sexta-feira, julho 08, 2005

Planalto Reserva 2003 (B)


Sentei-me nas novas “docas” de Portimão. Um complexo recente mesmo junto das antigas, essas sim verdadeiras docas onde a sardinha era descarregada e, depois, colocada no assador antes da barriga. A nova versão das docas - inaugurada em 2004 - assemelha-se à doca de Sto. Amaro em Lisboa com o acrescento de um paredão enorme. Ganhou-se luminosidade e espaço, perdeu-se na autenticidade.
Vamos ao almoço que faz tarde: amêijoas (óptimas, doces...), sardinha (claro! pequenas e saborosas à excepção de uma que estava esfarolada) e bica escalada (peixe familiar próximo do pargo). Várias versões de saladas de tomate e outras de pimentos a acompanhar temperadas pela mão (sábia) de um algarvio, como manda a regra.
Mas siga-se já para o beber que estamos em época de sol e no Algarve o calor aperta: um branco douriense de marca consagrada, fruto de constantes colheitas bem conseguidas e a um preço que se manteve longe da especulação. Escolheu-se a Colheita de 2003 e exigiu-se um balde coberto de gelo. Bela cor, boas notas no nariz, tratava-se evidentemente de um vinho refrescante e que viria a mostrar uma surpreendente boa adaptação tanto à amêijoa como ao peixe.
Demasiado macio na boca - faltava-lhe já alguma vivacidade! -, apresentou-se porém complexo e vegetal (como nós gostamos dele!), com suaves notas citrinas num final curto mas honesto. Nunca se mostrou enjoativo nem doce - como outras modas por aí ditam -, esteve muito bem na boca. Em conclusão, acompanhou com segurança a realeza da refeição.
A um pouco menos de € 5 nas garrafeiras e nos hipermercados, é sempre agradável beber um Planalto, cabendo agora provar a colheita de 2004!

Sem comentários: