Um dia na Quinta S. Luís
Ao Douro voltamos todos os anos. Existem sempre novos lugares a descobrir, quintas, vinhos. Amigos que ficam. Tudo no Douro parece mágico, e tem outro tempo, outro sabor, outra intensidade. Passear no Douro, sobretudo com amigos, é daquelas tarefas que não cansam e cujas memórias não desaparecem. Ir ao Douro é saber que vamos voltar em breve. Que vamos fazer tudo para, em breve, lá voltar. Por isso, também nós lá voltámos...
Ainda meio acordados saltámos para o jipe e, pouco depois de passar a ponte no Pinhão (vínhamos de Sabrosa), curvámos à esquerda e subimos a primeira rampa da Quinta S. Luís. Propriedade do grupo "Sogevinus" que passou a deter, com a aquisição no ano passado da "Barros, Almeida & Ca", as marcas Cálem, Kopke, Barros (além de outras que já detinha como a Burmester), esta é uma quinta de grande dimensão e com abundância de micro-climas.
Após uma apresentação às vinhas (sempre indispensável nestas ocasiões), e sob um sol fantástico, foi ocasião para algum resguardo ao fresco e muitas provas na adega:
Primeiro um Cálem LBV (P) 2003, opaco, repleto de fruta e um carácter lácteo impregnado, fácil e acessível (na altura pensei num 15,5).
Depois (e eram ainda onze da manhã!), um Kopke Vintage (P) 2005, também opaco, misterioso no início, maior acidez e taninos do que o LBV e um carácter próximo da sobrematuração que me lembrou o 2003 (o campeonato dos vintages é, como sabemos, difícil e este Kopke é para se beber novo, pensei num 17).
Veio então um Burmester Tawny (P) 30 Anos, sublime com notas a laranjeiro, muito fino e marcante, mas com um final menos persistente do que esperávamos (16,5 pareceu-me acertado).
Depois, um Barros Colheita (P) 1978, ligeiramente mais escuro que o anterior, com um nariz completamente exótico, boca cheia e untuosa, final interminável (17,5 sem qualquer exagero).
Depois de tudo isto (batia quase o meio dia e meia) era de tempo de descansar... enjoy the view num terraço maravilhoso (e a view é para a Quinta do Crasto e para a Quinta Nova!). Tempo (temos sempre tempo) para provar um Curva Reserva (B) 2006, um branco com nariz interessante, delicado e muito subtil, boca citrina mas muito curta (um belo mouthwash diria John Graham… talvez 15).
Com o almoço já servido (um arroz de pato bem consistente) tivemos um dueto curioso. Lado a lado um Kopke Reserva (T) 2003 – seguro de si, muita fruta, moderno, pronto a beber com taninos moldados – e um Burmester Reserva (T) 2004 – mais fresco que anterior, vinioso, rústico, é um vinho sério que merece garrafa (16,5 aos dois e "não se fala mais nisso").
Mas o melhor ainda estava para vir… um Burmester Colheita (P) 1955… palavras para quê? Para dizer final interminável? Boca de veludo? Acidez perfeita? Nota? 18.
Depois (e eram ainda onze da manhã!), um Kopke Vintage (P) 2005, também opaco, misterioso no início, maior acidez e taninos do que o LBV e um carácter próximo da sobrematuração que me lembrou o 2003 (o campeonato dos vintages é, como sabemos, difícil e este Kopke é para se beber novo, pensei num 17).
Veio então um Burmester Tawny (P) 30 Anos, sublime com notas a laranjeiro, muito fino e marcante, mas com um final menos persistente do que esperávamos (16,5 pareceu-me acertado).
Depois, um Barros Colheita (P) 1978, ligeiramente mais escuro que o anterior, com um nariz completamente exótico, boca cheia e untuosa, final interminável (17,5 sem qualquer exagero).
Depois de tudo isto (batia quase o meio dia e meia) era de tempo de descansar... enjoy the view num terraço maravilhoso (e a view é para a Quinta do Crasto e para a Quinta Nova!). Tempo (temos sempre tempo) para provar um Curva Reserva (B) 2006, um branco com nariz interessante, delicado e muito subtil, boca citrina mas muito curta (um belo mouthwash diria John Graham… talvez 15).
Com o almoço já servido (um arroz de pato bem consistente) tivemos um dueto curioso. Lado a lado um Kopke Reserva (T) 2003 – seguro de si, muita fruta, moderno, pronto a beber com taninos moldados – e um Burmester Reserva (T) 2004 – mais fresco que anterior, vinioso, rústico, é um vinho sério que merece garrafa (16,5 aos dois e "não se fala mais nisso").
Mas o melhor ainda estava para vir… um Burmester Colheita (P) 1955… palavras para quê? Para dizer final interminável? Boca de veludo? Acidez perfeita? Nota? 18.
*
Tudo isto só foi possível graças ao António Montenegro e à sua equipa que nos receberam muito bem. A eles muito e muito obrigado.
Quanto a nós, vamos voltar ao Douro claro. E quem sabe ainda este ano...
Fotos (de acordo com os ponteiros do relógio): Burmester 1955 e vista do terraço; caminho para a Quinta; adega equipada; Francisco (um dos enólogos da empresa).
3 comentários:
Caro Amigo. É imperdoável que andes à volta de minha casa e nem um aceno para nos rever-mos. Um abraço. AJS
Tens razão meu amigo. Claro.
Mas (e temos sempre um "mas"), foi tudo combinado por outros amigos meus e mantive-me com grupo. Para mais, faz um mês que perdi o meu anterior telemóvel com os meus n.ºs todos (incluindo o teu) e por isso não sabia como te contactar.
Na esperança que aceites as estas desculpas, leva um abraço meu
Nuno
Enviar um comentário