quarta-feira, agosto 13, 2008


Pinote (T) 2006

A mesma "troca" de know-how e de uvas entre Bairrada e Douro. Desta feita, é a vez do tinto que é produzido a partir de uvas do Vale Mendiz mas com enologia da Campolargo. Trata-se de um lote de vinhas velhas, com muitas castas diferentes e predomínio para a touriga nacional (cerca de 15%). O vinho vê madeira, mas quase toda com mais de um ano, e isso nota-se, como veremos adiante.

Cor cereja não muito escura, com auréola vermelho claro. No início o vinho abre um aroma simples, directo, a fruta vermelha (morango, framboesa madura), tudo muito fresco. Com a passagem dos minutos, a complexidade adensa-se mas a frescura mantém-se no copo. Uma ligeira sensação a álcool revela que o néctar ainda está pouco à vontade com a garrafa.

Na boca surge a fruta fresca, raínhas-cláudia, fruta vermelha uma vez mais, aqui e ali em camadas de fruto mais maduro. Taninos irrequietos, duros até mas saborosos. Pendor de secura, muita frescura, amêndoa amarga, coco, avelãs e ligeiro cacau amargo no fim de boca (nada de "baunilhas" a lembrar madeira nova). Bom comprimento final.

Um vinho muito diferente do que a moda tem ditado nos últimos anos e, por isso, a descobrir. Frescura e taninos rijos são as principais marcas deste tinto que promete muita longevidade (mínimo 10 anos) e isso reflecte-se no intervalo da pontuação. Óbvio carácter gastronómico para comidas pesadas. Servir a 17º ou 18º. O preço é igual ao do branco, a menos de € 70 a caixa com seis vinhos, três tintos e três brancos (ver post anterior para o Pinote branco).

16,5-17


Próximos vinhos: Quinta do Lagar Novo Chardonnay (B) 2006; Altas Quintas Crescendo (T) 2005; Altas Quintas Crescendo (B) 2007; Crasto (B) 2007

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