domingo, julho 13, 2008

*
Dona Maria Reserva (T) 2003

Depois da viagem ao Douro e de algumas novidades, é tempo de voltar às provas que andavam em lista de espera. E é um regresso em cheio com este tinto de Estremoz. Júlio Bastos, produtor e, acima de tudo, winemaker (não no sentido de enólogo mas de "homem por detrás do vinho"), foi responsável (como muitos sabem) pelos famosos garrafeira da Quinta do Carmo. Depois da alienação de parte dessa quinta, e na sequência de reestruturações empresariais, Júlio Bastos tem hoje uma gama completa: começa com o Dona Maria (branco e tinto), depois o Amantis, o Dona Maria Reserva tinto e o topo de gama Júlio B. Bastos Alicante Bouschet (feito com as vinhas velhas supostamente da mesma idade daquelas que entravam nos melhores lotes dos Quinta do Carmo).

Mas vamos à primeira edição do tinto reserva. Ao início, brota um aroma incrivelmente intenso, muito moderno na abordagem à fruta, gulosa mas com marca exótica pela madeira. Depois, notas frescas e discretas amentoladas combinam com um fundo balsâmico (resina, verniz também) um pouco mais agressivo mas sem ferir a elegância - muito bom aroma, sem qualquer dúvida, todo do estilo cativante mas não enjoativo! Na boca apresenta-se cheio, muito amplo, com fruta madura (groselha preta, amoras) sem cansar, por vezes quase fresco. Final saboroso que, todavia, poderia ser um pouco mais longo (seria um fenómeno...). Na verdade, sempre que parecia estar pronto a saciar, eis que apetecia provar um pouco mais.

Em suma, um vinho que é na base extremamente sedutor e complexo. Mas é mais do que isso, tem seriedade e deverá evoluir bem em garrafa (admitimos mais 5 anos). Não é barato, entre €25 e €30, mas a qualidade apresentada é muito boa, pelo que vale a pena a compra.

17,5


Próximos vinhos: Torais (T) 2005; Quinta do Ameal Loureiro (B) 2006; Stanley Chardonnay (B) 2006

Sem comentários: