sexta-feira, outubro 02, 2009


Athayde Grande Escolha (T) 2007

Um novo produtor do Alentejo - Herdade da Raposinha - e mais um bom exemplar da nova geração de tintos alentejanos. Nariz complexo, com as principais castas (Syrah e Alicante Bouschet) a "aparecerem" apesar da madeira evidente no primeiro impacto e das referências a chocolate e doce de leite num segundo momento. Boca potente, com taninos (da madeira?) fortes, fruta madura mas ainda escondida pelo estágio de 12 meses em barrica. Passada uma hora revela notas a café e algum vegetal seco. Final de boca médio mas saboroso (talvez da Syrah...) e agreste (talvez do Alicante Bouschet...).
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Tudo num registo internacional mas, simultaneamente, com um lado rústico português também. Ou seja, um vinho do Novo Mundo com sotaque alentejano. Mais uma boa estreia de um novo produtor alentejano. A provar e consumir com carnes encarnadas pela frente.
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16,5 - 17

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Próximos vinhos: Vallado Moscatel Galego (B) 2008; Quinta do Tedo vintage (P) 2007; Quinta das Marias TN (T) 2006; Altas Quintas Reserva (T) 2005; Altas Quintas Obsessão (T) 2004; Rol de Coisas Antigas (T) 2007

5 comentários:

João de Carvalho disse...

A estreia deve-se ao vinho que é novo ou ao produtor que já tem outros vinhos no mercado como por exemplo o Herdade da Raposinha que limpou uma talha nos prémios da Confraria ?

E as castas aparecem de que forma ? Não é um pouco redutor dizer que "aparecem" ? De que forma, qual o comportamento de cada uma delas sabendo que o mesmo pode variar de local para local e de mãos para mãos...

E qual é o preço do vinho ?

É que com tanta informação detalhada, começo a vaguear no pensamento em coisas que podem muito bem sair do perfil do vinho em questão.

JSP disse...

engraçado, este hábito de estagiar em madeira nova e durante o delta tê perfeito para lhes transmitir a maior quantidade de pau possível

vinhos sem carne suficiente para viverem o tempo que lhes levaria a atingir o devido equilíbrio.


*banda sonora. . .

http://www.youtube.com/watch?v=OEDNJqtXQ8M

;)

João de Carvalho disse...

Sem esquecer a notinha a condizer que passado uns anos, superior nunca é... e a derrocada do conjunto é coisa que o tempo não evita.

E depois se comparar estes vinhos com outros vinhos ditos e assumidos como a sério, e falar a sério é falar em vinhos que ganham com o tempo em garrafa, mas que dão já uma grande prova quando lançados para o mercado.
Não é preciso pensar muito nem invocar mundos e fundos de garrafeira nunca antes mostrada...

Não julgo nem condeno, mas que algumas coisas não batem certo...

NOG disse...

Meus caros,

Tudo isso é verdade - este parece ser um novo paradigma de alguns vinhos do Alentejo e de outras regiões. Muita madeira e castas com tendência para vinhos pujantes e encorpados.

Abs.

NOG

NOG disse...

João,

A estreia deve-se ao vinho que julgo ser a primeira edição.

As castas aparecem no sentido em que, e apesar da madeira, se evidenciam, ou seja «fazem-se notar» (talvez daqui por 2 anos, a integração dos elementos leve a que as referências de cada casta se fundam).

O preço do vinho não conheço.

Ab.

NOG