A versão inaugural deste branco duriense não foi bem recebida pela crítica, o que acabou por ser natural, pois, apesar de enologicamente impecável, não conseguia justificar a escolha das castas Sauvignon Blanc e Viognier (em detrimento de boas castas brancas nacionais), nem se apresentar fresco, sobretudo para um ano temperado como foi o 2008. Tinha, é verdade, aspectos curiosos - a "tensão dialéctica" das castas francesas, conforme referimos na altura aqui - mas, à parte desse carácter didáctico, era um branco ao qual faltava leveza e frescura.
O produtor não desistiu todavia, e ainda bem, pois a versão de 2009 está alguns pontos acima. O que não nos deixa de surpreender, uma vez que o ano de 2008 foi, em regra, bom para brancos, em muitos casos melhor mesmo que o 2009. Assim sendo, qual a razão para esta segunda edição se apresentar tão mais fresca que a anterior? Que motivo pode explicar que, com as mesmas castas, se apresente tão menos marcada pelo peso da casta Viognier? A verdade é que não temos respostas para estas questões, mas isso não nos impede de chegarmos a uma conclusão: o Bétula, na versão de 2009, está bom e merece prova - é fresco, não é excessivo na componente frutada, e tem alguma profundidade. Mostrou-se, inclusivamente, apto a acompanhar com classe um prato de peixe grelhado.
É caso para dizer que, sabendo o produtor e o enólogo (este em especial que não é novato nestes andanças...) que a versão de 2009 estava assim tão acima da anterior, a de 2008 deveria ter ficado na adega, ou vendida a granel se a questão era financeira, nem que fosse para não (nos) confundir.
16,5
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