residual. Apesar do estilo potente, os anos trouxeram-lhe elegância e prolongaram-lhe o final com taninos saborosos. Um vinho (per)feito, e um vinho (per)feito para durar, pelo menos, mais meia década. Para o '82, que ainda não provámos, veja-se aqui (e pelo vistos confirma a fama).

18

quarta-feira, maio 11, 2011

de Itália

Fontodi Case Via (T) 2003

Não podemos ter meias-palavras. Há que dizê-lo: deveríamos ser capazes de fazer um Syrah assim em Portugal, mas não o fazemos ou, pelo menos, nós ainda não o provámos. É certo que este Case Via chega-nos da casa Fontodi, uma das clássicas das colinas centrais da Toscana, mais conhecida pelo seu topo de gama Sangiovese ("Flaccionello", um dos favoritos de Robert Parker), mas nunca esperámos que este Syrah fosse tão bom. 

Apesar de 2003 ter sido uma colheita muito quente na Toscana - tal como o foi em quase todas as regiões portuguesas - chega-nos um vinho muito pouco sobremaduro. Claro que é poderoso e algo rústico - fruta decadente, aromas a cogumelos e terra, a carne, algum químico e ligeiríssimo animal -, mas sempre sem perder o equilíbio e a proporção e, muito importante, sem perder frescura (coisa que parece impossível pois, no Verão de 2003, a zona central da Toscana atingiu temperaturas muito superiores a 40º durante vários dias seguidos). É certo que é um vinho bem desenhado, mas tem mais: tem carácter (apesar da casta ser importada de França) e tem outra qualidade também, a sua complexidade, qualidade tão difícil de encontrar nos "espécimes Syrah" nacionais. A boca é sedosa e sublime - a verdadeira sedução dos vinhos italianos! -, com os seus taninos maduros muito saborosos.

Não, este não é um texto de quem está desgostoso relativamente aos Syrah produzidos em Portugal. Pelo contrário! Este é um texto de quem esperança, sim esperança que alguns dos grandes produtores e enólogos nacionais provem este tinto e o tentem imitar.

17,5+

sexta-feira, maio 06, 2011

Um texto político

Meias garrafas de champagne refrescadas rapidamente num saco de plástico com muito gelo e água. Truque barato mas eficaz. Também o Mumm, não muito caro e longe de ser um nosso preferido, revelou-se eficaz na arte de agradar sem impor complexidade(s). 

Ainda há momentos assim. Haja vida para eles, mesmo com o FMI dentro de casa.

segunda-feira, maio 02, 2011

David Lopes Ramos


Conheci pessoalmente o David Lopes Ramos apenas em 2009 apesar de há muito seguir as suas crónicas gastronómicas. Primeiramente pareceu-me sereno, tímido até, e ligeiramente distante. Numa segunda volta, logo percebi que a serenidade era a sua matriz, e que a referida distância era apenas uma ilusão - na verdade, revelou-se sempre muito amável e incrivelmente cordial para mim, um seu admirador.

Lembro-me de uns rissóis de camarão que provámos no Panascal num dia de sol de Inverno. Adorei-os e disse-lhe que os achava fantásticos; respondeu-me que eram realmente bons, que tinham sido preparados pela cozinheira da quinta (que ele conhecia), e que o segredo talvez fosse o caldo (o David era louco por caldos...). Por mais do que uma ocasião voltámos a falar sobre esse dia de Inverno magnífico no Douro e, claro, sobre esses rissóis de camarão - a última circunstância em que nos lembrámos disso foi nos prémios da Revista de Vinhos faz 2 meses, quando calhámos, mais uma vez, na mesma mesa. Infelizmente, foi a última vez.

Que grande tristeza a sua morte.

Os mais sinceros pêsames à família, sobretudo a sua mulher que também conheci, e à filha.

NOG

sexta-feira, abril 29, 2011

Provas

Pedro & Inês (T) 2004

Um vinho diferente no portefólio do grupo Global Wines/Dão Sul que agrega marcas e quintas como Cabriz, Quinta das Tecedeiras, Quinta do Encontro, entre outras, inclusivamente fora de Portugal. Um vinho do Dão produzido a partir das castas Baga e Alfrocheiro, ou seja um quase abraço do Dão à Bairrada. Um vinho que gostámos por ser fresco e ligeiramente taninoso com a casta Baga a mostrar "os dentes".

Em prova, revelou um bouquet elegante, a mostrar evolução, numa (an)dança floral com notas de framboesas, morangos pouco maduros e especiarias. Boca de perfil fino - tipicamente da região -, não opolento, mas com  uma acidez muito vincada - tipicamente da Baga - e taninos rijos. Pode ser mantido na garrafeira pelo menos por mais 4 anos.

Não sendo um clássico, é um produto muito interessante, até pelo carácter gastronómico (não por acaso foi feito a pensar na carta de vinhos do restaurante da Quinta das Lágrimas em Coimbra). A nosso ver, é um dos vinhos com mais alma de todo o extenso portefólio do grupo Global Wines/Dão Sul.

17