domingo, setembro 07, 2008


Douro Boys Masterclass '08


Numa combinação feliz de requinte e boa disposição decorreu, no passado dia 3 de Setembro, a prova Masterclass dos Douro Boys nesta edição de 2008. A par da inauguração oficial da Quinta de Nápoles (Niepoort), estava em causa provar as novidades/lançamentos dos mais recentes vinhos dos "cinco fabulosos do Douro", o mesmo é dizer os tintos da colheita de 2006 e os brancos de 2007 dos produtores Quinta do Vallado, Niepoort, Quinta Vale D. Maria, Quinta do Crasto, e Quinta do Vale Meão. Mais do que um relato "vinho-a-vinho", importa a apreciação geral, e esta foi a de que os tintos portaram-se melhor do que se vulgarmente se diz da colheita de 2006 (o que não é de espantar dada a reconhecida qualidade dos produtores), mostrando, no geral, fruta madura, taninos robustos e um ligeiro perfil rústico. Já os brancos de 2007, esses estão como se vai divulgando, ou seja, estão muito bons, com enorme frecura e acidez, alguns deles mesmo sublimes!

Em todo caso, existe sempre lugar para alguns destaques e, nos tintos, brilharam os taninos duros mas saborosos do Quinta do Vallado Reserva, a finesse de mais uma colheita do Charme (apesar do Redoma e do Vertente não chegarem, a nosso ver, ao brilho de colheitas anteriores), mas também a sedução dos Quinta do Crasto Touriga Nacional e sobretudo do Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa (este, sem dúvida, um dos melhores de toda a prova) bem como o cosmopolitismo do CV (bem mais fresco e complexo que o Quinta Vale D. Maria e longe de uma estranha acidez revelada pelo VZ). Quanto ao Meandro, mostrou garra, fruto saboroso; já o irmão mais velho, o Quinta do Vale Meão, apesar de ainda circunspecto, vai-se mostrando potente, com um final luxuoso, e tudo indica que será (uma vez mais) um grande vinho.

Destaque, nos brancos, para a evolução muito positiva dos Quinta do Vallado (o ano ajudou é verdade, mas parecem-nos mais bem feitos, com uma frescura irrepreensível e boa relação preço-qualidade). Muito bem também a estreia da Quinta do Castro (mas guardamos uma apreciação mais completa do Castro branco para um post a ele dedicado), um pouco mais complicado o VZ da Quinta Vale. D. Maria que nos parece, à semelhança do tinto, com um perfil demasiado ácido e nervoso (mas pode ser do engarrafamento precoce). Finalmente, os brancos da Niepoort são um caso à parte: o melhor Tiara de sempre e o melhor Redoma Reserva de sempre... este está mesmo um vinho verdadeiramente enorme!

Em suma, uma eficiente organização, uma bonita adega, belíssimos vinhos, e uma festa inesquecível que terminou pela noite dentro apesar da chuva teimosa.
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