quinta-feira, novembro 28, 2013

Prova

Quinta da Bica Vinhas Velhas (t) 2007 

Muito positivo o conceito de lançar em 2013 um vinho de 2007. O vinho está, por isso, muito acabado, polido e perfeito para consumo.

O estilo é o da região, limpo nos aromas silvestres, fresco com acidez, e elegante. Cativa pelao carácter gastronómico e pouco impositivo. O mesmo é dizer que prova-se - e bebe-se - com prazer. Além disso não é caro - é só virtudes!

A comprar sem hesitações!

sexta-feira, novembro 08, 2013

EVS 2013

O maior evento de vinhos realizado em Portugal – ‘Encontro com o Vinho e Sabores’ (EVS) começa hoje ao final do dia e prolonga-se até dia 11 no Centro de Congressos de Lx (ex-FIL).

No âmbito das provas especiais, iremos colabor com o Luis Lopes na prova dos tintos de 2003 e, agora a solo, no domingo apresentaremos uma prova de harmonizações de vinhos com sobremesas (pudim abade Prisco, bolo de chocolate, pão de ló, bolo rei e tarte de amêndoa). Apareçam!  

quarta-feira, outubro 30, 2013

Prova


Domaine du Pegau Cuvée Reservè (t) 2004

Muito representativo da região de Château9duPape, num perfil mais próximo da alta gama do que dos vinhos mais acessíveis, este Pegau é sempre uma boa compra.

A colheita de 2004 começa agora a beber-se bem, com alguns excessos típicos já limados (toque animal e alguma sobrematuração, entenda-se), mostrando-se mais fino. É um portento de sedução à mesa, um dos poucos vinhos do mundo que tanto prazer dá com comida como bebido a solo. Parece fácil, mas não é.

De resto: nariz com prova intensa, sobressaindo camadas de fruta negra e azul, ligeiro couro e muita especiaria. Prova de boca com referência a fruta encarnada, carne, perfil meio-seco, taninos presentes, e final apimentado. 

segunda-feira, outubro 07, 2013

Prova

Quinta da Touriga-Chã (t) 2007

Mesmo num ano relativamente fresco (claro que o Douro Superior nunca é fresco no Verão...) os Touriga-Chãs revelam-se imponentes na fruta basta, com notas quentes terrivelmente sensuais, fruta em camada, e muito (muito mesmo) polimento. Um dos vinhos com mais textura (em parte do álcool elevado) que conhecemos.

Caro, raro, carismático, e muito apelativo. 

quinta-feira, setembro 26, 2013

Novidade


Valle Pradinhos (r) 2012

Sempre muito sério, gastronómico e intenso este rosé. A colheita de 2011 foi das melhores que já provámos (neste como, de resto, noutros rosés) sendo que este de 2012 fica muito pouco atrás. Aroma vinioso, prova de boca cheia de força, estruturado e de final largo. Perfeito se acompanhar uma pizza com pepperoni picante e rúcula.

terça-feira, setembro 10, 2013

De Itália

Castell' in Villa Riserva (t) 2004


Já escrevemos noutro lugar que os Chianti (Toscana) estão entre os nossos tintos favoritos. Os que merecem a classificação de 'clássicos' e, em especial, os 'riserva', são o topo dessa nossa preferência. Revelam notas a fruta muito precisa e bonita, mato, chá-preto, corpo elegante, vinhos absolutamente equilibrados e frescos.

Para quem nunca provou Chianti a sério, não se aconselha este Castell' in Villa Riserva - sempre magnífico na sua sobriedade, seco e austero, com aprumo na ligação gastronómica. Para os demais, a sua prova torna-se indispensável. 

terça-feira, setembro 03, 2013

Novidade



Quinta do Cruzeiro (b) 2012

Muito fresco e alegre este vinho verde produzido ás portas de Famalicão. Apresenta-se citrino, efusivo, com ligeiro pico e é barato. E pronto! Uma vez que o calor não teima (e ainda bem) em afastar-se, esta é a nossa recomendação.

Existiu no passado (colheita de 2011) uma 'selecção da enóloga' que era interessante, mas ligeiramente adamado, e um 'selecção do 'enólogo' que perdura (colheita de 2012) e ainda é melhor por ser mais seco e crispy

quarta-feira, agosto 21, 2013

Prova


Brancos 2012 da Quinta do Gradil


A região de Lisboa tem, ao contrário do que possa pensar, uma clara vocação para a produção de vinhos. Beneficia de clima propício, permite produções elevadas, e a proximidade à capital é uma mais-valia. Nos últimos anos, sobretudo nas zonas com maior influência atlântica, temos assistido à produção de bons brancos, o que se aplaude. É o caso da Quinta do Gradil, próxima do Bombarral em plena região do Oeste.

Provou-se três brancos. O varietal Viosinho 2012 foi aquele que menos se identificou com a casta, mas não decepciou, pelo contrário. Gordo na prova de boca, muito tropical e floral no nariz, é o mais apto a dias menos quentes, ou para gastronomia mais pesada (arroz de peixe, por exemplo).

Por oposição, o varietal Verdelho 2012 mostrou mais acidez, quase crocante, e uma prova de nariz menos exuberante do que a maioria dos Verdelhos nacionais (sobretudo do Alentejo). Muito equilibrado e jovial!

Mas melhor prova ainda deu o Sauvignon Blanc + Arinto 2012: claramente marcado no nariz pela casta francesa, revelou uma acidez vibrante na prova de boca, com ligeiro mineral, e um final boca muito fresco. Muito interessante!


sábado, agosto 17, 2013

Prova

Olho de Mocho (r) 2012
 
A gama Olho de Mocho (Herdade do Rocim) é de confiança, dos colheita aos reserva, passando pelo rosé. Na colheita anterior, o rosé estava muito interessante com uma bela prova de boca (ver aqui). Este - de 2012 - também está bom e recomenda-se. Ligeiramente menos generoso na prova de boca, nomeadamente com menos fruta, apresenta-se um pouco mais seco. Nada contra a secura nos rosés, mas o vinho fica a meio caminho entre um rosé saboroso e estival e um rosé sério a pedir comida...
 
Talvez seja uma nova tendência; talvez não. Em qualquer caso, a verdade é que temos aqui mais um boa edição. Os nossos rosés estão cada vez melhores!  

domingo, agosto 11, 2013

Prova

Vila Santa Reserva (b) 2012
 
Com uma invulgar combinação de castas (Arinto, Alvarinho e Sauvignon Blanc), mas que revela a intuição de João Ramos estar na frente das tendências, este branco reserva cativa pela diferença. Exótico e fresco na prova do nariz, está contudo mais reservado na prova de boca, com mais peso e estrutura, sentindo-se a madeira por onde parte estagiou.

Se no nariz é refrescante e elegante, na boca tem porte e aguentará pratos de meia-estação... Percebe-se o contributo de cada casta: o Sauvignon aporta exotismo, o Alvarinho emprega o perfil fresco aromático e estrutura na prova de boca, e o Arinto a acidez necessária.
 
Um vinho branco muito interessante, super polivalente, que não representando a tipicidade alentejana (de onde provém), mostra-se moderno, seguro e com muito valor.

sexta-feira, agosto 02, 2013

Novidades

Novidades do Cidrô

Fomos até ao Palácio do Cidrô, em São João da Pesqueira, para provar as novidades da quinta com o mesmo nome. Propriedade inserida no grupo Real Companhia Velha, tem vindo a centrar a criação de experiências, monovarietais e bivarientais, com destaque para brancos pois a quinta está em altitude, a 600 metros acima do nível do mar. 
Vejamos:

O ‘Quinta de Cidrô Alvarinho branco 2012’ é uma inovadora proposta, mas já é conhecida faz alguns anos, sendo um vinho com muito mercado de exportação. Esta colheita de 2012 está em grande nível, talvez o melhor de sempre, fresco e muito fino. Um bom Alvarinho fora de Menção e Melgaço.

Muito bem estiveram também outros 2 brancos (neo-)clássicos do Cidrô, caso do Quinta de Cidrô Sauvignon Blanc 2012, muito bem, sem excessos e bastante limonado, e o belíssimo Quinta de Cidrô Chardonnay 2011, um branco cheio de subtileza, com bom corpo mas também com acidez.

Outra novidade, e mais uma inovação, é o monovarietal 'Quinta de Cidrô Gewürztraminer 2012'. Perfil seco, com as características da casta bem vincadas a nível aromático, mas com uma prova de boca com algum carácter dos vinhos brancos do Douro, nomeadamente na estrutura. Para amantes da casta alsaciana ou para acompanhar comida oriental condimentada.

Também novidade, o ‘Quinta de Cidrô rosé 2012’, bem feito, leve e agradável, é uma boa aposta comercial, apesar de ter sido a novidade que menos nos entusiasmou ao nível da prova.

O melhor estava reservado para o final, quando se provaram vinhos da casa com alguma idade, a provar a boa evolução dos vinhos do Cidrô. Um Chardonnay de 1997, com saúde e força, algum mineral, levemente oxidado mas com a dar óptima prova - grande surpresa. Um atraente Pinot Noir Reserva 2005, saboroso, redondo mas agradecia um pouco mais de acidez. E um fantástico Cabernet/Touriga 2001, ainda fechado, como novo (!), mas a dar indicações de ser um néctar floral, fresco e preciso, e com muitos anos pela frente. Ainda se provou o topo de gama Celebration 2010, que ainda precisa de tempo em garrafa.

terça-feira, julho 23, 2013

Prova especial



Barros 100 anos


Foi uma prova imponente! Impecavelmente organizada no restaurante de um novo hotel ao Largo do Carmos (Lisboa). De uma assentada, todos os melhores Porto Colheita da Barros do século passado. Todos muito bons, e alguns memoráveis mesmo. Denominada pelo Grupo Sogevinus como «Prova do Talento Português» foi efectivamente um evento em que ficou, mais uma vez, demonstrado que o nosso país, e os nossos enólogos, fazem alguns dos melhores vinhos generosos do planeta.

Todos muito bons, como se disse (e, de resto, como seria de esperar, dado que a Barros é uma das maiores especialistas no estilo Colheita), mas com destaque, ainda assim, para o incrível Colheita de 1944 (um exemplo de um Porto Colheita, compacto e preciso mais ligeiramente austero no estilo) e, no patamar logo a seguir, o Colheita de 1960 (explosivo e muito sedutor) e o esmagador Colheita de 1935 (todo em concentração como é normal para um vinho envelhecido oitenta anos em cascos de madeira).

Também se provou, e aprovou, a Edição Especial 100º Aniversário da Barros, vertida de uma garrafa muito bonita e moderna, que será vendida a um preço que, não sendo propriamente acessível, é quase modesto ao lado dos Colheitas acima referidos.



sexta-feira, julho 05, 2013

Novidade

Quinta da Boavista troca de mãos

Não é costume colocarmos notícias (apesar de não termos uma boa razão para tal...), mas esta é, mais a mais para os amantes do Douro, quase irresistível.


Depois da primeira investida na Quinta de Covela, inevitável para a sua recuperação e para os novos vinhos que já estão no mercado, a mesma dupla de investidores estrangeiros direcionaram as suas baterias à Quinta da Boavista, entre a Régua e o Pinhão defronte da Quinta do Seixo (Ferreira).


Muitos de nós já bebemos vinhos desta propriedade magnífica mas em blends da casa Ferreira, posto que não eram engarrafados enquanto vinhos de quinta, seguindo para lotes com outros vinhos. Agora, no futuro próximo, poderemos conhecer os vinhos - tintos certamente - directamente das vinhas da propriedade. A acompanhar de perto...

quinta-feira, junho 27, 2013

Loureiro under the rocks

Agora que o calor finalmente chegou, aconselha-se em força os brancos, e nada melhor do que verdes frescos e leves. Na foto à direita encontram-se alguns dos melhores Loureiros no mercado: Muros Antigos, Quinta do Ameal, Royal Palmeira. Mas muitos outros existem e cada vez melhores!

sexta-feira, junho 21, 2013

Novidade

Duorum O.Leucura Cota 200 (t) 2008
Duorum O.Leucura Cota 400 (t) 2008

Lançar dois vinhos da colheita de 2008 em meados de 2013 já é uma provocação ao mercado. Lançar um vinho com o nome comercial de 'O.Leucura' (nome técnico de um pássaro conhecido por chasco-preto), mais ainda. E lançar, não um, mas dois (!) 'O.Leucura' em simultâneo, provenientes de blends de vinhas de diferentes altitudes (de 200m e 400m, respectivamente) é quase uma loucura... será?

Mas vamos às notas de prova. Provados lado a lado na espectacular Quinta de Castelo  Melhor - a actual base do projecto Duorum sita entre Foz Côa e a vila de Castelo Melhor que empresta o nome à quinta. 

  • O Cota 200 é, dos dois, o mais profundo nos aromas, com muita fruta negra, sedutor e a dar prova generosa na boca, incluindo um final em potência. Está também mais compacto e fechado do que o seu irmão de maior altitude e, a nosso ver, com boas expectativas de evolução.

  • O Cota 400 é indubitavelmente mais fresco, com um aroma mais limpo, onde a fruta bonita se mistura bem com referência florais típicas da Tourigas (Franca e Nacional). Tem uma prova exuberante, e está muito apetecível desde já. Bebido agora está a dar uma prova mais acessível do que o irmão de menor altitude. 

quinta-feira, junho 20, 2013

De Espanha

Ganko El Cabezola (t) 2009


Mais uma prova do que Rioja - e, sobretudo, Rioja Alta - é capaz de produzir, desta feita num registo totalmente diferente do habitual, ainda que de moderna enologia.

Quem o produz é Olivier Rivière, vitivinicultor francês com formação em Bordéus e Borgonha. Muito fresco, gastronómico, com elegantes notas a fruto encarnado bem misturadas com referências salinas e iodadas muito interessantes, num conjunto de grande equilíbrio e boa complexidade.

Um autêntico mimo feito a partir de Tempranillo e Garnacha e envelhecido em barrica de carvalho por 12 meses. Não tem, por ora, importador em Portugal.

segunda-feira, junho 17, 2013

Novidade

Herdade do Rocim (t) 2010


Mais uma edição deste alentejano 'todo-o-terreno' (para o 2009 ver aqui). Bonita fruta no nariz, corpo médio a beber-se muito bem. Sem muita extracção, sem muitos excessos aliás, está um tinto agradável e a deixar saudades. Gastronómico e generoso na prova, não há como não gostar. O preço também ajuda, bem como a facilidade em o encontrar na distribuição. Assim sendo, não é preciso escrever muito mais...

sábado, junho 15, 2013

Reportagem

Manhã de trabalho na Barbeito (Madeira) com Ricardo Freitas 




 Os Vinhos Madeira com maior precisão são os da Barbeito e é tudo culpa de Ricardo Freitas. São vinhos frescos, elegantes e de grande harmonia. 


Tais não são os adjectivos mais comuns quando falamos de Madeiras, sobretudo velhos, mas é por isso que os Barbeito têm cada vez mais o seu lugar. Foi uma manhã fantástica aquela!


terça-feira, junho 11, 2013

Prova

Aphros Loureiro (b) 2011

Um caso muito sério este Loureiro biológico de Ponte de Lima, a juntar a outros que têm impulsionado esta casta a um patamar de quase excelência. Se há vinhos centrados mais na mineralidade (caso dos Quinta do Ameal, especialmente com alguns anos - a prová-lo o 2004 em excelente forma), este é mais focado na subtileza, na menor expressão aromática e pureza do frutoO produtor, galardoado na última cerimónia dos Prémios da RV como 'Revelação do Ano', tem mais vinhos, sempre com Loureiro (mas não só) nos brancos, e um interessante Vinhão nos tintos. A enologia é de Rui Cunha e de Pedro Bravo.

Desde logo, um portento visual no copo: límpido na cor e cristalino como se um raio o iluminasse. Muito subtil, aromaticamente preciso e sem exuberâncias desnecessárias, notas florais delicadas e ligeiro limonado. Corpo muito bem desenhado com a técnica sur lies a ser utilizada apenas para beneficiar o vinho, tornando-o mais junto e compacto. Final de boca prolongado, com vigor, mas mantendo sempre a subtileza.

Um belíssimo branco a adquirir por cerca de 12 EUR, com sorte talvez nos alfacinhas Miosótis ou Goliardos de acordo com o produtor. (17)

domingo, junho 09, 2013

Prova

Sino da Romaneira (t) 2010

Vem numa garrafa de meio litro, o pode ser útil para um jantar a dois em que não se pretende beber uma garrafa com 75cl (ou então apenas para uma pessoa com muita 'sede de vinho' o que não se recomenda). Lembro-me que, já em tempos, as edições especiais do Domingos Soares Franco também vinham com a mesma capacidade e nós gostávamos disso.

Quanto à prova: leve no copo, com cor pouco carregada e corpo esguio. Nariz muito floral com apontamentos de fruta bonita, mas tudo directo sem grande complexidade. A prova de boca, muito focada no fruto, tem um final ligeiramente doce que fará as delícias de alguns (mas não é tanto o nosso caso).

Preço cordato para um vinho da famosa Quinta da Romaneira - entre os 5 EUR e os 7,50 EUR - mas não propriamente barato (mais a mais com a crise) se for entendido como um tinto para o chamado dia-a-dia. Em qualquer caso, adequa-se à qualidade apresentada, que é boa, e está presente na cadeia Pingo Doce o que assegura acessibilidade. (15,5)

domingo, junho 02, 2013

Prova especial

Prova de vintages de Quinta do Douro Superior


Fomos responsáveis pela prova comentada de vintages do Douro Superior na recente segunda edição do 'Festival do Vinho do Douro Superior', organizada pela RV. Em prova estiveram vinhos de anos diferentes e apenas de uma só quinta, ou seja, cujo lote final não era o resultado de um blend de vinhos de várias quintas.

Esta prova é amplamente justificada, desde logo pelo facto do Douro Superior permitir - pelo clima essencialmente, entre outros factores - a criação de vintages muito interessantes sem necessidade de lotes do Cima Corgo (ao invés, os vintage clássicos nascem das quintas do Cima Corgo mas quase sempre o lote fial comporta também vinhos do Douro Superior).

Os favoritos do público que encheu a sala foram o Qta de Vargellas 2001 (Taylor's), o Qta da Nossa Senhora da Ribeira 1999 (Dow's), o Qta da Ervamoira 2007 (Ramos Pinto), e o Qta do Arnozelo 2009 (Burmester).

quinta-feira, maio 16, 2013

Prova

Diga? (t) 2005


Prova deste tinto bairradio feito de Petit Verdot. O nome  (a interrogação sugeria-se naqueles que não conheciam a casta bordalesa) e imagem estão bem conseguidos como é habitual nos produtos da Campolargo. O vinho está maduro, refletindo o ano que foi muito quente e mesmo o carácter mais áspero e taninoso da casta parece atenuado. Fruta preta, em camadas, muito generoso na prova de nariz. Na boca, exuberante e com final quente.

A propósito, cada vez surgem mais exemplares de Petit Verdot em Portugal, em especial no Alentejo - nada contra... Sendo certo que ainda não houve um que nos justificasse plenamente a opção pelo engarrafamento a solo (estreme), também é verdade que não têm desiludido no copo. Por isso, a vertente comercial decidirá o futuro desta opção.

Voltanto ao vinho em prova, este Diga? da colheita de 2005 está bom e evoluirá um pouco mais, mas afasta-se  quer do paradigma da região (por norma com maior acidez e elegância) quer dos tintos bordaleses (que não privilegiam a casta, utilizando-a em pequeníssimas proporções). Em qualquer caso, uma curiosidade bem feita e a merecer prova. (16)

quinta-feira, maio 09, 2013

Novidade

Valle Pradinhos (t) 2008

Boa ideia a de lançar um vinho tinto, robusto e intenso, após um estágio em garrafa de quase 4 anos. Pois bem, acompanhamos, faz algum tempo, as edições deste clássico vinho de Trás-os-Montes, há muito com o apoio enológico de Rui Cunha (no início, há mais de vinte anos, o enólogo foi Nicolau de Almeida).

Esta colheita de 2008 é, em comparação com a anterior, um vinho que não renega à terra que o viu nascer. É que se o 2007 estava quase perfeito no equilíbrio entre exuberância e sobriedade (um belo vinho português), este está mais maduro, quente e generoso. Continua a ser um primus inter pares, mas o ano de 2008 marcou-o muito (como seria de esperar) e enquadra-se agora mais na tipologia transmontana.

Um clássico português a não perder de vista. Depois da magnífica colheita de 2007, um bom tinto 2008, intenso e carismático (16)!

sexta-feira, maio 03, 2013

Novidade

Covela Edição Nacional (b) 2012

Regressam os vinhos da Covela e ainda bem! A este respeito, recordamos, como se fosse hoje, a visita que fizemos com Rui Cunha (novamente o enólogo do projecto) nas vindimas de 2007 (ver aqui). A título pessoal, podemos afirmar que sempre gostámos do estilo dos vinhos da Covela e a quinta (na verdade a junção de duas quintas) merece ser vista pelo cenário florido que encerra.

Quando a este branco, assumido agora como 'verde' - os novos proprietários sabem bem que 'vinho verde' é uma marca forte nos mercados estrangeiros -, é feito a partir da casta Avesso, típica da região Entre-Douro-e-Minho. Por isso, por ser uma casta nacional (o que não é assim tão comum na Covela), leva o nome de Edição Nacional. Parece-nos bem.

Está muito bem no aroma, exuberante a fruta branca, muito bonita, e algum mineral. Na prova olfativa está mais florido e menos citrico que muitos dos vinhos da região. Na boca, contudo, volta a assumir-se como um vinho verde, muito fresco e amplo, com óptima acidez, sentindo-se mesmo um ligeiro pico... (16)

Serão comercializados outros vinhos da Covela além deste. A par desta 'Edição Nacional' de 2012 será, para já, lançado um 'Covela Escolha' que também provámos e aprovámos (vinho mais mineral e sério que aconselha algum repouso em garrafa).

segunda-feira, abril 22, 2013

Prova

Quinta de Rosa Reserva (t) 2007

Este Reserva de 2007 confirma que os vinhos da Quinta de la Rosa são, por regra e em comparação com outros grandes tintos do Douro, maduros, algo quentes até. Explicamo-nos: mesmo num ano equilibrado, sem grandes escaldões - como o foi 2007 -, este tinto recorda-nos sempre notas de fruta muito madura, ainda que de grande intensidade e sabor. Em anos quentes, os vinhos podem até conter notas alfativas que lembram LBV.

Em abono da verdade, o vinho está bastante bom, mas a colheita de 2007 deveria ter permitido produzido um néctar ainda melhor, pelo menos um pouco mais equilibrado. A prova de nariz está muito sedutora, cheio de fruta negra e especiarias subtis. Corpo médio a cheio, saboroso mas a faltar alguma frescura. Bom final de boca, mas não a tender para a eternidade. Este será o melhor momento para o beber (ou mais um par de anos, mas não mais).

Um belo tinto do Douro, numa versão mais quente e musculada. (17)

quinta-feira, abril 18, 2013

Novidades

Brancos do Esporão


Quase que já chateia ter que falar bem dos vinhos do Esporão, tantas são as vezes com que nos confrontamos nesta situação...

Desta feita são os brancos da colheita de 2012 que querem fazer face, pela qualidade e pelo preço, ao que de melhor se faz em Portugal (incluindo os vinhos verdes, por norma os melhores brancos nacionais sobretudo no que toca ao preço). Um Alandra jeitoso a beber-se bem (15); um Verdelho à imagem das anteriores colheitas, ou seja, vegetal e austero, numa linha próxima dos sauvignon blancs modernos (16); e um Duas Castas, a partir de Roupeiro e  Arinto, equilibrado entre a fruta e a acidez num conjunto muito interessante e sem recurso à Antão Vaz (16,5).

PS: Ainda sobre o Esporão: numa prova recente, e entre vinhos de topo (todos acima dos 25 EUR), incluímos alguns underdogs menos conceituados. Destes, o que, sem dúvida, melhor se bateu com os topos de gama foi precisamente um Esporão Reserva (t) 2009 que se encontra em todo o lado e custa apenas 12 EUR (menos de metade do mais "barato" topo de gama em prova e um quarto do mais caro).

quarta-feira, abril 03, 2013

Prova

Monte da Casteleja Clássico (t) 2009


Já tínhamos escrito sobre este projecto algarvio (próximo de Lagos) na edição de Agosto de 2012 da RV. Provado novamente o Clássico, confirmou-se muito do que tínnhamos pensado sobre ele inicialmente. O incomum jogo das castas -  bastardo e alfrocheiro - confere-lhe um estilo diferente do habitual. Menos potente, mais polido. Menos seco, ligeiramente mais doce sem perder frescura. Com uma fruta muito bonita e um bom final de boca é, sem dúvida, um vinho de vigneron!

Acresce que é perfeito na ligação com pizas e saladas de frango. Um dos nossos favoritos de terras algarvias. (16) 

segunda-feira, março 18, 2013

Novidades

S   Herdade do Esporão (t) 2009

O ano não foi fácil para as terras quentes. Efectivamente, 2009 foi abrasivo em regra, seco mesmo em alguns dos meses. Os tintos monocastas da Herdade do Esporão, que brilharam em anos anteriores (e disso demos conta), sofreram um pouco com isso. Nesta edição, o Syrah (S é de Syrah) tem notas quentes e até um pouco doces no nariz (destaque para a nota a rebuçado flocos de neve), mas não chega a desequilibrar. A boca melhora bastante, de sabor profundo, fina e muito delgada. Nota-se que se pretendeu evitar - inteligentemente - um estilo mais robusto que  tornaria o vinho chato e anafado.

Em suma, está um bom Syrah nacional, maduro é certo, mas também profundo e sedutor. Já não é nada mau! (16,5)

terça-feira, fevereiro 12, 2013

Prova

Vinha de Reis (b) 2009

Provado diversas vezes podemos afirmar tratar-se de um dos vinhos brancos nacionais de que mais gostamos. O seu preço é de 10 EUR mais coisa menos coisa, o que é uma óptima notícia do nosso ponto de vista. Com Encruzado e Malvasia Fina, alguma batonnage e barrica, é um vinho que parte da matriz dos brancos típicos do Dão - acidez, força, e mineralidade - mas que procura algo mais. O corpo e o (fantástico) final de boca foram calibrados pela barrica, cujas ligeiras notas ligeiras não atraiçoam um conjunto subtil de muita qualidade. Fresco, cheio de vida (evoluirá bem por mais 3/5 anos), mostra uma rara relação entre elegância e untuosidade, aquilo que, em linguagem política (neste caso francófona), se poderia qualificar como uma «força tranquila»...

Provámos, entretanto, a versão de 2010 no evento dãowinelovers que se realizou faz duas semanas na Casa da Passarela, já com um novo rótulo (aliás, do produtor já devemos ter conhecido mais de 10 rótulos entre brancos e tintos). O branco de 2010 também está bom, mas não sobressai no meio de outros bons brancos da região. Este de 2009 sim, é um belíssimo vinho branco, dos melhores da região e do país. Pena estar já esgotado (17++).

quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Prova especial

Ferreirinha reserva especial 1974 e 1977

Já muito tempo passou das colheitas de '77 e '74. Depois de várias garrafas boas de '77, encontramos esta menos feliz, mas a dar prova adequada. Mantinha-se bem na definição da fruta mas revelava na boca uma prova ácida comprometedora. Já colheita da Revolução esteve um pouco melhor, mais madura e morna, apesar de pouco viva e entusiasmante.

Se fosse possível, admito que um blend das duas colheitas daria um resultado melhor que as partes, juntando-se a acidez deslocada do '77 com as notas quentes do '74. Mas isso seria um pecado... como também o seria não afirmar que, apesar de tudo o que se referiu acima, ambos os vinhos brilharam na sua vetusta idade. 

terça-feira, fevereiro 05, 2013

Prova

Quinta de la Rosa tinto cão (t) 2004


Vinho não comercializado pela Quinta de la Rosa, mas servido em ocasiões especiais. Grande cor e concentração. O nariz lembra muito LBV (a casta é importante em vários lotes de Porto), maduro, quente, profundo mas pouco entusiasmante. Falta acidez, mostra-se redondo, pouco apto à mesa.

Prova didática, denotando-se que estamos perante uma casta de lote, como o são quase todas no Douro. (15,5)

quinta-feira, janeiro 31, 2013

Prova

Brancos 2011 da Quinta do Monte d'Oiro


Partilham a casta viognier e o terroir, mas são diferentes no estilo. O Lybra, loteado com arinto, está jovem, irrequieto, citrino e com acidez por domar (16). O Madrigal está mais focado, com um grande esforço na definição da fruta, no leve floral e no equilíbrio (17). Em comum também o facto de terminarem sérios, frescos e com aptidão gastronómica.

O ano de 2011 ajudou muito, mas seria injusto não afirmar que a enologia na QMdO nunca esteve tão contida e certeira quanto agora. Em suma, dois bons vinhos brancos da região de Lisboa, e ambos a preços ajuizados - o Madrigal, o mais caro, andará pelos 15 EUR, o Lybra talvez menos de metade disso.