Foi mesmo em cima da hora (bendita hora para mim) que tive o verdadeiro privilégio de jantar (pois não estava prevista a minha presença) com 5 adeptos de vinho para provar e beber 6 tintos recentes (2003/2004) do Douro. Cada participante trouxe uma botelha, como combinado. Como combinado também já estavam os "nomes" dos ditos vinhos.
Não escrevo sobre quem esteve presente no jantar, pois o que mais importa no âmbito deste blog (a mim, e, eventualmente, ao leitor) são os vinhos; não quem os provou. Direi que eram, no mínimo, um núcleo duro de "entendidos" na matéria. Os vinhos... esses revelo e em bold: Xisto (T) 2003, Abandonado (T) 2004, Quinta de Roriz Reserva (T) 2003, Passadouro Reserva (T) 2004, C.V. (T) 2003 e Maritávora Reserva (T) 2004.
Não escrevo sobre quem esteve presente no jantar, pois o que mais importa no âmbito deste blog (a mim, e, eventualmente, ao leitor) são os vinhos; não quem os provou. Direi que eram, no mínimo, um núcleo duro de "entendidos" na matéria. Os vinhos... esses revelo e em bold: Xisto (T) 2003, Abandonado (T) 2004, Quinta de Roriz Reserva (T) 2003, Passadouro Reserva (T) 2004, C.V. (T) 2003 e Maritávora Reserva (T) 2004.
Na cor, pouco se notam as diferenças entre a colheita de 2003 e 2004 e, de vinho para vinho, as assimetrias cromáticas são mesmo mínimas.
[Deveria ter evidenciado antes que todos os vinhos foram decantados com cerca de 30m-1h de antecedência, e vieram para a mesa em decanters numerados para manterem o anonimato].
Já no nariz, os perfis começaram a trocar as voltas: um desiludiu (Xisto) com uma silhueta de demasiada torrefacção (cafés, espuma torrada); outro revelou toques excessivos de menta fresca (era o Abandonado, soube de depois), um acolá com químico latente do tipo "bomba" (Passadouro Res.), outro ainda mais calmo e com doce de leite a lembrar LBV (Quinta de Roriz Res.); por fim, dois mais complexos e intrigantes (C.V. e o Maritávora Res.).
Cerca de meia hora depois levou-se o vinho à boca.
É sabido ser tarefa arrevesada resumir as notas de prova de vários vinhos, sobretudo quando bebidos num único jantar. Diremos então, apenas, que todos são vinhos de belíssimo porte, que deram muito prazer. Contudo, diferenças também as houve, e alguma intrepidez no espírito leva-nos a revelar que o Xisto e o Abandonado (logo este que costumo gostar tanto...) ficaram uns pontos atrás dos outros e, por isso, nesta prova, trouxeram uma leve sensação a desapontamento. Dos restantes, resta-me dizer que o adorei o Passadouro Res. 2004 - o mais brutal e concentrado dos vinhos "em jogo" -, mas também o Quinta de Roriz Res. 2003 que se mostrou surpreendentemente sedutor e maduro (certamente devido ao ano) face a colheitas anteriores.
Todavia... os dois vinhos da noite foram mesmo o C.V. 2003 e o Maritávora Res. 2004. O primeiro, produzido por Cristiano Van Zeller em cooperação com S. Tavares da Silva, foi um todo de perfeição: profundo, enigmático, boca redonda aveludada e um final deveras longo. O segundo - grande relação preço/qualidade (o mais "barato" da mesa) -, foi um poço de complexidade, de perfeição na acidez, exibindo uma integração fantástica da barrica por Jorge Serôdio; tudo merece aplauso neste tinto.
Foi assim...
6 comentários:
Caro Nuno que belo jantar deve ter sido com vinhos desse calibre....
Já agora e só para espicaçar ainda mais a minha saudável inveja o que acompanhou esses topos?? O repasto esteve à aaltura?
Boas provas!!
Caro Chapim,
Foi sobretudo um jantar de vinhos, mas comeu-se bem (na "Commenda"). A par de uns acepipes iniciais, e de um carpaccio de polvo (belíssimo mas de difícil conjugação com tintos fortes), um arroz de pato muito bom calhou "a matar". Também houve fruta e doces à base de chocolate e dois vinhos de sobremesa dos quais darei notícias em breve.
Um abraço forte, e boas provas para ti também,
N.
Que jantar... concordo com o autor do blog de q é melhor identificar os vinhos do q os provadores.
Manuel S.
Nuno,
Tenho pena que não tenhas provado o Passadouro Reserva 2003. Está óptimo! O Passadouro Reserva 2004 está para durar. Quando é que combinamos um encontro com a malta da internet?
Abraço,
Chêdas
Caro Chêdas,
É uma boa questão essa. É preciso organizar!
Forte abraço,
N.
Caro Nuno,
sabes bem que para encontros com pessoal cibervínico estou sempre disposto.
Que venha mais um jantar enobloguista!!
Boas provas!
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