Mais uma edição da masterclass dos Douro Boys, desta feita com as novidades deste grupo duriense relativas aos tintos e Vinhos do Porto da colheita de 2008, e aos brancos da colheita 2009. Se na edição do ano anterior brilharam, a nosso ver, os tintos da Quinta do Vallado e da Quinta de Vale Dona Maria, bem como os dois topos de gama da Quinta do Crasto - as cuvées "Vinha da Ponte" e "Vinha Maria Teresa" -, este ano foi vez dos vinhos tintos da Niepoort e do Vale Meão levarem a melhor num dos eventos mais bem organizados e charmosos da agenda vinícola nacional.
Se é certo que todos os vinhos da prova tinham bastante valor - trata-se, como é sabido, de um conjunto com alguns dos melhores produtores nacionais -, mais certo é que, como sempre acontece, alguns vinhos se destacaram dos restantes. Assim, e começando pelo topo, o Charme (T) 2008 da Niepoort bateu um novo recorde na nossa apreciação, impondo-se com o mais terroso e borgonhês de sempre na prova de nariz, e com uma prova de boca deliciosa marcada por subtis e elegantes variações de morango silvestre (18-18,5). Da mesma forma, o Quinta do Vale Meão (T) 2008 mostrou-se a um nível muito alto, perfumadíssimo, uma bomba de complexidade e fruta, cereja negra e violeta (o lote tem, desta feita, mais Touriga Nacional do que Touriga Franca) apresentando-se como um dos melhores tintos que esta quinta produziu até hoje (17,5), isto apesar de, em rigor, a colheita de 2007 também ter andado lá perto...
Ainda nos tintos, destaque também para dois Crasto: o primeiro, um Quinta do Crasto Reserva vinhas velhas (T) 2008 a prometer ficar perto da maravilhosa colheita de 2005 sempre no seu estilo generoso e sexy (17-17,5), tendo beneficiado da inclusão no lote das uvas das vinhas Maria Teresa e Ponte que, por isso, nesta colheita não foram vinificadas à parte; o segundo, um novo produto, um tinto de uma vinha plantada no Douro Superior, denominado Crasto Superior (T) 2007, muito bem executado, profundo e sem ponta de sobre-maturação (16,5), um tinto que custará cerca de €15, ou seja, ficará a ocupar o espaço entre as marcas "Crasto" e "Crasto Reserva vinhas velhas".
Quanto aos brancos, e apesar do ano quente como foi o de 2009, mantém-se tudo muito consistente, com os vários produtores a apresentaren vinhos de qualidade. Bons, estiveram o Vallado Reserva (B) 2009 (16) e o VZ (B) 2009 (16,5), dois brancos de estirpe e pedigree, sendo que o segundo está um pouco melhor que o primeiro (que, por ora, nos pareceu excessivamente frutado) mas ainda ligeiramente prejudicado pela barrica (de óptima qualidade, como é costume nos vinhos de Cristiano van Zeller); bastante bom, como é habitual, o Redoma Reserva (B) 2009 (17), a revelar já uma interessante convivência entre fruta e barrica; mais simples, mas bastante aprazível, esteve o Crasto (B) 2009, um vinho de perfil mais frutado do que os restantes, mas com um toque de vegetal seco que o enobrece (15,5).
Nos Vinhos do Porto, destaque para duas surpresas de duas quintas geralmente mais conotadas com vinho de mesa: a primeira, um Quinta do Crasto vintage (P) 2008 de bom nível, um dos melhores vintage que provámos desta quinta (16,5); e um Quinta do Vale Meão vintage (P) 2008 ainda melhor que o anterior, também numa das suas melhores edições de sempre (17).
2 comentários:
Caro Nuno,
Tive ontem oportunidade de beber o Crasto VV de 2008 e de facto não podia concordar mais com a sua apreciação do mesmo: generoso, guloso e elegante. Ainda não voltei a beber o Quinta das Marias Garrafeira de 2005, mas, tal como lhe disse, quando voltar a bebe-lo digo-lhe qualquer coisa.
Cumprimentos
Bruno M. Jorge
Caro Bruno,
São ambos belos vinhos, sem dúvida. Claro que o Garrafeira 2005 está em plena maturidade, enquanto o VV 2008 irá agora começar a sua evolução.
Ab. e obrigado pelo comentário.
NOG
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