Mais um rebento do projecto "Altas Quintas", projecto sito no norte do Alentejo e que se caracteriza pela produção de vinhos a partir de uvas plantadas a uma altitude média de 600 metros. Desta feita, e depois de um promissor Aragonês da colheita de 2005 (ver aqui), surge-nos um monocasta Trincadeira, casta tanta vezes difícil pelo carácter excessivamente vegetal que atribui a alguns vinhos. Neste caso, nada disso!
Cor ruby escura mas não opaca. Nariz com aroma intenso fruta madura, muitas especiarias - pimenta, cravinho -, tudo muito guloso - café, tosta - mas algo linear, sem a complexidade que pretendíamos encontrar. A prova de boca revela um vinho fresco, com taninos suaves, um vinho muito polido, talvez o mais polido e elegante na boca de todos os já provados deste produtor.
Ainda que tenhamos preferido a Mensagem de Aragonês pela maior complexidade do conjunto, nada cabe apontar a mais este tinto de qualidade saído do terroir da Serra de S. Mamede: em suma, prova de nariz muito sedutora, prova de boca fresca, e conjunto muito aprumado. Quanto ao polimento já demonstrado em garrafa, importa confirmar se será mudança de perfil ou se foi o ano a comandar o estilo, bem como esperar que não se comprometa a longevidade. A menos de €20, temos aqui um estreme Trincadeira de bom nível, de perfil moderno e acessível no estilo, que se recomenda.
16,5
Próximas provas: Cistus Reserva (B) 2009; Grandes Quintas Reserva (T) 2007; Avidagos (B) 2009; Alain Grillot La Guiraude (T) 2005; Altas Quintas Crescendo (B) 2009
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