Em pleno Verão apetece vinho branco. Em Portugal, todavia, já temos brancos para todos os gostos. Bons, maus, leves e frescos, pesados e aborrecidos, pesados mas agradáveis com determinada refeição. Enfim, já temos de tudo. Prova disso são os 4 vinho que sugiro, todos diferentes...
- Deu la Deu Alvarinho (B) 2005
Distante do "Estilo Soalheiro", mas, como vem sendo regra, um bom vinho branco na linha do "Alvarinho clássico". Cor amarela clarinha esbatida e turvada pela “agulha” forte (muita efervescência). Na boca é um daqueles Alvarinhos que não nos faz esquecer que é verde: erupção abrupta de notas citrinas e tropicais, tudo muito fresco num conjunto leve, como se a fruta tivesse acabado de sair do frio. Final curto. Bom – (15). - Luís Pato Vinha Formal (B) 2003
Provado a 15º de temperatura na companhia da Filipa Pato. Segundo a enóloga (e filha do produtor Luís Pato), talvez esteja no seu melhor ponto de consumo. Cor impressionante, quase âmbar (próximo da cor de muitos colheita tardia), é um néctar difícil: doce no primeiro ataque à boca, depois mineral suave até um final longo, mas indefinido. A repetir a prova para tirar dúvidas. Bom – (15). - Herdade do Meio (B) 2004
Enorme frescura e refrescante acidez! Olhámos uma segunda vez para o rótulo, pois imaginámos ter feito confusão. Mas não... é um branco alentejano cheio de frescura. Mais, é feito de Antão Vaz! Demonstração cabal que uma região pode ter vários registos, desde que os enólogos saibam "trabalhar" o vinho. Muito intressante, e com forte componente aromática. Suficiente + (14,5). - Lugar D’arei (B) 2004
Pouco exuberante no aroma e na boca, é do tipo reduzido e tímido (mas sem razões para isso). É que demostra bom porte, corpo elegante e robusto, apesar da falta da componente aromática. Ideal para acompanhar peixe assado. Suficiente + (14).
5 comentários:
Nuno não me leves a mal, mas o Darei é para mim um dos brancos que mais gosto. Um perfil distinto, clássico, sóbrio, mas personalizado! Lembra-me um pouco aqueles velhos brancos do Dão e da Bairrada que tanto se fala agora.
Um abração, Rui
Rui, também gostei bastante. Concordo contigo: é sóbrio e distinto (longe do estilo "novo mundo", ainda bem).
Achei, todavia, que podia ser mais aromático, para calhar melhor no Verão.
Abraços grandes, votos de boas férias...
De facto é um vinho mais vocacionado para um peixe gordo assado no forno ou um bom bacalhau.
Também o bebi recentemente e estou de acordo contigo não é o mais indicado para o Verão.
Desde a colheita de 2002 que ando atrás do Darei Branco. Um vinho segundo enólogo da Casa (o mesmo da Quinta do Corujão e da Coop de Tazem) é concebido segundo o gosto pessoal do dono da Casa de Darei. Lançado sempre com algum atraso, tentando "recordar" vinhos de outrora...
Se reparares só muito recentemente saiu o 2003 e já estamos em 2006. Para brancos é uma situação quase rara. Foram feitas quase 7 mil botelhas.
Um abração, Rui
Não é por nada mas esses Herdade do Meio foram muito falados como grandes vinhos mas nunca encontrei um que fosse do meu agrado...
Certas promoções a alguns produtores são mesmo engraçadas, só que alguns não conseguem aproveitar o empurrãozinho que lhes dão.
Saber quais estou a dizer ? Isso agora.
Quanto aos vinhos da Herdade do Meio, tirando o branco, ainda quase não os provei. O branco não está nada mal... quanto aos outros sigo o teu aviso.
Forte abraço,
NOG
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