sexta-feira, julho 30, 2010

Provas

Labrador Quinta do Noval (T) 2007

Um 100% Syrah do Douro... e logo de uma das suas mais famosas quintas. Sita no Vale Mendiz, de vistas magníficas, a Quinta do Noval foi das primeiras a produzir Syrah no Douro, sendo certo que já existe muita Syrah plantada noutras quintas da região. Apesar dos resultados parecerem ser prometedores, não conhecemos ainda o impacto desta decisão, nem até que ponto os restantes produtores seguirão o exemplo (recorde-se, a este propósito, o Cabernet plantado para o projecto Poeira e que deu já lugar a um novo vinho deste produtor).

No copo, a cor revelou-se escura, denotando muita concentração. Prova de nariz exuberante, repleta de aromas a fruta negra mas denotando sempre alguma frescura. Referências também a fumo e ligeira tosta.

Na prova de boca manteve o bom nível, saboroso, com fruta abundante e final garboso.  Falta-lhe alguma acidez ao conjunto e uns taninos mais secos para fazer jus à longevidade expectável da maior parte dos vinhos deste terroir de eleição.

16,5

Próximas provas: Altas Quintas Mensagem de Trincadeira (T) 2007; Cistus Reserva (B) 2009; Grandes Quintas Reserva (T) 2007; Avidagos (B) 2009; Alain Grillot La Guiraude (T) 2005

segunda-feira, julho 26, 2010

Provas

Alento (T) 2008

Tinto alentejano com roupagem bonita e moderna. Nariz dominado pela referência a frutos maduros, com ligeira nota de rebuçado "bolas de neve". Boca redonda, bastante saborosa e taninos suaves. Não se prevê grande longevidade, mas para já está muito bem. Afinado, simples e muita disponibilidade de fruta.

Aragonês (40%) e Trincadeira (40%), e um pouco de Alicante Bouschet (10%) e Touriga Nacional (10%). Nada a opor para um vinho que se pretende simples e prazenteiro; tal como ele é.

15,5

Próximas provas: Labrador Qta Noval (T) 2007; Altas Quintas Mensagem de Trincadeira (T) 2007; Cistus Reserva (B) 2009; Grandes Quintas Reserva (T) 2007

segunda-feira, julho 12, 2010

De Itália

Piemonte vs. Toscana

Este será um Verão em que iremos dedicar alguma atenção aos vinhos de Itália. Sem revelar tudo, mas levantando já um pouco a ponta do véu, diremos que mais adiante teremos o relato integral de uma prova inolvidável que tivemos o privilégio de poder fazer, nem mais nem menos do que uma dúzia de Barolos todos da magnífica colheita de 2001! E teremos notícias frescas da Toscana, inclusivamente de Maremma - uma das áreas mais em voga na Itália Central com os seus tintos "Morellino di Scansano". Bom, mas até lá... deixamos as nossas opiniões sobre quatro vinhos, dois de Piemonte e dois da Toscana.

Começando pelos vinhos da Itália Central, diremos que tanto o Tignanello (T) 2001 como o Flaccianello (T) 2006 estiveram belíssimos. O primeiro, um pioneiro dos "Super Tuscan", um vinho famoso pela combinação, inventada por Antinori, de 80% Sangiovese mais Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc. O segundo, um 100% Sangiovese da casa tradiconal Fontodi sita em Chianti Clássico. Ambos revelam-se completos na prova de nariz e de boca: o Tignanello, necessariamente mais evoluído, já com terciários garbosos a lembrar néctares bordaleses (17,5-18); o Flaccianello, com notas de fruta encarnada, cinza e especiarias,  simultânemente sensual
e elegante (17-17,5).

Do lado de Piemonte, no noroeste de Itália, dois 100% Nebbiolo - talvez a melhor casta italiana -, ambos frescos e gastronómicos. O Barolo, num estilo clássico, revelou-se mais trufado com fruta mais negra na prova de boca (17-17,5); o Barbaresco, de uma casa produtora em grande forma, esteve mais directo, com fruta encarnada e taninos discretos apesar de visivelmente mais jovem (17-17,5). Ambos excelentes, o primeiro, um Massolino (T) 2000, o segundo um Vietti Barbaresco (T) 2005, ambos com muitos anos de evolução segura pela frente.

quinta-feira, julho 08, 2010

Provas especiais

Três brancos de 2007

Não foi ocasião singela - no dia mais quente do ano, foi a vez da prova de três dos melhores brancos nacionais. De uma assentada, provou-se o Soalheiro Reserva (B) 2007 em versão magnum (1,5l.), e dois vinhos da casa Niepoort, o Redoma Reserva (B) 2007 também em magnum e o Tiara (B) 2007 este em formato 75cl. Três vinhos e uma única e segura conclusão: temos brancos em Portugal, temos brancos que estagiam em madeira, e temos brancos que podem evoluir alguns anos em garrafa! 

Os três vinhos estiveram impecáveis em vários capítulos: nos reservas, a madeira foi sentida mas não reprovada e estiveram muito saborosos; no Tiara brilhou um travo mineral que acompanhou toda a prova. Em todos, a acidez esteve a bom nível; em todos as prova de nariz e de boca revelam-se significativamente complexas; nenhum apresentou complicações nem oxidações. Com brancos destes (e mais meia dúzia no mercado nacional), não há razão para se insistir em tintos nos dias mais quentes do ano. Apesar de menos imponente, destaque merecido para a evolução e grande relação preço-qualidade do Tiara, sobretudo se pensarmos que custa cerca de metade a um terço do preço dos outros dois vinhos qualquer que seja o formato da botelha.

sábado, julho 03, 2010

Novidade

Herdade dos Grous Reserva (T) 2008

Muito escuro no copo, praticamente opaco. Dada a sua juventude, aconselha-se decantá-lo. Passados trinta minutos no respirador, revela um nariz muito perfumado, de pendor sensual, com notas de fruta madura, ligeiro vegetal seco e madeira não enjoativa. Na boca está já quase pronto, redondo e corpulento, mantém-se muito prazenteiro, com volume e potência. Ameixa, cereja, aparas de lápis, mas nem sombra de sobre-maturação.

Com uns simpáticos 14.º de álcool, está muito bem feito à imagem das colheitas anteriores, mas talvez menos potente,  tentativamente elegante e - felizmente - mais equilibrado. Ao nível da fruta negra não se pode pedir mais... Para ser perfeito, pedíamos apenas maior acidez e até alguma rusticidade, mas esse é o nosso gosto pessoal.

Em breve à venda a menos de € 40. É uma marca recente mas já com uma incrível estabilidade na qualidade que os seus vinhos apresentam e, até por isso, este topo de gama mantém-se uma escolha muito certeira para os adeptos dos vinhos sexy do sul do Alentejo.

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