A NÃO ESQUECER…
Ossian (B) 2006
Não queriamos que chegasse o nosso texto de Natal sem antes referir mais um vinho que não esqueceremos tão cedo. De novo espanhol (raios!), mas desta feita branco. Acresce que, pelo menos ao nível de complexidade e de prova de boca, esta foi a melhor surpresa que provámos este ano em termos de vinhos brancos. O que, a nosso ver, não é obra simples, dados os vários bons brancos nacionais de 2007 e, claro, os muitos brancos provenientes do resto do mundo por nós provados.
Trata-se do Ossian (B) 2006, fruto de uma vinha prefiloxérica, ou seja com bastante mais que cem anos (segundo o produtor com mais de 150 anos) localizada próximo de Segóvia (Rueda) e que estagia quase um ano em carvalho. Falta ainda esclarecer que é uma vinha de uma casta só, nem mais nem menos que a fantástica verdelho e que o vinho é produzido segundo os princípios da agricultura biológica (ou seja, sem nenhum tipo de produtos químicos) e fermentado con leveduras autóctonas. Pois bem, temos então um 100% verdelho e logo de vinhas velhas, e que verdelho… Amarelo carregado no copo, revela-se imediatamente compacto. No nariz, lança de início um aroma áspero, duro, vegetal seco, tudo a dizer que é um branco de força, de complexidade e de arrebatamento. Depois surge ligeira tosta, fruta cozida e fruta tropical, ligeiro floral e madeira de móvel antigo. Mineralidade muito boa (quem acha que o galego "As Sortes" é mineral tem de provar este), boca cheia e untuosa, corpo amplo, extremamente estruturado, é como se fosse "um tinto de uva branca". Final prolongadíssimo, novamente duro e seco, uma austeridade que se aplaude e que tantas vezes faz falta aos brancos que se querem com longevidade. Onde não ganha em subtileza e elegância, ganha em força, complexidade e amplitude. Um branco de despertar paixões!
O melhor de tudo é que se vende por cá. Custa entre € 30 a € 35, e compra-se nas Coisas do Arco do Vinho (Lisboa) ou na Tio Pepe (Porto). Aproveitando o espírito consumista cada vez mais presente no Natal, é caso para dizer "toca a comprar"!
Ossian (B) 2006
Não queriamos que chegasse o nosso texto de Natal sem antes referir mais um vinho que não esqueceremos tão cedo. De novo espanhol (raios!), mas desta feita branco. Acresce que, pelo menos ao nível de complexidade e de prova de boca, esta foi a melhor surpresa que provámos este ano em termos de vinhos brancos. O que, a nosso ver, não é obra simples, dados os vários bons brancos nacionais de 2007 e, claro, os muitos brancos provenientes do resto do mundo por nós provados.
Trata-se do Ossian (B) 2006, fruto de uma vinha prefiloxérica, ou seja com bastante mais que cem anos (segundo o produtor com mais de 150 anos) localizada próximo de Segóvia (Rueda) e que estagia quase um ano em carvalho. Falta ainda esclarecer que é uma vinha de uma casta só, nem mais nem menos que a fantástica verdelho e que o vinho é produzido segundo os princípios da agricultura biológica (ou seja, sem nenhum tipo de produtos químicos) e fermentado con leveduras autóctonas. Pois bem, temos então um 100% verdelho e logo de vinhas velhas, e que verdelho… Amarelo carregado no copo, revela-se imediatamente compacto. No nariz, lança de início um aroma áspero, duro, vegetal seco, tudo a dizer que é um branco de força, de complexidade e de arrebatamento. Depois surge ligeira tosta, fruta cozida e fruta tropical, ligeiro floral e madeira de móvel antigo. Mineralidade muito boa (quem acha que o galego "As Sortes" é mineral tem de provar este), boca cheia e untuosa, corpo amplo, extremamente estruturado, é como se fosse "um tinto de uva branca". Final prolongadíssimo, novamente duro e seco, uma austeridade que se aplaude e que tantas vezes faz falta aos brancos que se querem com longevidade. Onde não ganha em subtileza e elegância, ganha em força, complexidade e amplitude. Um branco de despertar paixões!
O melhor de tudo é que se vende por cá. Custa entre € 30 a € 35, e compra-se nas Coisas do Arco do Vinho (Lisboa) ou na Tio Pepe (Porto). Aproveitando o espírito consumista cada vez mais presente no Natal, é caso para dizer "toca a comprar"!
17,5
6 comentários:
Em Portugal com esses preços só podem ser xulos.
Os preços que conheço em Espanha rondam os 20 a 24 euros. Admito que haja, efectivamente, alguma especulação.
NOG
Em Espanha e brevemente em Portugal também a 24€, sou eu que digo e...
Para mim foi uma grande desilusão.No minimo necessita de alguns anos de garrafa...Uma bomba de acidez,que matou a boca para os vinhos provados de seguida.
Caro Paulo Sousa,
Reconheço que o vinho é duro, por vezes áspero até, mas das várias provas que tenho feito não me tem parecido com acidez excessiva.
Talvez tenha sido essa garrafa. Ou, caso já tenha provado por diversas vezes e sempre detectou muita acidez, admito que os nossos parâmetros variem um pouco, o que é muito normal uma vez que, felizmente, a subjectividade é muito importante na apreciação de vinhos.
1 abraço,
NOG
Sim,duro e aspero também...Não consigo entender as notas elevadas.Pesquisei em alguns blogs espanhóis e as opiniões também se dividem.Prometo que o vou provar novamente.
Um abraço
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