Não podemos ter meias-palavras. Há que dizê-lo: deveríamos ser capazes de fazer um Syrah assim em Portugal, mas não o fazemos ou, pelo menos, nós ainda não o provámos. É certo que este Case Via chega-nos da casa Fontodi, uma das clássicas das colinas centrais da Toscana, mais conhecida pelo seu topo de gama Sangiovese ("Flaccionello", um dos favoritos de Robert Parker), mas nunca esperámos que este Syrah fosse tão bom.
Apesar de 2003 ter sido uma colheita muito quente na Toscana - tal como o foi em quase todas as regiões portuguesas - chega-nos um vinho muito pouco sobremaduro. Claro que é poderoso e algo rústico - fruta decadente, aromas a cogumelos e terra, a carne, algum químico e ligeiríssimo animal -, mas sempre sem perder o equilíbio e a proporção e, muito importante, sem perder frescura (coisa que parece impossível pois, no Verão de 2003, a zona central da Toscana atingiu temperaturas muito superiores a 40º durante vários dias seguidos). É certo que é um vinho bem desenhado, mas tem mais: tem carácter (apesar da casta ser importada de França) e tem outra qualidade também, a sua complexidade, qualidade tão difícil de encontrar nos "espécimes Syrah" nacionais. A boca é sedosa e sublime - a verdadeira sedução dos vinhos italianos! -, com os seus taninos maduros muito saborosos.
Apesar de 2003 ter sido uma colheita muito quente na Toscana - tal como o foi em quase todas as regiões portuguesas - chega-nos um vinho muito pouco sobremaduro. Claro que é poderoso e algo rústico - fruta decadente, aromas a cogumelos e terra, a carne, algum químico e ligeiríssimo animal -, mas sempre sem perder o equilíbio e a proporção e, muito importante, sem perder frescura (coisa que parece impossível pois, no Verão de 2003, a zona central da Toscana atingiu temperaturas muito superiores a 40º durante vários dias seguidos). É certo que é um vinho bem desenhado, mas tem mais: tem carácter (apesar da casta ser importada de França) e tem outra qualidade também, a sua complexidade, qualidade tão difícil de encontrar nos "espécimes Syrah" nacionais. A boca é sedosa e sublime - a verdadeira sedução dos vinhos italianos! -, com os seus taninos maduros muito saborosos.
Não, este não é um texto de quem está desgostoso relativamente aos Syrah produzidos em Portugal. Pelo contrário! Este é um texto de quem esperança, sim esperança que alguns dos grandes produtores e enólogos nacionais provem este tinto e o tentem imitar.
17,5+
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