Vinhos com (e de) Rui Cunha
Conhecer as quintas e os produtores aos quais Rui Cunha presta assessoria é um prazer. Conhecer essas quintas, e os seus proprietários, na companhia do próprio Rui Cunha não é apenas um prazer – é uma autêntica regalia! E conhecer com o próprio os seus projectos pessoais é um privilégio ainda mais especial. Pronto... está tudo dito! E qualquer objectividade, imparcialidade ou rigor no relato que se segue das provas está "contaminada", dirá o leitor. Tentaremos que assim não seja...
Dos vários vinhos provados ao longo de dois dias e meio – para uma descrição das visitas ver o texto dos amigos vinho a copo -, aqui fica o conjunto dos nossos destaques. A saber:
OS NOSSOS PREDILECTOS:
» Valle Pradinhos (T) 1992: Legado do tempo em que Nicolau de Almeida era o enólogo da casa. Um corpo estruturado e uma vibrante acidez "carregam ao colo" um fruto vermelho macio e redondo. Ainda com vida pela frente, é um vinho elegante e com uma pattine inesquecível. Foram provadas 3 garrafas – e todas elas em condições! (17,5-18)
» Campo Ardosa RRR (T) 2000: Provado defronte dos próprios vinhedos numa manhã fria de vindima. Numa mini-vertical, este RRR 2000 foi o que mais nos "agarrou" com o seu nariz frutado e uma boca cheia de garra. Final de boca inesquecível, está aqui um vinho potente mas (já) equilibradíssimo e pode ser guardado. Grande tinto! (17,5-18)
» Covela Colheita Seleccionada (B) 2004: Da região "entre Douro e Minho" está um branco fascinante e de corpo cheio. Complexo, muito mineral, é um branco deveras sério que não vira a cara à luta em qualquer combinação gastronómica por mais exigente que seja. (16-16,5)
AS SURPRESAS:
» Crooked Vines (T) 2005: Provado em magnum, é um tinto moderno (tal como o rótulo), sedutor e de perfil internacional. Bom trabalho com a madeira que se sente mas não se impõe. Fruta sobremadura e um final quente e picante que aponta mais para o consumo do que para a guarda. Um tinto de puro deleite que fará a alegria de muitos consumidores. (16,5-17)
» CM Romeu (PB) 1974: Belíssimo Porto branco da Soc. Agrícola Menéres a fazer-nos lembrar alguns madeiras (de bual). Untuosidade máxima, doçura cativante e boca de veludo. Final impressionante. Grande Porto branco. (17-17,5)
» Vista Alegre Old White (PB) s/idade: Outro Porto branco, este com cerca de 20 anos. Temos aqui um blend potentíssimo e um conjunto de aromas que remetem para flor de laranjeiro, casca de limão confitada e notas meladas - tudo num estilo curiosamente próximo de um tawny. (16,5-17)
» Quinta dos Avidagos Reserva (T) 2005: Por menos de €8 temos aqui um tinto muito gastronómico com fruta e força suficientes para acompanhar qualquer prato de carne. Num perfil muito duriense será uma excelente compra e está disponível em grandes superfícies (no "Continente"). (15,5-16)
» Sousa Lopes (B) 2006: Surpreendente branco de uvas plantadas próximo de Famalicão. Feito a partir das castas loureiro e chardonnay, está muito citrino, de perfil fácil e directo, mas brinda-nos com um tique de originalidade (talvez da pouco usual combinação das castas) muito feliz. Também por isso, parabéns ao enólogo Gonçalo Lopes. (15-15,5)
AS CONFIRMAÇÕES:
» Secret Spot (T) 2004: No seu lançamento, faz cerca de um ano atrás, estava já interessante a mostrar fruta vermelha e madeira presente, mas não se distinguia de outros bons tintos da região. Agora, um ano depois, está muito mais elegante, fino na entrada de boca e final mais prolongado. Reúne, em suma, um conjunto muito significativo de atributos: fruta de qualidade, elegância e complexidade. É um vinho muito sério que merece copos a preceito. (17-17,5)
» Valle Pradinhos Reserva (T) 2004: Já está com menos "pêlo na venta" do que na nossa primeira prova (ver aqui). Mantém uma fruta vermelha fabulosa e uma acidez cativante. Talvez o melhor cabernet português (mas tem ainda tinta amarela) que conhecemos. Não é arriscado vaticinarmos muitos anos de vida a este belíssimo tinto. (17-17,5)
» Quinta do Além-Tanha V.V. (T) 2004: Confirmação de um tinto que melhora a cada colheita que passa (para o 2001 ver aqui, para o 2003 aqui). O estilo sobremaduro está agora menos evidente mas a fruta preta de qualidade mantém-se. É um vinho difícil de não gostar e tem um final macio e encantador. (16,5-17)
» Apegadas Qta Velha (T) 2005: Nariz fechado, tudo muito longe... mas vai-se adivinhando o estilo, pois rusticidade e alguma dureza parece ser a marca da casa. Melhora na boca, fruta saborosa, acidez franca. Irá, em princípio, evoluir muito bem e tem um perfil gastronómico que combinará muito bem com pratos fortes. (16-16,5)
Conhecer as quintas e os produtores aos quais Rui Cunha presta assessoria é um prazer. Conhecer essas quintas, e os seus proprietários, na companhia do próprio Rui Cunha não é apenas um prazer – é uma autêntica regalia! E conhecer com o próprio os seus projectos pessoais é um privilégio ainda mais especial. Pronto... está tudo dito! E qualquer objectividade, imparcialidade ou rigor no relato que se segue das provas está "contaminada", dirá o leitor. Tentaremos que assim não seja...
Dos vários vinhos provados ao longo de dois dias e meio – para uma descrição das visitas ver o texto dos amigos vinho a copo -, aqui fica o conjunto dos nossos destaques. A saber:
OS NOSSOS PREDILECTOS:
» Valle Pradinhos (T) 1992: Legado do tempo em que Nicolau de Almeida era o enólogo da casa. Um corpo estruturado e uma vibrante acidez "carregam ao colo" um fruto vermelho macio e redondo. Ainda com vida pela frente, é um vinho elegante e com uma pattine inesquecível. Foram provadas 3 garrafas – e todas elas em condições! (17,5-18)
» Campo Ardosa RRR (T) 2000: Provado defronte dos próprios vinhedos numa manhã fria de vindima. Numa mini-vertical, este RRR 2000 foi o que mais nos "agarrou" com o seu nariz frutado e uma boca cheia de garra. Final de boca inesquecível, está aqui um vinho potente mas (já) equilibradíssimo e pode ser guardado. Grande tinto! (17,5-18)
» Covela Colheita Seleccionada (B) 2004: Da região "entre Douro e Minho" está um branco fascinante e de corpo cheio. Complexo, muito mineral, é um branco deveras sério que não vira a cara à luta em qualquer combinação gastronómica por mais exigente que seja. (16-16,5)
AS SURPRESAS:
» Crooked Vines (T) 2005: Provado em magnum, é um tinto moderno (tal como o rótulo), sedutor e de perfil internacional. Bom trabalho com a madeira que se sente mas não se impõe. Fruta sobremadura e um final quente e picante que aponta mais para o consumo do que para a guarda. Um tinto de puro deleite que fará a alegria de muitos consumidores. (16,5-17)
» CM Romeu (PB) 1974: Belíssimo Porto branco da Soc. Agrícola Menéres a fazer-nos lembrar alguns madeiras (de bual). Untuosidade máxima, doçura cativante e boca de veludo. Final impressionante. Grande Porto branco. (17-17,5)
» Vista Alegre Old White (PB) s/idade: Outro Porto branco, este com cerca de 20 anos. Temos aqui um blend potentíssimo e um conjunto de aromas que remetem para flor de laranjeiro, casca de limão confitada e notas meladas - tudo num estilo curiosamente próximo de um tawny. (16,5-17)
» Quinta dos Avidagos Reserva (T) 2005: Por menos de €8 temos aqui um tinto muito gastronómico com fruta e força suficientes para acompanhar qualquer prato de carne. Num perfil muito duriense será uma excelente compra e está disponível em grandes superfícies (no "Continente"). (15,5-16)
» Sousa Lopes (B) 2006: Surpreendente branco de uvas plantadas próximo de Famalicão. Feito a partir das castas loureiro e chardonnay, está muito citrino, de perfil fácil e directo, mas brinda-nos com um tique de originalidade (talvez da pouco usual combinação das castas) muito feliz. Também por isso, parabéns ao enólogo Gonçalo Lopes. (15-15,5)
AS CONFIRMAÇÕES:
» Secret Spot (T) 2004: No seu lançamento, faz cerca de um ano atrás, estava já interessante a mostrar fruta vermelha e madeira presente, mas não se distinguia de outros bons tintos da região. Agora, um ano depois, está muito mais elegante, fino na entrada de boca e final mais prolongado. Reúne, em suma, um conjunto muito significativo de atributos: fruta de qualidade, elegância e complexidade. É um vinho muito sério que merece copos a preceito. (17-17,5)
» Valle Pradinhos Reserva (T) 2004: Já está com menos "pêlo na venta" do que na nossa primeira prova (ver aqui). Mantém uma fruta vermelha fabulosa e uma acidez cativante. Talvez o melhor cabernet português (mas tem ainda tinta amarela) que conhecemos. Não é arriscado vaticinarmos muitos anos de vida a este belíssimo tinto. (17-17,5)
» Quinta do Além-Tanha V.V. (T) 2004: Confirmação de um tinto que melhora a cada colheita que passa (para o 2001 ver aqui, para o 2003 aqui). O estilo sobremaduro está agora menos evidente mas a fruta preta de qualidade mantém-se. É um vinho difícil de não gostar e tem um final macio e encantador. (16,5-17)
» Apegadas Qta Velha (T) 2005: Nariz fechado, tudo muito longe... mas vai-se adivinhando o estilo, pois rusticidade e alguma dureza parece ser a marca da casa. Melhora na boca, fruta saborosa, acidez franca. Irá, em princípio, evoluir muito bem e tem um perfil gastronómico que combinará muito bem com pratos fortes. (16-16,5)
Foi assim...
3 comentários:
Bons vinhos, bom texto - grande provadeve ter sido!! Sempre gostwei dos vinhos do Eng Rui CUnha.
Paulo Bento
Boa tarde,
Gostei muito do vinho "Quinta dos Avidagos" reserva 2005, excelente vinho, gostaria de saber se é um vinho que aguenta bem na garrafeira.
Aproveito para dar os parabéns a este blog, tem muitas informações valiosas.
Caro Anónimo,
Obrigado pelo elogio.
Tanto a qualidade da colheita (2005 foi um ano bastante bom) e da enologia (Rui Cunha), como a localização das vinhas de onde provém o Qta Avidagos (Baixo-Corgo) são capazes de garantir, à partida, alguns anos em garrafeira.
Acresce que os vinhos que tenho provado deste produtor tem-se revelado muito interessantes com 4 ou mais anos em garrafa.
Em todo o caso, o melhor é ir bebendo por ora e, se fizer questão, guardar, no máximo, até 2011.
NOG
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