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Cor muito escura – de imediato a noção de calor –, e perfil espesso. No nariz somos "assaltados" por compota de morango, fruta doce, rebuçado (...lá estão as bolas de neve novamente...).
Na boca, o álcool permite um ataque suave, redondo, sai mais fino do que entra e provoca um ligeiro (e muito agradável) amargo de boca. Final médio – /médio que, com algum tempo de garrafa, admitimos que possa melhorar. Como, aliás, todo o conjunto deste lote alentejano de syrah, touriga nacional, aragonês, cab. sauvignon... e muita barrica!
Vinho acetinado, veludo de álcool e fruta, peca pelo final e por um estilo demasiado guloso. O inevitável lost paradise aqui tão perto e a menos de € 10.
16,5
10 comentários:
Ora viva...
Muito tenho lido sobre os reservas da Herdade do Paco do Conde e surpreende-me a aceitacao que os vinhos tem. A mim sabem-me a rebucado ou compota ultra doce, embrulhados em excessiva madeira. E estilo que nao aprecio. 'E caso para dizer todos iguais, todos iguazinhos....
Abraco
Pedro Guimaraes
Pedro,
Estou muito de acordo com o escreves. Eu falo mesmo de "rebuçado", "compota" e "muita barrica".
É, contudo, um vinho quase sem defeitos - excepto o estilo demasiado guloso - e muita gente gostará pois é daqueles quase "sem arestas".
E, na verdade, com comida certa (talvez uns lombinhos de porcos), chega a agradar, sem nos levar céu.
Obrigado pelo comentário e um abraço,
N.
É um vinho muito bom, fruta de grande qualidade, bela barrica com tudo para agradar agora e durante uns bons anos. Aqui podemos ver um Alentejano com perfil Novo Mundo.
Se o factor de excessivo ou de enjoativo se mete em causa, os vinhos Australianos também são enjoativos ? É que o estilo é muito semelhante, e nem por isso deixam de ser maus.
Amigo JP, concordo 100%.
E o preço... nada mau.
N.
Caros...ambos
Tocaram ambos no ponto fucral...Novo Mundo!!!! O alentejo tem uma identidade propria que fica afogada neste mar de fruta ultra madura e rebucado. Este vinho podia ter vindo de qualquer parte do mundo e, a meu ver, a perfeiccao tecnica nao esconde a falta de alma. Acho que o vinho antes de mais tem de divertir e se possivel surpreender, aberta a garrafa. Nao digo que seja um mau vinho e o preco e sem duvida agradavel, mas fica-se por ai...
Quanto aos vinhos Australianos, os que bebi na faixa de preco 10/12 euros nao me entusiasmaram. Uma mescla de guloso/alcoolico, que o meu palato nao se atrai. Mas e tambem esta diferenca de estilos que me atrai no vinho...saber que e possivel fazer diferente com fruta identica.
Um abraco
Pedro Guimaraes
P.S.- perdoem-me a falta de acentos...teclado estrangeiro!!!!!
Penso que seja uma mais valia do Alentejo, a capacidade de surpreender com vários estilos de vinhos que consegue apresentar.
E quando uma região se torna polivalente neste sentido, o consumidor só tem de agradecer.
De resto é encontrar os estilos com que mais se identifica.
www.blogdasvendas.blog.com
visitem e bons negocios
Pois esta noite ao jantar abri uma Encostas de Estremoz Quinta da Esperança 2004, e o primeiro contacto que tive com este vinho, é tal e qual o que disse o Pedro Guimarães, ou seja um sabor enjoativo a rebuçado, mas concordo também com o copod3, que não era de todo desgradável, bem pelo contrário. Pelo menos acompanhou lindamente um arroz de pato. Agora pergunto eu, será que há uma uniformização dos vinhos Alentejanos, principalmente os de média gama? Pelo menos não me apercebo disso nas outras regiões. Deixo a pergunta no ar.
Um abraço.
Caro Pedro Sousa,
Parece-me que essa uniformização que fala é apenas parcial. De facto, existem hoje muitos tintos alentejanos com características como aquelas que já referimos. Talvez mais do que noutras zonas (mas também os há no Ribatejo, no Algarve e até no Douro).
Todavia, penso que existe ainda uma maioria de tintos que são rigorosamente alentejanos e não são exuberantes no "rebuçado". Os Quinta do Mouro também, etc.
Por fim, existem ainda queles tintos que sendo alentejanos puros têm um toque internacional e que, a mim, não me desagradam nada. O recente Vale do Ancho (T) 2004 é disso bom exemplo pois está repleto de rusticidade mas é moderno na forma como a fruta é expressada.
Um grande abraço,
N.
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