domingo, março 30, 2008

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Syrah do Douro
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A serenidade obriga a que não tomemos posições radicais perante a mais que certa realidade: está para breve um monovarietal de syrah do Douro, e logo de uma marca de topo!
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São poucos os que conseguem conter esse "segredo", mas dúvidas não restam que este ano iremos ter um tinto do Douro à venda feito a partir de syrah. Dissemos "à venda" pois, em rigor, já faz uns anos que circulam experiências a partir da casta francesa entre produtores e enólogos da região. E, perante a ausência este ano de vários topos de gama, dada a falta de qualidade da colheita de 2006, esta poderá ser mesmo uma novidade que irá mexer com o mercado.
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Este facto, posto que não é mais segredo agora que revelado, faz-nos lembrar uma conversa que tivemos com um produtor do Douro numa das várias viagem à região em época de vindima. Na sequência da nossa interrogação a propósito de uma determinada vinha cujas uvas não eram colhidas, o produtor revelou-nos que se tratava de syrah e que não as colhia pois não podia atribuir ao vinho a denominação DOC e não tinha certeza de como o mercado, e os seus pares que também a produziam, iriam reagir.
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Ao que nós perguntámos:
- "Mas existe muita syrah por aqui no Douro?"
E foi-nos respondido:
- "Então não existe, quase todos os produtores têm um talhão".
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A ver vamos...
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segunda-feira, março 24, 2008


Novidade: Quinta da Sequeira Late Harvest


Em menos de dez anos, a Quinta da Sequeira passou de apenas um tinto colheita ('2001) para apresentar uma gama completa: rosé, tinto colheita, tinto reserva (já houve um grande escolha em '2002), branco colheita, branco reserva vinhas velhas, e o topo de gama grande reserva. Ou seja, só falta um espumante e um late harvest (LH).
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Mas atenção… o LH já vem a caminho. É caso para dizer que com tantos vinhos o consumidor até se pode perder. Bom, em todo o caso, como a qualidade dos vinhos da Quinta da Sequeira é garantida, até o consumidor perdido não irá dar por mal empregue os seus euros. Mas vamos ao que interessa, vem aí o LH. E se o rosé e o branco reserva já são valores seguros no mercado nacional, este LH parece vir querer colocar em cheque a posição daqueles que nos últimos anos têm preenchido o pódio dos colheitas tardias nacionais (e toda a gente sabe de que falamos).
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Cor amarela forte e brilhante. Nariz complexo e com muitas referências florais, revela uma óptima frescura que o distingue de outros da mesma classe. Na boca, revela-se com menos botrytis do que se podia esperar, mas esse facto até parece ser benéfico pois fica mais oscilante, enfim talvez menos previsível. Pastoso, leva-nos ao céu com um toque metálico que percorre as gengivas (algo que só nos costuma acontecer com os húngaros tokays). Continua fresco na boca, mas sempre com sabor naturalmente doce, tem um final demolidor, daquele do tipo "pilha duracel" tanto que dura.
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Por enquanto é apenas uma amostra, mas já em garrafa. Falta o rótulo e pouco mais. Por nós, contamos os dias até ao seu lançamento. A não perder, a não ser pelo preço que apesar de desconhecemos esperamos que não venha a ser especulativo.
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quarta-feira, março 19, 2008


Talentvs (T) 2004

É o actual topo de gama da Quinta Seara d’ Ordens, com 3.000 mil garrafas produzidas, e um preço final de cerca de € 25. Mostra cor violácea no copo, nariz com ataque de casca de amêndoa e fruta preta. Boca rústica, oscila bem entre alguma madeira agressiva e alguma suavidade dos taninos do vinho. Convém decantá-lo para o amaciar mas o perfil algo duro mantém-se: dá luta!
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É um vinho bem feito, sem modernices, tem um forte cariz gastronómico e uns simpáticos 13,5º. O "talento" a que alude a designação parece resultar mais das uvas e do terroir do que do trabalho da adega. Se fosse um pouco mais barato seria um verdadeiro achado.
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16,5


Próximos vinhos: Versus (T) 2004; Apegadas Quinta Velha (T) 2005; Porta Velha (T) 2005; Vale de Rotais (T) 2004

sábado, março 08, 2008


Alvear PX (B) 2004

Nem de propósito: estarmos em Madrid e escrever umas palavras sobre este PX (abreviatura para Pedro Ximénez) que, como tantos outros, conseguiu saiu do esquecimento quando Robert Parker o destacou com mais de noventa pontos faz pouco tempo. Em rigor, a marca Alvear sempre foi relativamente conhecida pelos seus PX, vinhos com sucesso durante grande parte da segunda metade do século vinte, mas esquecidos a partir da década de noventa. Agora, já no século vinte e um, ganharam novo fôlego. São vinhos naturalmente doces, segundo a tradição espanhola de utilizar uvas praticamente em passa depois de colhidas e muito expostas ao sol. Este PX da colheita de 2004 mostra-se um vinho dourado na cor, de boca ampla, vincadamente pastoso. Tem um nariz meloso e na boca mostra sempre um cariz muito doce e, por isso, deve ser servido muito fresco (mesmo abaixo dos 5 graus).
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Serve muito bem o seu propósito de acompanhar sobremesas (na foto com leite creme) e o seu preço é uma surpresa. Quase sempre em garrafa de meio litro, esteve disponível em Portugal durante alguns meses no clube WinePT, e ví-o ontem na garrafeira Lavinia na Calle Jose Ortega y Gasset a pouco mais de 10 € (também há um reserva mas esse é bem mais caro).
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16,5
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Próximos vinhos: Talentvs (T) 2004; Versus (T) 2004; Apegadas Quinta Velha (T) 2005; Porta Velha (T) 2005; Vale de Rotais (T) 2004

terça-feira, março 04, 2008


Paulo Laureano Premium (T) 2004

Bem equilibrado, entre um cariz rústico marcado pela caruma e um toque de modernidade. Fruta bem saborosa, morango, casis, enfim uma panóplia de frutos vermelhos. Bom diálogo das castas, também na boca, redonda, macia. Está em óptima fase de consumo e não deve melhorar em garrafa. Peca o final que podia ser mais impositivo, mas não se pode pedir muito mais a vinho deste preço.
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Bom tinto, a um preço interessante, a menos de 10 €. Tem tudo para que dele se goste, e acompanhará bem um prato simples.
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15,5
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Próximos vinhos: Alvear PX (B) 2004; Talentvs (T) 2004; Versus (T) 2004; Apegadas Quinta Velha (T) 2005; Porta Velha (T) 2005; Vale de Rotais (T) 2004

domingo, março 02, 2008


Duas novidades – tintos

Já se sabe, cada semana que passa são lançados no mercado novos vinhos portugueses. A vida do enófilo provador é pois cada vez mais difícil e… gratificante, pois claro.
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Nesta ocasião começamos por sugerir um touriga nacional do Ribatejo, um vinho cujo nome é difícil de se pronunciar, sendo bem mais fácil gostar-se dele. É o Mark Stephen Schultz Res. Touriga Nacional (T) 2005, um tinto profundo com pendor vegetal, de boca fresca e ampla, e final de intensidade média. Não nos admirávamos se melhorasse com um ano em garrafa, pelo menos. Recomenda-se decantar previamente e servi-lo a acompanhar um prato robusto. O preço deve rondar os € 10, o que nos parece ajustado. No cômputo final: 15,5.

O segundo tinto é o Cem Reis Reserva (T) 2005, um syrah da Herdade da Maroteira, um daqueles vinhos onde a casta se apresenta com uma tendência curiosamente vegetal, bem longe do pendor compotado que é tipico da maioria dos comparsas alentejanos. Poderá ser bebido a solo mas tem corpo para aguentar uma refeição. A falta de acidez aconselha, todavia, uma carne simples. Um vinho para quem gosta de sensações fortes, químicas, e não espera muita complexidade. A menos de 15 € será uma escolha acertada, mas existem outras pelo mesmo preço. No cômputo final: 15.


Próximos vinhos: Paulo Loureano Premium (T) 2004; Alvear PX (B) 2004; Talentvs (T) 2004; Versus (T) 2004; Apegadas Quinta Velha (T) 2005; Porta Velha (T) 2005; Vale de Rotais (T) 2004