Prova: Quinta do Perdigão (segunda ronda)
Depois da primeira ronda pelos tintos da Quinta do Perdigão (ver post infra), deixamos agora a nossa impressão do estreme touriga e do reserva, ambos de 2004 e num patamar de qualidade superior aos restantes.
Vejamos:
Quinta do Perdigão Touriga (T) 2004: Cor púrpura muito escura, verdadeiramente viniosa. Nariz definido e marcante: é touriga do Dão! Violeta, bergamota, casca de laranja, frutos secos. Sensações a ardor quente e a algum álcool que podem saturar o consumidor regular de vinhos do Dão. Surpreende pela suavidade que já apresenta na boca (digamos que não é preciso esperar 2 ou 3 anos por ele); bom trabalho na madeira que se sente (e sente-se a suavidade que transmite) mas não impõe aromas ou sabores. Belo corpo, redondo e com estrutura moderna. Pena o final (com músculo, mas de média persistência) que pedia mais. Em suma, um tinto sedutor, elaborado a partir de touriga genuína do Dão à qual foi adicionado uma dose certa de modernidade. 17
Quinta do Perdigão Reserva (T) 2004: Muito escuro no copo, quase opaco. Nariz intensamente floral com o aroma dominado pela touriga numa versão floral mas adocicada. Boca com fruta, corpo macio, não está muito diferente do estilo do estreme touriga (ver supra), num estilo marcadamente guloso. Contudo, como é vinho de lote, apresenta-se já mais equilibrado, mais gastronómico, mas não menos sedutor. Curiosamente (ou não), também está com mais fruta (ameixa) do que o irmão touriga. Já se pode beber mas valerá mais se guardado por um par de anos. Um tinto que não cansa, fresco e franco. Final longo, persistente. Um vinho menos musculado que o touriga, mas mais complexo... o nosso palato agradece e dá-lhe preferência. Muito bom tinto do Dão a preço não exagerado (a menos de € 25). 17,5
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Próximos textos: Quinta do Alqueve 2 Words (T) 2004, Casa de Vila Verde (B) 2005; Espumante Vértice Grande Reserva 1992; Duas Quintas celebração (T) s/ ano.