Verdelho
Dois brancos em prova produzidos a partir de uma mesma casta, cada vez mais em voga, Verdelho. Dois terroirs, a ilha da Madeira e o Azeitão (Setúbal).
Dois brancos em prova produzidos a partir de uma mesma casta, cada vez mais em voga, Verdelho. Dois terroirs, a ilha da Madeira e o Azeitão (Setúbal).
O Primeira Paixão (B) 2007, directamente da Pérola do Atlântico, apresenta um estilo seco, muito seco. Subtil e tímido no nariz, com notas vegetais a comandar as hostes, secundadas por uma panóplia delicada de frutas tropicais exóticas como ananás-banana. A boca mantém o registo, ligeiramente "crispy", nuances amargas no fim de boca, e muita competência na hora de acompanhar comida. 16,5
O Colecção Privada DSF Verdelho (B) 2008 é, em comparação com o anterior, mais exuberante, desde logo mais "evidente" na vertente da fruta tropical no nariz. É também mais gordo, menos seco portanto, com um final de boca cativante mas menos fino. Um verdelho para quem gosta de emoções fortes, muito ao estilo de alguns "bestsellers" verdejos de Rueda (Espanha), mas nem por isso menos interessante. 16,5
Inevitavelmente parecidos - porque ambos produzidos a partir de uma casta que, por norma, é facilmente identificável na prova de nariz -, têm, todavia, perfis diferentes: mais austero o madeirense, mais emotivo o continental. Ambos os vinhos revelam belíssima acidez e boa capacidade gastronómica. Uma coisa é certa, temos casta! O preço de ambos ronda os €15 por garrafa, talvez um pouco menos.
5 comentários:
Credo é o dia ao pé da noite. Obviamente pela ordem em que os colocaste.
Nuno,
A casta é diferente logo os vinhos não são comparaveis.
Contudo, e conhecendo os 2 vinhos bastante bem, sugiro apenas, que os proves outra vez. Tens a certeza na igualdade das notas? (não é uma critica, apenas uma pergunta)
Abraço
Meu caro Rui,
A questão da casta é complexa e muito debatida, como sabemos, e não me cabe a mim - que não tenho conhecimentos de viticultura nem tenho conhecimento de nenhum pronunciamento oficial dos produtores envolvidos - tomar a decisão de saber se a casta é, rigorosamente, a mesma ou não.
Rui e João, quanto à nota, como imaginam, não foi um lapso. Os vinhos são diferentes e podemos apreciar, subjectivamente, mais um do que outro. Todavia, a meu ver, ambos estão num patamar objectivo de qualidade muito semelhante.
Abs aos dois,
NOG
Nuno,
Eu fiquei um bocado desiludido com o DSF Verdelho 2008, principalemente em comparação com o 2007.
Achei o tropical do 2008 muito maduro e a bocado um bocado pesada.
O 2007 pareceu-me mais fino no nariz e mais fresco na boca.
E concordo com o João e o Rui, gostei muito mais do Primeira Paixão....mas são gostos....
Arnaud
Caro Arnaud,
Viva!
Percebo o que dizes, eu também achei o DSF mais gordo, menos seco (como escrevo no post), e compreendo que hoje em dia os enófilos que provam mais vinhos prefiram, como gosto pessoal, um estilo mais seco e crocantea até. Também concordo, por outro lado, que a versão de '07 estava mais interessante, problema que não é só deste mas de outros brancos que revelam mais "tropical" em '08 (por oposição a mineral).
Em todo o caso, o DSF parece-me muito bem feito, sem excessos (mesmo no peso e na boca). É, claro está, como dizes, são gostos, sendo que eu procuro colocar - na medida do (im)possível - os gostos um pouco de lado quando escrevo no blog.
Um ab.
NOG
PS: Fico contente por te saber "aqui" neste canto da blogosfera.
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