segunda-feira, janeiro 08, 2007

Tintos para o "dia a dia" ou para várias ocasiões: Lybra e Taká

Um bom tinto para o dia a dia não é fácil de se encontrar. Dir-se-á que basta que seja bom e barato, mas sabemos bem que isso não é verdade. Para além dos dois referidos indispensáveis requisitos, é ainda preciso que o vinho não seja chato ou monótono, que combine com vários pratos de diferente culinária, que se adeqúe a refeições que viram em festas de um momento para outro, enfim vinhos nos quais se pode confiar quase a 100% para todos os trabalhos. Nesta nossa busca incessante desse vinho ideal para o quotidiano surgiram-nos dois recentes concorrentes. Foi assim que provámos o Lybra (T) 2004 de José Bento dos Santos e o Taká (T) 2005, projecto resultante da fusão dos esforços do escanção Bruno Antunes (Ritz), da Adega Algarvia e do enólogo Paulo Loureano.

  • Lybra (T) 2004: Cor cereja escura e notas aromáticas a fruto preto (amoras) marcam a apreciação inicial. Entra com confiança no nariz, rapidamente dá a entender ao que vem. Os 90% de Syrah, e as manhãs frias da Estremadura, são suficientes para criar uma sensação muito agradável entre fruta e frescura. O estágio em madeira de 12 meses quase não se nota (madeira de 2.º ano), o que se agradece num vinho deste perfil. Na boca sentem-se notas a balsâmico, é quase pastoso sem ser imponente e mantém-se de perfil atraente - e final de boca médio - durante toda uma refeição. Acompanhou com muita bravura um creme de castanhas com espuma em cappuccino e pinhões torrados, bem como umas tenras bochechas de porco preto em cama de couves. A menos de € 12 em garrafeira, é um óptimo vinho para várias ocasiões mas não é propriamente acessível para todos os dias. 15,5
  • Taká (T) 2005: Muita cor no copo fruto da juventude: cereja escuro no copo meio cheio, e tons arroxeados com o copo quase vazio ("vis-a-vis" alicante bouschet). Nariz intenso, vibrante, é um lote alentejano com o aragonês em maioria e cheio de força, sem pretensões de elegância ou romantismos. Mais guloso do que propriamente sedutor na boca, pode-se tornar aborrecido pela linearidade da fruta doce e compota que demonstra, mas será muito eficaz na hora de atacar carne vermelha simples. No nosso teste, deu luta a um pato com laranja acompanhado por um risotto de pimentos feito em casa. A menos de € 5 no Supercor ECI. 15

2 comentários:

Anónimo disse...

Bom, a quase 12€ não é bem para o dia-a-dia. Digo eu...
Mas tomei nota, do José Bento dos Santos deve vir da Quinta do Monte d'Oiro, o que é sempre uma referência a ter em conta.
Quanto ao outro, pode ser interessante experimentar.

NOG disse...

A € 12 não é bem para o dia-a-dia, mas pode servir para várias ocasiões. O Taká é muito mais em conta.

Abraços, até logo,

N.