segunda-feira, dezembro 27, 2010

Do antigamente

Vinhos Luis Pato

São vinho maduros. "Maduros" por oposição a imberbes, claro. Em época festiva - boas festas e votos de um óptimo 2011! - não dispensamos provas a vinhos do antigamente. Aqui vão mais 3 notas de provas, todas de vinhos de Luis Pato, todos vinhos com calma, sossegados, e muito saborosos.

Surpreendentemente, o menos evoluído é o Luís Pato (T) 1988, imaculado na cor ainda profunda, e na prova de boca onde sobressai a sensação que o conjunto precisa ainda de mais tempo (!) para afinar. Depois o Luis Pato (T) 1990, o mais elegante dos 3 vinhos aqui descritos, evoluído, maduro, equilibro perfeito entre fruta e terciários. Está em óptimo ponto de consumo, mas aguenta mais 5 anos. Depois, veio o Luís Pato Vinhas Velhas (T) 1994, demasiado frutado (o ano não foi excelente na Bairrada ao contrário de outras regiões), mas com uma complexidade significativa a não permitir que o vinho se tornasse morno. De todos, é aquele com menor acidez, mas sem dúvida muito curioso na sua vertente frutada pouco habitual num Baga com mais de 15 anos.

Em suma: o VV ' 94 para beber agora acompanhando uma carne simples. O ' 90 para beber agora (mas podendo guardá-lo) com uma cabidela de leitão. O '88 para beber daqui a uns anos e logo se verá o acompanhamento!

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Do antigamente

Gonçalves Faria Garrafeira Tonel 5 (T) 1990

A foto não faz jus ao momento vivido, mas procurem acreditar nas minhas palavras: era mesmo um Tonel 5, e estava mesmo como imaginei que ele estivesse! E não foi sugestão - aliás, o facto de imaginarmos um vinho antes de o provar faz com que, por regra, o perigo da decepção seja maior no momento da prova. Sucede que, no toca a este vinho, decepção é palavra proibida...


Repleto de fruta encarnada - morangos, cerejas pouco maduras, framboesas - revela também aromas terciários magníficos e não demasiados pungentes, revelando grande carácter e equilibro. Um vinho que surpreende, ademais, pela enorme frescura, pelos taninos impecáveis, e por uma acidez monumental. Foram provadas 2 garrafas, ambas perfeitas, e isso diz muito da qualidade de um vinho com 20 anos.

Um dos melhores Baga para se beber neste momento, mas certamente ainda com mais uma década de vida. Fantástico. Pena é que a vinha velha que produzia esta maravilha tenha sido arrancada. Mas isso é outra história.

quinta-feira, dezembro 16, 2010

Do antigamente

Falcoaria (T) 1989

Quem diria que este tinto Ribatejano, com mais de 20 anos, estaria um verdadeiro colosso de vinho? Produzido a partir de Trincadeira e Castelão, passeou-se com frescura e surpreendeu com fruta primária ainda. O tempo deu-lhe a complexidade que, porventura, não teve quando era jovem. Revelou-se, nesta garrafa que se provou, calmo e sensato, em perfeitíssimas condições.

Um vinho que dificilmente se detecta a região de onde provém. Adivinha-se, é certo, português pela ligeira rusticidade que ainda ostenta. Mas podia ser também um vinho espanhol, ou melhor, um grande vinho espanhol, daquele que, como sabemos, custam certamente 50 vezes mais do que este alguma vez poderá (vir a) custar. Felizardos que somos.

sábado, dezembro 11, 2010

Prova especial

Campo Ardosa RRR (T) 2003

De um ano tão complicado, surge-nos um vinho maravilhoso. Efectivamente, são muitos os tintos de 2003 que nos têm decepcionado, sobretudo com a evolução em garrafa. Mas as excepções sempre existem. Uma delas, é este RRR da Quinta da Carvalhosa, sita a poucos quilómetros onde o Rio Tedo se encontra com o Douro (Cima Corgo).

Nariz cheio de mato seco, fruta profunda, cera, algum químico, ligeira madeira muito especiada e deliciosas notas licoradas - tudo muito bem! Mas verdadeiramente em forma esteve a prova de boca, um vinho verdadeiramente memorável, de sabor e mineralidade transbordantes. Intenso, carnudo, complexo. Muito mineral ("ardosa" refere-se a ardósia existente no solo), com taninos secos mas não duros. Tudo muito equilibrado, com boa acidez, e muitos anos pela frente. Um vinho para daqui a meia década. E ainda bem!

Trata-se do topo de gama da Quinta da Carvalhosa, que representa a selecção das barricas escolhidas pelos 3 sócios alemães do projecto (cada um coloca um R nas barricas de que mais gosta, sendo o lote final composto pelas barricas que levam RRR). Não é barato é certo - a cerca de €35 cada garrafa -, mas vale a pena prová-lo.

17,5+

domingo, dezembro 05, 2010

Prova especial

Trimbach Réserve Personelle Pinot Gris (B) 2001

Se é verdade que a Pinot Gris é uma casta que nem sempre evolui bem em garrafa, também é verdade que no que respeita à colecção Réserve Personelle da Trimbach ela evolui muito bem. Já se sabe que a Pinot Gris da Alsácia tende a ser mais poderosa que a de outras regiões, e isso é bem visível neste branco pois temos um vinho enorme! Muito floral no nariz, sem qualquer excesso (nada de água de rosas e coisas que tal), e um delicioso toque fumado. Complexo e untuoso na boca, agora com fruta branca madura a acompanhar a componente floral, mas novamente sem nenhum excesso, nomeadamente de doçura. Intenso, de grande estrutura, e com um final de boca luxuoso.

Um grande vinho em qualquer lado do planeta. A cerca de €40, sirva-se a acompanhar umas fatias de queijo manchego, ou uma terrina de "foie", nada mais.


17+

sexta-feira, dezembro 03, 2010

Mendoza

Em Fevereiro

Na Argentina as pessoas são as melhores pessoas que podemos conhecer. Sobretudo em Mendoza, enorme região onde tudo gira em torno do vinho: a agricultura, a comida, e até o (pouco) turismo. Em Mendoza descobrimos a confirmação de vinhos, essencialmente tintos, generosos na fruta pura, e elaborados por um conjunto de gente tão aventureira quanto entusiasta a propósito da melhor bebida do mundo, incluindo alguns portugueses.

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