quarta-feira, agosto 21, 2013

Prova


Brancos 2012 da Quinta do Gradil


A região de Lisboa tem, ao contrário do que possa pensar, uma clara vocação para a produção de vinhos. Beneficia de clima propício, permite produções elevadas, e a proximidade à capital é uma mais-valia. Nos últimos anos, sobretudo nas zonas com maior influência atlântica, temos assistido à produção de bons brancos, o que se aplaude. É o caso da Quinta do Gradil, próxima do Bombarral em plena região do Oeste.

Provou-se três brancos. O varietal Viosinho 2012 foi aquele que menos se identificou com a casta, mas não decepciou, pelo contrário. Gordo na prova de boca, muito tropical e floral no nariz, é o mais apto a dias menos quentes, ou para gastronomia mais pesada (arroz de peixe, por exemplo).

Por oposição, o varietal Verdelho 2012 mostrou mais acidez, quase crocante, e uma prova de nariz menos exuberante do que a maioria dos Verdelhos nacionais (sobretudo do Alentejo). Muito equilibrado e jovial!

Mas melhor prova ainda deu o Sauvignon Blanc + Arinto 2012: claramente marcado no nariz pela casta francesa, revelou uma acidez vibrante na prova de boca, com ligeiro mineral, e um final boca muito fresco. Muito interessante!


sábado, agosto 17, 2013

Prova

Olho de Mocho (r) 2012
 
A gama Olho de Mocho (Herdade do Rocim) é de confiança, dos colheita aos reserva, passando pelo rosé. Na colheita anterior, o rosé estava muito interessante com uma bela prova de boca (ver aqui). Este - de 2012 - também está bom e recomenda-se. Ligeiramente menos generoso na prova de boca, nomeadamente com menos fruta, apresenta-se um pouco mais seco. Nada contra a secura nos rosés, mas o vinho fica a meio caminho entre um rosé saboroso e estival e um rosé sério a pedir comida...
 
Talvez seja uma nova tendência; talvez não. Em qualquer caso, a verdade é que temos aqui mais um boa edição. Os nossos rosés estão cada vez melhores!  

domingo, agosto 11, 2013

Prova

Vila Santa Reserva (b) 2012
 
Com uma invulgar combinação de castas (Arinto, Alvarinho e Sauvignon Blanc), mas que revela a intuição de João Ramos estar na frente das tendências, este branco reserva cativa pela diferença. Exótico e fresco na prova do nariz, está contudo mais reservado na prova de boca, com mais peso e estrutura, sentindo-se a madeira por onde parte estagiou.

Se no nariz é refrescante e elegante, na boca tem porte e aguentará pratos de meia-estação... Percebe-se o contributo de cada casta: o Sauvignon aporta exotismo, o Alvarinho emprega o perfil fresco aromático e estrutura na prova de boca, e o Arinto a acidez necessária.
 
Um vinho branco muito interessante, super polivalente, que não representando a tipicidade alentejana (de onde provém), mostra-se moderno, seguro e com muito valor.

sexta-feira, agosto 02, 2013

Novidades

Novidades do Cidrô

Fomos até ao Palácio do Cidrô, em São João da Pesqueira, para provar as novidades da quinta com o mesmo nome. Propriedade inserida no grupo Real Companhia Velha, tem vindo a centrar a criação de experiências, monovarietais e bivarientais, com destaque para brancos pois a quinta está em altitude, a 600 metros acima do nível do mar. 
Vejamos:

O ‘Quinta de Cidrô Alvarinho branco 2012’ é uma inovadora proposta, mas já é conhecida faz alguns anos, sendo um vinho com muito mercado de exportação. Esta colheita de 2012 está em grande nível, talvez o melhor de sempre, fresco e muito fino. Um bom Alvarinho fora de Menção e Melgaço.

Muito bem estiveram também outros 2 brancos (neo-)clássicos do Cidrô, caso do Quinta de Cidrô Sauvignon Blanc 2012, muito bem, sem excessos e bastante limonado, e o belíssimo Quinta de Cidrô Chardonnay 2011, um branco cheio de subtileza, com bom corpo mas também com acidez.

Outra novidade, e mais uma inovação, é o monovarietal 'Quinta de Cidrô Gewürztraminer 2012'. Perfil seco, com as características da casta bem vincadas a nível aromático, mas com uma prova de boca com algum carácter dos vinhos brancos do Douro, nomeadamente na estrutura. Para amantes da casta alsaciana ou para acompanhar comida oriental condimentada.

Também novidade, o ‘Quinta de Cidrô rosé 2012’, bem feito, leve e agradável, é uma boa aposta comercial, apesar de ter sido a novidade que menos nos entusiasmou ao nível da prova.

O melhor estava reservado para o final, quando se provaram vinhos da casa com alguma idade, a provar a boa evolução dos vinhos do Cidrô. Um Chardonnay de 1997, com saúde e força, algum mineral, levemente oxidado mas com a dar óptima prova - grande surpresa. Um atraente Pinot Noir Reserva 2005, saboroso, redondo mas agradecia um pouco mais de acidez. E um fantástico Cabernet/Touriga 2001, ainda fechado, como novo (!), mas a dar indicações de ser um néctar floral, fresco e preciso, e com muitos anos pela frente. Ainda se provou o topo de gama Celebration 2010, que ainda precisa de tempo em garrafa.