quarta-feira, outubro 22, 2008


Olho de Mocho (R) 2007

Com este texto iniciamos um périplo em redor dos vinhos da Herdade do Rocim (mas teremos vinhos que se vão intrometer no caminho...). O enófilo mais atento, e leitor assíduo das revistas da especialidade, já saberá que este recente projecto brota da aquisição de uma propriedade alentejana sita nas planícies entre Vidigueira e Cuba. Projecto de significativa dimensão e investimento, conta já, além da vinha plantada, de adega e demais instalações modernas e, quase quase, um turismo rural. À frente do projecto está a Eng. Catarina Vieria, com formação na área.
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Nos vinhos propriamente ditos, a gama é bipolar: por um lado o Olho de Mocho (rosé, branco e tinto) e Olho de Mocho Reserva (branco e tinto); por outro lado, o Rocim (por enquanto apenas tinto) na base da gama. De todos, (só) ainda não provámos o tinto Olho de Mocho Reserva, tanto nas suas edições de 2005 como de 2006.

Comecemos então pelo Olho de Mocho (R) 2007 e… começamos bem. Produzido a partir de Touriga Nacional, Syrah e Aragonês, temos aqui uma bonita cor ruby intensa (entre o cereja maduro e o rosa escuro) praticamente sem laivos salmonados. Nariz exuberante de fruta vermelha (framboesa e cereja) mas também mais madura (amora), com ligeiríssimo apontamento vegetal, num conjunto que faz adivinhar doçura excessiva na prova de boca. Enganem-se! Na boca, não sendo o rosé mais fresco que já provámos de 2007, está felizmente pouco dado a excessos, é bem saboroso e com complexidade acima da média, e mostra acidez indispensável para fugir ao estereótipo do "rosé-alentejano-rebuçado". Acresce um final de boca convincente e, tudo ponderado, a conclusão que estamos perante um belo rosé, que permite combinações gastronómicas tradicionalmente apenas aptas a vinhos tintos.

A menos de €8 não é barato, mas como já desabafámos no passado recente (a propósito desde vinho), infelizmente é cada vez mais raro encontrar rosés que sejam bons e baratos... uma política de preços a mudar urgentemente neste país.

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Próximos vinhos: Altas Quintas (T) 2005; Altas Quintas Mensagem Aragonês (T) 2005; Frei Estevão Reserva (T) 2005; Rocim (T) 2005; Olho de Mocho Reserva (B) 2007; Herdade do Perdigão Reserva (B) 2006

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