domingo, janeiro 13, 2008

Herdade das Servas Touriga Nacional (T) 2004


A par de vinhos potentes com alicante, o Alentejo também nos tem oferecido vinhos onde a casta touriga nacional é dominante, quando não exclusiva. São, em regra, vinhos também eles potentes, que impressionam os sentidos desde o primeiro momento. Alguns, quando sedutores e exóticos, podem ser fantásticos (como este aqui). Outros, mais brutos, são quase um "murro no estômago" e de difícil ligação gastronómica. Este Herdade das Servas pertence ao segundo e último tipo.
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É um tinto com uma hiper concentração, que destila notas olfativas a tinta-da-china e a vegetação seca, para além de se mostrar totalmente impenetrável aos raios de luz. É como que um bloco e, ainda por cima, com a fruta algo presa e muito tímida. Como é habitual em tintos desta índole, mostra tem boca fresca, ampla até, e o seu final revela uma persistência média.

Na nossa opinião, é um tinto com valor, mas com pouco a dizer. Parece vir dar razão àqueles que dizem que no Alentejo mais vale alicante do que touriga. Contudo, para quem é fanático da casta - apesar de ela não ser evidente -, mesmo ou sobretudo na sua versão hard, será um must a não perder. A menos de € 25.

16,5
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Próximos vinhos: Quinta da Fata Reserva (T) 2005; Quinta da Fata Touriga Nacional (T) 2005; Encosta do Sobral (T) 2004; Encosta do Sobral Reserva (T) 2004; Encosta do Sobral Reserva Cabernet (T) 2004; Paulo Loureano Premium (T) 2004

3 comentários:

Luis Prata disse...

Tenho lá uma dessas em casa para abrir muito em breve. Foi dos primeiros vinhos que me abriu ao mundo do vinho.

Concordo com as notas de prova, é um vinho muito muito encorpado que quase se mastiga, e pouco gastronómico. Aromáticamente acho que a característica da casta está lá bem marcada com violetas muito pronunciados. Não é um Touriga do Dão ou Douro mas é um Touriga de que gosto muito.

Fico à espera das próximas, nomeadamente na Quinta da Fata :)

Abraço

Anónimo disse...

Não se estará a exagerar com esta invasão da omnipresente Touriga? É que qualquer dia fica tudo subjugado à Touriga e lá se vai a variedade e a tipicidade.

NOG disse...

Meu caro Kroniketas, de facto a touriga está do Douro ao Algarve. O que fazer? Gostar dos bons e desprezar os maus, digo eu. A tipicidade também aprecio, como a trincadeira do Alentejo ou do Ribatejo. Mas ainda há espaço para o que o é da região, desde que se venda, como é o caso da antão vaz e do encruzado nos brancos.

Ab.

Nuno