Abertas mas não decantadas. A decisão pareceu-nos acertada tanto mais que as "borras" foram muito reduzidas. Desta feita, ao contrário do que tem sido a regra com estas reservas, a rolha mostrou-se perfeita em ambas as garrafas.
A cor é um autêntico assombro; pode mesmo dizer-se que nos enganava totalmente. Pela cor o vinho tem cinco, oito anos no máximo... vermelho intenso, quase vibrante! O nariz inicial está muito reduzido com notas menos agradáveis típicas do estágio em garrafa. Após arejamento mostra aromas terceários nobres como madeira antiga (armários), tabaco e couro. A boca está imperial, com uma acidez pouco vulgar e uma óptima vivacidade. O que peca é mesmo a fruta: com tantas indicações que estaria em plena forma (cor, acidez, como já referimos) sentimos falta dos elegantes morangos e cassis que os "irmãos ferreirinhas", mesmo "velhos", nos habituam. Não somos loucos por fruta, mas este reserva especial deixa água na boca. Mesmo sabendo que já lá vão mais de vinte anos, o palato ficou algo pobre e o final quase mediano. É morrer na praia...
10 comentários:
Nuno, um bom ano para ti e que a recuperação seja rápida.
Dia 12 de Janeiro, lá nos vemos para confraternizar.
Um abração super amigo
Rui M.M.M.
Rui,
Obrigado. Espero estar em forma dia 12. A iniciativa bem merece. Ainda me lembro da primeira vez que falei na ideia de organizar um evento, já lá vão vários meses...
Um abraço forte para ti que te tens empenhado.
N.
Caríssimo, venho apenas desejar um belíssimo 2007, de preferência com bons vinhos. Saúde!
João,
Um grande abraço e votos de um fantástico 2007 com bons vinhos e grandes reportagens...
N.
Desculpe mas não percebi. Você esperava encontra aromas primários de fruta num vinho de 20 anos???? Morangos e cassis?
Desculpe mas só posso entender esta observação à luz da pouca experiência em provar vinhos velhos. Se não for esse o caso ( e até admito que sim pois afirma ter reconhecido os «aromas terciários nobres» então expressou-se mal.
Mas lamentar a ausência de fruta vermelha num nobre vinho de 20 anos é como dizer que o Casablanca é um bom filme mas nota-se a falta do pastelão do tecnicolor.
Caro JGR,
Obrigado pelo seu comentário. Mas diga-me uma coisa: nunca detectou fruta num Ferreirinha com 20 ou mais anos?
Eu já.
Um abraço, e votos de bom ano,
NOG
Bom, nós temos umas de 96 para provar. E espero que não morram na praia! :-)
Quanto à fruta, bom, com esta idade não será muito de estranhar.
Bom ano.
Em minha opinião existem 3 tipos de vinhos com 20 anos:
1 - Aqueles que não têm quaisquer referências a aromas ou sabores interessantes, sejam eles primários ou terciários (vinhos sem qq interesse, vinhos "mortos");
2 - Aqueles que têm notas terciárias devido ao longo estágio em garrafa; e
3 - Aqueles que, além dos aromas terciários, demonstram de forma mais ou menos subtil, mais ou menos marcada (também depende do nariz...) alguma fruta.
Este Ferreirinha Res. de 1986 ficou-se pelo segundo tipo.
Abraços,
N.
Hoje é que li com atenção este texto... sinto como que... UMA GRANDE INVEJA! Saudações!
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