quinta-feira, maio 16, 2013

Prova

Diga? (t) 2005


Prova deste tinto bairradio feito de Petit Verdot. O nome  (a interrogação sugeria-se naqueles que não conheciam a casta bordalesa) e imagem estão bem conseguidos como é habitual nos produtos da Campolargo. O vinho está maduro, refletindo o ano que foi muito quente e mesmo o carácter mais áspero e taninoso da casta parece atenuado. Fruta preta, em camadas, muito generoso na prova de nariz. Na boca, exuberante e com final quente.

A propósito, cada vez surgem mais exemplares de Petit Verdot em Portugal, em especial no Alentejo - nada contra... Sendo certo que ainda não houve um que nos justificasse plenamente a opção pelo engarrafamento a solo (estreme), também é verdade que não têm desiludido no copo. Por isso, a vertente comercial decidirá o futuro desta opção.

Voltanto ao vinho em prova, este Diga? da colheita de 2005 está bom e evoluirá um pouco mais, mas afasta-se  quer do paradigma da região (por norma com maior acidez e elegância) quer dos tintos bordaleses (que não privilegiam a casta, utilizando-a em pequeníssimas proporções). Em qualquer caso, uma curiosidade bem feita e a merecer prova. (16)

quinta-feira, maio 09, 2013

Novidade

Valle Pradinhos (t) 2008

Boa ideia a de lançar um vinho tinto, robusto e intenso, após um estágio em garrafa de quase 4 anos. Pois bem, acompanhamos, faz algum tempo, as edições deste clássico vinho de Trás-os-Montes, há muito com o apoio enológico de Rui Cunha (no início, há mais de vinte anos, o enólogo foi Nicolau de Almeida).

Esta colheita de 2008 é, em comparação com a anterior, um vinho que não renega à terra que o viu nascer. É que se o 2007 estava quase perfeito no equilíbrio entre exuberância e sobriedade (um belo vinho português), este está mais maduro, quente e generoso. Continua a ser um primus inter pares, mas o ano de 2008 marcou-o muito (como seria de esperar) e enquadra-se agora mais na tipologia transmontana.

Um clássico português a não perder de vista. Depois da magnífica colheita de 2007, um bom tinto 2008, intenso e carismático (16)!

sexta-feira, maio 03, 2013

Novidade

Covela Edição Nacional (b) 2012

Regressam os vinhos da Covela e ainda bem! A este respeito, recordamos, como se fosse hoje, a visita que fizemos com Rui Cunha (novamente o enólogo do projecto) nas vindimas de 2007 (ver aqui). A título pessoal, podemos afirmar que sempre gostámos do estilo dos vinhos da Covela e a quinta (na verdade a junção de duas quintas) merece ser vista pelo cenário florido que encerra.

Quando a este branco, assumido agora como 'verde' - os novos proprietários sabem bem que 'vinho verde' é uma marca forte nos mercados estrangeiros -, é feito a partir da casta Avesso, típica da região Entre-Douro-e-Minho. Por isso, por ser uma casta nacional (o que não é assim tão comum na Covela), leva o nome de Edição Nacional. Parece-nos bem.

Está muito bem no aroma, exuberante a fruta branca, muito bonita, e algum mineral. Na prova olfativa está mais florido e menos citrico que muitos dos vinhos da região. Na boca, contudo, volta a assumir-se como um vinho verde, muito fresco e amplo, com óptima acidez, sentindo-se mesmo um ligeiro pico... (16)

Serão comercializados outros vinhos da Covela além deste. A par desta 'Edição Nacional' de 2012 será, para já, lançado um 'Covela Escolha' que também provámos e aprovámos (vinho mais mineral e sério que aconselha algum repouso em garrafa).