sexta-feira, abril 24, 2009
segunda-feira, abril 13, 2009
Mal tínhamos saído do Aeroporto da Madeira e já nos dirigíamos para a "Paixão do Vinho" (Via Rápida, cota 200, Posto Repsol), garrafeira pertencente aos sócios Filipe Santos e a Francisco Albuquerque. Tudo combinado, pormenores ajustados, foi com o segundo dos consócios, enólogo da "Madeira Wine Company", que planeámos, para o dia seguinte, uma visita ao Wine Lodge da "Blandy's", outrora Convento de São Francisco, mesmo no epicentro do Funchal.
Francisco Albuquerque tem no curriculum três prémios mundiais de melhor enólogo de vinhos fortificados, mas poderia ter também vários outros prémios tanto pela gestão de um imenso stock de vinhos (milhões de litros), como pela supervisão de cerca de quatrocentos produtores (onde a parcela de maior dimensão não chega a um ¼ de hectare), ou ainda pela homérica catalogação dos aromas dos vinhos da ilha. E claro, um prémio também pela fantástica capacidade de comunicação, através da qual consegue trocar "por miúdos" qualquer matéria tecnicamente mais complexa.
Aliciante, no mínimo, foi a visita guiada ao Wine Lodge da "Blandy's" pelo próprio Francisco Albuquerque, que incluiu a entrada no cofre onde estão guardadas as últimas reservas (e no qual brilham, entre outras, as famosas garrafas 1792 Napoleão) e não dispensou a visita às várias salas onde repousam em canteiro (chama-se "canteiro" pois as pipas encontram-se fixas sobre pedras trabalhadas pela técnica de cantaria) os vinhos que irão constituir novos lançamentos e/ou enchimentos. De seguida, na Sala Frasqueira, provaram-se, da "Blandy’s", os Colheitas Malmsey de 1990 e de 1993 (ambos bons, mas mais complexo e amplo o primeiro), os Colheita Bual de 1990 e de 1992 (com este último a revelar-se vibrante e fresco) e o elegantíssimo Frasqueira Bual s/d com, pelo menos, mais de 50 anos (fino de perfil e de recorte gracioso, a notar-se o tempo de garrafa). Provaram-se ainda dois vinhos por nós já conhecidos, o Bual 1968 e o Bual 1977, ambos muito bons. Da Cossart Gordon, provou-se um explosivo Sercial 1963, um vinho de concentração máxima, absolutamente seco na boca e de final de acidez elevada e prolongadíssimo (a demonstração do que melhor a casta consegue fazer, mas poucas vezes o faz).
Tempo ainda para provas na "Barbeito", proporcionadas pelo afável staff da "Garrafeira Diogos" (Av. Arriaga, 48, Funchal), com destaque para o altivo Malvasia Lote 20 anos (doses maciças de avelãs e noz, e ainda bolo inglês como referências) e para o muito acessível Single Harvest 1997, um 100% Negra Mole que não pretende ficar na sombra das castas brancas e mostra-se em muito bom plano. Provaram-se ainda os Reserve 10 anos, quer de Bual quer de Malvasia, dois clássicos e best-sellers da marca, sempre com um óptima relação preço-qualidade.
terça-feira, abril 07, 2009
Tudo começou com mais uma edição do DSF Moscatel Roxo Rosé, desta feita da colheita de 2008, revelando-se, uma vez mais, como um dos melhores rosé nacionais (e não só). Complexo no nariz com fruta e matizes florais (rosas) intensas, corpo mediano/encorpado e final saboroso. Uma aposta ganha por Domingos Soares Franco, um rosé que marca pela superioridade sobre os concorrentes e que revela uns nem sempre simpáticos 12.9% de álcool (17).
Depois, já com uma terrina de foie-gras no prato (com compota de figo, maça "grany smith", e "peta zetas", muito bom por sinal) provou-se o Camarate (B) 2008, um branco doce, produzido a partir de uvas Moscatel e Malvasia fina, em iguais proporções. Muito frutado, com pendor pesado para fruta cozida e referências a amêndoa amarga e anona, algo linear. Portou-se bem, todavia, no que respeitou ao "wine paring" com o foie gras (e mostrou ter apenas 11% de álcool), mas foi o vinho em apresentação que menos nos agradou (14,5).
Por fim, serviu-se o topo de gama Hexagon (T) 2005, muito mais vinho que as duas edições anteriores, mais força, mais músculo, mais taninos, enfim mais garra. A acompanhar um medalhão de javali (mimado com trouxa de chévre, maça esmolfe caramelizada e molho frio de moscatel, numa criação culinária que só pecou pela secura e dureza da carne), o Hexagnon mostrou ser dotado de um nariz intenso a fruta preta (amora e mirtilhos), folha de tabaco, e referências a carvalho novo. Boca com muita fruta, boa acidez, complexidade assinalável (são seis castas, com predomínio para a Syrah, Trincadeira e Touriga Franca) e um bom prolongamento de final de boca. Temos vinho (17 – 17,5)!
quinta-feira, abril 02, 2009
Quinta dos Avidagos
Não é a primeira vez que provamos vinhos da Quinta dos Avidagos e este Reserva da colheita de 2006 vem confirmar a apetência do terroir da casa Nunes de Matos, com duas quintas próximas da Régua, para fruta compotada e corpo delicado (eg., ver aqui e ali).
15,5