quarta-feira, fevereiro 27, 2008

O jantar estava marcado
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E os vinhos e a ementa pensados. Fomos seis, nós aparecemos mais tarde mas o Paulo esperou e não foi abrindo os champanhes.Tudo começou assim… com um Veuve Clicquot Brut a limpar a boca, um champanhe sóbrio, de bolha média/fina de ataque suave na boca mas frutado. Depois, já com os carabineiros grelhados na mesa foi acaso para um cuvée La Grand Dame vintage 1996 da referida casa de Reims, um vinho necessariamente diferente do anterior, com menos “pico”, aroma vinioso e complexo, bolha fina, e mousse saborosa. Um excelente, e luxuoso mesmo, acompanhamento para marisco.
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Veio, de seguida a carne de boi argentino, em forma de medalhões de grande dimensão, uma carne inesquecível adquirida a um fornecedor do restaurante Pragma. Veio então o desfile principal, primeiro com o prémio sedução, um CV (T) 2003 com muitas notas achocolatadas, fruta sobremadura, um vinho de perfil muito quente e não nos referimos apenas ao álcool. Em suma, um delírio sobretudo para quem aprecia este estilo exuberante e sensual (um vinho de preço especulativo, por volta dos € 60).
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Foi então a vez do segundo tinto, e logo o prémio da noite, pois tivemos que nos debruçar sobre um vinho tão escuro no copo e tão sensual quanto o anterior, mas com mais frescura, mais balsâmico, mais complexidade. O mesmo corpo aguerrido, a mesma sensação a Douro, mas mais elegância. Era Douro sim senhor, mas não o nosso, veio de Toro este magnífico San Román (T) 2003 (um vinho que se consegue comprar por menos de € 35, um preço que se pode considerar baixo de acordo com a qualidade apresentada).
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Seguiu-se a entrega do prémio longevidade, não por se tratar de um tinto antigo, mas por ter muitos anos pela frente. Um vinho pleno de acidez, com fruta fresca e barrica de qualidade. Mais um espanhol, de uma das casas consideradas como das melhores do país vizinho, de nome Pago de los Capellanes Reserva (T) 2001. Uma certeza: se este mesmo jantar tivesse lugar daqui a dez anos este seria o vencedor da noite (vinho do qual foram feitas 48.000 garrafas, o que nao é muito para Espanha e que tem um preço inferior a € 30).
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Houve ainda oportunidade para regressar a um dos vinhos do momento (já o tínhamos provado anteriormente aqui no blog), o duriense 2 PR (T) Grande Reserva 2005, um tinto também de perfil quente e sedutor, e que se portou muito bem apesar concorrência, e apesar de ser o mais novo na mesa (o preço ronda os € 25-€ 30).
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No final, tempo para o Graham vintage (P) 2003, que ainda não "fechou" (ao contrário do irmão Dow’s), bem pelo contrário, está uma explosão de notas quentes, picantes e alicoradas e vegetais, um grande vintage a beber até à última gota (o preço varia muito consoante o local de compra, podendo variar entre € 60 a € 120).
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Um grande jantar. Sugerimos todos os vinhos provados, mas cuidado com os preços.

6 comentários:

João de Carvalho disse...

Amigo Nuno, um pedido de esclarecimento sobre o vinho Pago de Capellanes 2001.

É que o preço que indicas apenas se poderia aplicar ao EL PICÓN, já que a restante gama é bem mais comedida e a preços ditos normais bem longe dos 50€ que referes.

Abraço e belo jantar

NOG disse...

João, o preço foi aquele transmitido por um importador, mas também me parece caro. Se é a menos de 50€ bem melhor, apesar do vinho ser muito bom. Alguns dos vinhos provados não era fácil referir os preços, por isso indiquei que é preciso cuidado. Mas se o Capellanes é mais barato que o indicado, melhor.

1 abraço,

Nuno

NOG disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
João de Carvalho disse...

Já agora provaste qual vinho do Pago de Capellanes ?

Roble
Crianza
Reserva
El Nogal
El Picón

NOG disse...

A garrafa diz apenas Reserva, e que foram produzidas 48.000 garrafas, pelo que deduzo que não se trata do Nogal e Picón. Esses devem ser mais caros pelo que dizes...

João de Carvalho disse...

Pronto gosto de ver esclarecidas as coisas com mais detalhe.
Sendo assim resta informar que o Reserva se encontra à venda em Espanha por um preço que ronda os 30€.