quinta-feira, setembro 27, 2007


Apontamentos...

3 vinhos tintos muito interessantes com os quais nos cruzámos recentemente em prova cega.
A saber:
Conceito (T) 2005 (s/ rótulo): intenso, ainda jovem, muita força bruta, vamos ver como evolui;
Quinta da Levandeira do Roncão Grande Escolha (T) 2003 – perfil clássico do Douro, perfumado e gastronómico (boa aposta se o preço for honesto);
Quinta do Lubazim (T) 2005 - curioso, interessante, um pouco fechado ainda, se melhorar em garrafa será um caso sério.

quarta-feira, setembro 26, 2007



Mirto (T) 2002

Ramón Bilbao foi um dos vários produtores de La Rioja a compreender a necessidade de modernizar o perfil dos seus tintos. Este Mirto surge como o seu topo de gama. Pois bem, 5 anos após a colheita, e mais de 3 anos em garrafa, continuamos a ter aqui um projecto (magnífico) de vinho. Dizemos "projecto" pois ainda é preciso esperar por ele, tanta é a força que demonstra ter, bem patente, aliás, na opacidade da sua cor violeta.

No nariz cativa apesar de se mostrar fechado (ou por isso mesmo...). Mas "tem lá tudo"; ou seja: camadas de fruta preta viciosa e madeira sedutora. Na boca mostra enorme estrutura, é fresco, de acidez fantástica e taninos monstruosos. Referências a petróleo, alcatrão, torrados, e tinta-da-china, tudo isto e mais um final elegante e frutado. É possível? É pois!

Um vinho quase perfeito com muitos anos pela frente.
18

Próximos vinhos: Geol (T) 2003; Churchill LBV (P) 2000; Francisco Nunes Garcia Reserva (T) 2001; Quinta do Infantado Reserva (T) 2003; Quinta do Cerrado Reserva (T) 2003; Quinta da Sequeira Grande Escolha (T) 2002; Calços do Tanha Reserva (T) 2003.

terça-feira, setembro 25, 2007

sexta-feira, setembro 21, 2007


Breves sobre brancos

Ainda por Espanha, aqui ficam breves referências a 3 bons brancos que nos acompanharam recentemente por terras calmas. A saber:

Palacio de Bornos Verdejo (B) 2006: Mais uma edição deste branco de Rueda sem madeira. Muito fresco e com preço super competitivo. O seu irmão feito a partir de sauvignon também se recomenda (15,5).

Louro do Bolo (B) 2005: Aproveitando a (justa) fama do topo de gama "As Sorte", Rafael Palacio brinda-nos com este 100% godello, extremamente mineral e cheio de corpo (16).

Raimat Chardonnay Selección Especial (B) 2004: Tudo muito intenso… fruta e madeira mas num registo puro e quase-elegante. O álcool? 14,5º, um autêntico supercharge (16)!



Próximos vinhos: Mirto (T) 2002; Geol (T) 2003; Churchill LBV (P) 2000; Francisco Nunes Garcia Reserva (T) 2001; Quinta do Infantado Reserva (T) 2003; Quinta do Cerrado Reserva (T) 2003; Quinta da Sequeira Grande Escolha (T) 2002; Calços do Tanha Reserva (T) 2003.

terça-feira, setembro 18, 2007


Sierra Cantabria Gran Reserva (T) 1996

Não é preciso acompanhar com afinco desmedido os nossos textos (imagino que ninguém o faça) para constatar que este é um blog que versa, em regra, sobre "a causa nacional". Por outras palavras, a grande maioria dos vinhos provados são néctares produzidos em território nacional ou nos quais participaram enólogos portugueses.

Este statement, todavia, não adere com absoluto rigor à realidade das provas do autor, pois são muitos os vinhos estrangeiros provados com regularidade, com destaque para os espanhóis, franceses e italianos ("venho-mundo", portanto). Todas estas palavras servem para (tentar) justificar que nos próximos textos aparecerão alguns vinhos espanhóis que, por serem (ou se terem, entretanto, tornado) referência no país-vizinho (e não só), mereceram a nossa melhor atenção.

Ora, um desses vinhos provém de um ano fantástico numa das zonas mais conhecidas de Espanha – La Rioja (ver, da mesma região, textos aqui e aqui, entre outros). Em 1996 houve pluviosidade adequada, Outono e Invernos suaves, Primavera fria e um forte aumento de temperatura no Veão. Vinhas velhas, quase todas tempranillo e 24 meses de barrica... e já está!. A casa é a dos irmãos Eguren que dispensam introdução.

Nariz fantástico, já não madeira nem fruta… é uma autêntica "3.ª via" tanto é o refinamento e a integração dos elementos neste tinto. Móvel antigo, couro, de quando em vez notas frescas a lembrar fruta verde… e algum citrino. Boca tranquila, final elegante mas não hiper-persistente.

Com este Gran Reserva, os irmãos Eguren pretendem um tinto "old school", típico da Rioja, e dedicado à guarda. Agora que o provámos, podemos garantir que foi um enorme privilégio e prazer.

17,5


Próximos vinhos: Mirto (T) 2002; Geol (T) 2003; Churchill LBV (P) 2000; Francisco Nunes Garcia Reserva (T) 2001; Quinta do Infantado Reserva (T) 2003; Quinta do Cerrado Reserva (T) 2003

segunda-feira, setembro 17, 2007


Vila Santa (T) 2004

Lembro-me de, faz já vários anos, ter entrado num "wine bar" em La Coruña. Creio que se chamava Cienfuegos, mas não tenho a certeza. O que sei é que o proprietário andava louco com um precioso tinto português.
Dizia-me esse proprietário que era dos melhores tintos que já provara e que era uma bagatela pois custava menos de 2.000 pesetas, custos de transportes incluídos. Tinha encomendado várias caixas e aquele era o seu tinto bestseller na venda a copo. Era um "Vila Santa" de João Portugal Ramos!

Este de 2004 revela uma tonalidade cereja média-escura. Nariz que começa fresco (primeiros minutos) mas rapidamente (após arejamento) surge a fruta muito madura. Compotas, ameixa, toda a panóplia de fruta negra do calor alentejano. Na boca, o toque fresco inicial no nariz reproduz-se numa acidez curiosa.

Está muito bom este tinto, nada pesado ou docinho. Caruma, algum grão de café, a madeira dá-lhe a dose certa de complexidade e rusticidade... a fruta agradece. Tem boa ligação gastronómica e é um dos melhores valores-seguros do Alentejo com excelente relação preço/qualidade. A beber já, mas pode guardar por 5 anos pois a longevidade é outro dos atributos deste belo tinto.

17


Próximos textos: Sierra Cantabria Gran Reserva (T) 1996; Mirto (T) 2002; Geol (T) 2003; Churchill LBV (P) 2000; Francisco Nunes Garcia Reserva (T) 2001

sábado, setembro 15, 2007


Duas Quinta Celebração (T) s/data

É caso para celebração, pois se não fossem as gravuras rupestres a Quinta da Ervamoira estaria submersa, pelo menos parcialmente. Por isso foi feito um lote de diferentes anos da Quinta da Ervamoira, elaborado propositadamente para a celebração dos 10 anos da decisão da "Não construção da barragem de Foz Côa". Ora, para mim, aquela é a quinta com o cenário mais majestoso em todo o Douro e Trás-os-Montes!

Quanto ao vinho: cor vermelha forte, depois… muita fruta madura. Nariz irrequieto, com especiaria e domínio para a vertente fruta mas sem a complexidade (por nós) desejada (apesar de um travo balsâmico percorrer o copo arejado). Quente na entrada de boca, fruta preta e algum álcool. Boca macia, aveludada até.

Um bom tinto, descomprometido e moderno. Acompanhará bem carnes. Hum… porque não uns panadinhos de porco preto com arroz-feijão. A menos de € 12.

16

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Próximos textos: Vila Santa (T) 2004; Sierra Cantabria Gran Reserva (T) 1996; Mirto (T) 2002; Geol (T) 2003; Churchill LBV (P) 2000; Franciso Nunes Garcia Reserva (T) 2001

terça-feira, setembro 04, 2007



Vértice Grande Reserva (Esp.) Bruto 1992

A tradição (e as regras) dizem que espumante é para beber pouco depois do seu engarrafamento. Mas, bem vistas as coisas, estas duas garrafas sempre fugiram à tradição, tanto mais que foi por iniciativa do produtor que foram leiloadas (para fins humanitários) faz cerca de ano e meio. No dia seguinte ao do leilão abrimos uma dessas garrafas (nosso texto de então aqui). Gostámos tanto que resolvemos arriscar e fazer uma loucura: dar-lhe mais um ano de garrafa a juntar aos quase 13 que, então, já levava.
Acabou por sair bem a "brincadeira" e o vinho manteve as mesmas características da prova do ano transacto, talvez até com mais força (sorte com a garrafa!). Cor carregada, assim como os aromas a tosta (perto dos torrados). Corpo muito elegante, agulha positiva, e um final muito longo. A evolução não lhe fez mossa e estava um belíssimo vinho para acompanhar um prato delicado como uma entrada a partir de vieiras.
Obrigado ao Celso pela sugestão.

PS: Claro que a vista maravilhosa da Costa do Castelo (Lisboa) ajudou ao deleite.


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Próximos textos: Duas Quintas celebração (T) s/data; Vila Santa (T) 2004; Sierra Cantabria Gran Reserva (T) 1996; Mirto (T) 2002; Geol (T) 2003; Churchill LBV (P) 2000; FNG Reserva (T) 2001