Altas Quintas (B) 2008
Para completar uma gama já de si extensa, surgiu, faz poucos meses, um branco da marca Altas Quintas, projecto com vinhas localizadas na Serra de São Mamede (Alto Alentejo, distrito de Portalegre) e enologia de Paulo Loureano.
No copo, surge-nos com uma cor amarela ligeiramente carregada. No nariz, sente-se a barrica do estágio muito presente, com notas de fumo e de tosta a taparem em demasia os subtis contributos aromáticos da casta Verdelho e os aromas mais exuberantes da casta Arinto. Em todo o caso, o vinho transpira acidez e frescura "por todos os poros" e, nesse aspecto, está muito bem desenhado, quase sem peso e sem excesso de fruta ou de doçura.
À semelhança do nariz, também a prova de boca é, sobretudo no início, dominada pelas impressões da madeira por onde o vinho estagiou. É curiosa a sensação que nos ocorre de que enquanto as notas a frutos secos do Verdelho batalham para se imporem, o Arinto, ao invés, parece ter conseguido conviver melhor com a "prisão de carvalho" e surge a caminho da integração com a fruta. Óptima acidez (neste campo a madeira não estorvou em nada), quase quase crocante, juntando-se um final persistente e novamente com acidez refrescante.
Em suma, é pena a presença impositiva da madeira. Para já, o melhor parece mesmo ser esperar que o estágio em garrafa retire o excesso de notas tostadas. Se tal suceder, e se a acidez se mantiver, poderemos ter aqui um branco bastante interessante.
15,5+
Próximas provas: Esporão (Esp.) 2007; Viseu de Carvalho Grande Escolha (T) 2006; Bétula (B) 2008; Dom Cosme Reserva (T) 2006; 2 Castas (B) 2009; Alento (T) 2008; Labrador Qta Noval (T) 2007; Altas Quintas Mensagem de Trincadeira (T) 2007; Cistus Reserva (B) 2009
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