Admito (sem falsa modéstia) que ninguém reparou na ausência de posts entre o dia 22 do mês passado e o dia 2 do corrente Maio. Na verdade, andei por fora de Portugal, pululando entre Holanda, Bélgica e Alemanha. Tudo em 10 dias, sem internet nem"agenda vinícola".
Apesar de me fazer bem pensar noutras coisas que não néctares engarrafados (diz-me o médico...), não consegui resistir a tomar apontamentos, a criar referências, enfim a tudo fazer para me lembrar sobre o escrever nestas linhas. E, assim sendo, deixo breves notas sobre aquilo que os meus olhos viram sobre nos referidos países. Sobre vinho, claro está.
Apesar de me fazer bem pensar noutras coisas que não néctares engarrafados (diz-me o médico...), não consegui resistir a tomar apontamentos, a criar referências, enfim a tudo fazer para me lembrar sobre o escrever nestas linhas. E, assim sendo, deixo breves notas sobre aquilo que os meus olhos viram sobre nos referidos países. Sobre vinho, claro está.
1. Em primeiro lugar, confirma-se facilmente que o gosto pelo vinho – ou melhor, a moda do vinho – também explodiu noutros países (assumindo, como faço, que explodiu em Portugal). É hoje muito frequente a referência a wine bars de Amsterdão a Bruxelas, e, sobretudo, em Berlim. Em qualquer destas cidades europeias surgem "wieners", "enotekes" ou mesmo "enotecas" (como que escrito em Português) nas mais diversas esquinas. E em muito maior quantidade do que sucede no nosso país.
2. Em segundo lugar, à semelhança de Portugal, também existem hoje muitas garrafeiras e lojas especializadas por essa Europa fora (mais do que antes, de acordo com a minha experiência). E, neste particular, as garrafeiras portuguesas não ficam, em regra, a perder para as suas congéneres europeias. Em Berlim, o destaque vai para a "PlanetWine", uma loja fantástica no centro do Mitte com uma selecção prodigiosa de riesilings alemães e austríacos.
3. Depois, também os restaurantes lá fora privilegiam os vinhos. Nas casas mais afamadas de Berlim - como o "Vau" - deparei-me com cartas com mais de 600 vinhos (em Inglaterra ou em França, ou mesmo num ou outro em Espanha, chegam a ter quase mil). Nos locais certos, os preços não são tão inflacionados como na restauração nacional (maldita seja!). Mas claro... também existem aqueles restaurantes que andam à caça dos mais incautos e vendem vinhos três vezes o preço em loja. Mas atenção, os restaurantes de topo não apresentam geralmente qualquer falha no serviço do vinho.
4. Por fim, a nota menos feliz: o vinho português quase não se vê nos países referidos. Com excepção dos Portos, só o "Pintas" (na Alemanha por duas vezes me referiram o vinho quando me identifiquei como português), alguns gama alta da "Ferreirinha", e um ou outro verde branco (surpresa!) pouco se vê nas garrafeiras e menos ainda nos restaurantes. Ao invés, franceses, italianos e espanhóis (por ordem decrescente) dominam por todo o lado. Nos supermercados cabe ao "novo mundo" reinar. Até nos aviões da Luftansa onde se pode comprar pacotes de selecção de 6 vinhos de 6 países diferentes, Portugal não aparece.
3 comentários:
Isso confirma que em termos de marketing há muito para fazer lá por fora. Senão continuaremos a ser conhecidos só pelo vinho do Porto e pelo Mateus Rosé.
Caro Nuno o drama do vinho português é a dificuldade de entrada no mercado internacional, julgo eu que a principal razão é a falta de uma estratégia comum, de grupo, para poder ter mais força. Por essa razão só se vê os topos de gama que naturalmente com facilidade são aceites em qualquer lado. No entanto como o sue peso é rsidual não chega para fazer de alavanca para os outros.Um grande abraço AJS
Sem dúvida amigos. Ainda temos um grande caminho para percorrer...
Mas, com a qualidade - ano após ano - dos nossos vinhos, penso que será inevitável termos um cantinho de destaque no futuro. Será, porém, preciso saber aproveitá-lo.
N.
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