domingo, julho 30, 2006

Brancos para vários gostos:

Em pleno Verão apetece vinho branco. Em Portugal, todavia, já temos brancos para todos os gostos. Bons, maus, leves e frescos, pesados e aborrecidos, pesados mas agradáveis com determinada refeição. Enfim, já temos de tudo. Prova disso são os 4 vinho que sugiro, todos diferentes...
  • Deu la Deu Alvarinho (B) 2005
    Distante do "Estilo Soalheiro", mas, como vem sendo regra, um bom vinho branco na linha do "Alvarinho clássico". Cor amarela clarinha esbatida e turvada pela “agulha” forte (muita efervescência). Na boca é um daqueles Alvarinhos que não nos faz esquecer que é verde: erupção abrupta de notas citrinas e tropicais, tudo muito fresco num conjunto leve, como se a fruta tivesse acabado de sair do frio. Final curto. Bom – (15).
  • Luís Pato Vinha Formal (B) 2003
    Provado a 15º de temperatura na companhia da Filipa Pato. Segundo a enóloga (e filha do produtor Luís Pato), talvez esteja no seu melhor ponto de consumo. Cor impressionante, quase âmbar (próximo da cor de muitos colheita tardia), é um néctar difícil: doce no primeiro ataque à boca, depois mineral suave até um final longo, mas indefinido. A repetir a prova para tirar dúvidas. Bom – (15).
  • Herdade do Meio (B) 2004
    Enorme frescura e refrescante acidez! Olhámos uma segunda vez para o rótulo, pois imaginámos ter feito confusão. Mas não... é um branco alentejano cheio de frescura. Mais, é feito de Antão Vaz! Demonstração cabal que uma região pode ter vários registos, desde que os enólogos saibam "trabalhar" o vinho. Muito intressante, e com forte componente aromática. Suficiente + (14,5).
  • Lugar D’arei (B) 2004
    Pouco exuberante no aroma e na boca, é do tipo reduzido e tímido (mas sem razões para isso). É que demostra bom porte, corpo elegante e robusto, apesar da falta da componente aromática. Ideal para acompanhar peixe assado. Suficiente + (14).

5 comentários:

Pingas no Copo disse...

Nuno não me leves a mal, mas o Darei é para mim um dos brancos que mais gosto. Um perfil distinto, clássico, sóbrio, mas personalizado! Lembra-me um pouco aqueles velhos brancos do Dão e da Bairrada que tanto se fala agora.

Um abração, Rui

NOG disse...

Rui, também gostei bastante. Concordo contigo: é sóbrio e distinto (longe do estilo "novo mundo", ainda bem).
Achei, todavia, que podia ser mais aromático, para calhar melhor no Verão.

Abraços grandes, votos de boas férias...

Pingas no Copo disse...

De facto é um vinho mais vocacionado para um peixe gordo assado no forno ou um bom bacalhau.
Também o bebi recentemente e estou de acordo contigo não é o mais indicado para o Verão.

Desde a colheita de 2002 que ando atrás do Darei Branco. Um vinho segundo enólogo da Casa (o mesmo da Quinta do Corujão e da Coop de Tazem) é concebido segundo o gosto pessoal do dono da Casa de Darei. Lançado sempre com algum atraso, tentando "recordar" vinhos de outrora...

Se reparares só muito recentemente saiu o 2003 e já estamos em 2006. Para brancos é uma situação quase rara. Foram feitas quase 7 mil botelhas.

Um abração, Rui

João de Carvalho disse...

Não é por nada mas esses Herdade do Meio foram muito falados como grandes vinhos mas nunca encontrei um que fosse do meu agrado...

Certas promoções a alguns produtores são mesmo engraçadas, só que alguns não conseguem aproveitar o empurrãozinho que lhes dão.
Saber quais estou a dizer ? Isso agora.

NOG disse...

Quanto aos vinhos da Herdade do Meio, tirando o branco, ainda quase não os provei. O branco não está nada mal... quanto aos outros sigo o teu aviso.

Forte abraço,

NOG