quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Quinta do Gradil (T) 2003


Não se sabe ao certo se o Marquês de Pombal chegou a ser mesmo o proprietário da Quinta do Gradil (na altura com outra denominação), mas o rumor perdura pelos suaves vales verdes da Estremadura. Perdidas na lindíssima zona do Cadaval - na qual é merecido o passeio, e aproveitem para almoçar no restaurante "O Lagar" -, ficam as vinhas de touriga nacional, alicante bouschet e syrah das quais resultam este vinho. A imagem gráfica da garrafa surge apelativa, e o néctar tem "arrancado" boas classificações um pouco por todos os anuários.
No copo a cor é muito bonita com um tom vermelho escuro curioso, é mesmo um pouco diferente do habitual: imaginem um morango muito maduro e estaremos lá perto. O nariz é intenso e provocador, mas está muito perto de tantos outros vinhos provados. Existe pouca novidade num "bouquet" vinioso, com notas de madeira nova e referências a geleia e compota.
Na boca é mais interessante, profundamente rústico, um paladar amargo de taninos marcados, balsâmico médio e uma fruta muito negra anti-doce. Final médio onde o carácter duro se mantém e realça. Uma meia hora depois surge fumo e algum couro. Sem dúvida um vinho marcante, de carácter robusto e bem feito. É um vinho que está a meio caminho entre a Estremadura de hoje e o seu futuro. Acompanhará bem queijos fortes e pratos puxavantes. A menos de 12 €.

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3 comentários:

Luis Ganita disse...

Chamo-me luis Vieira e sou o actual proprietario da quinta do gradil.
Agradeço o seu comentario sobre o vinho e aproveito para o convidar a uma visita à quinta quando quiser. Terei o maior prazer de lhe dar a provar outros nectares da nossa produção.
luis.vieira@bcvini.com

NOG disse...

Caro Luís Vieira,

Eu é que agradeço o seu comentário. Em breve entro em contacto para combinar a visita à quinta.

Cumprimentos cordiais,

Nuno Oliveira Garcia

Unknown disse...

Por curiosidade, estive a pesquisar uns postais enviados para a Quinta do Gradil em 1925 e confirmo que nessa data se encontrava no local uma D. Margarida, com o título de Marquesa de Pombal, o que faz supor que a Quinta se manteve na posse daquela família até ao séc. XX.
É esta mais uma achega para o valor histórico da Quinta, que deve assim ser realçado.

Cumprimentos,
Paulo Ferreira