terça-feira, março 27, 2012

Do Chile

Los Vascos Grande Reserve (t) 2008

Os tintos chilenos de influência francesa - como é o caso - são quase sempre vinhos que optam por um estilo claramente europeu, à margem do que habitualmente se faz na América Latina. São vinhos frescos, de taninos jovens e duros e, muitas das vezes, com elementos «verdes» do Cabernet Sauvignon. Este não foge a essa regra. Bonito nariz, fruta encarnada profunda, prova de boca muito jovem mas com excesso de notas apimentadas e de pimento verde. Mais do que defeito é, sobretudo, feitio.

16,5

segunda-feira, março 19, 2012

Prova

Baton (t) 2008


Boa fruta, muito madura, compota e alguma geleia, debaixo de um manto de notas da barrica. Perfil quente, próximo do registo típico do Rio Torto (Douro), está, todavia, muito marcado pela madeira. Nota-se os cuidados com o vinho, e nota-se também a qualidade das massas vínicas. Mas se no nariz a fruta exuberante compensa, já na boca ficamos com a ideia que o conjunto acabou por ficar pouco equilibrado. A corrigir o excesso da barrica.

16

quinta-feira, março 08, 2012

Prova

Quinta dos Murças Reserva (t) 2008

Com este vinho (e mais dois, um colheita e um Porto 10 anos), o Esporão chega ao Douro. E boa hora o faz, pois projectos com dimensão e sucesso (difícil binómio no nosso país) é coisa que nunca é demais, seja onde for. Este Reserva beneficiou de muitos carinhos e, apesar de ser uma estreia, o vinho apresenta-se a um grande nível. A fruta está muito madura, sensual, viciosa até, num nariz ao qual falta apenas refinamento (que o tempo poderá proporcionar). A prova de boca - com taninos secos, e muita potência - diz-nos o mesmo, ou seja, que o melhor está para vir e que este tinto estará em forma daqui a 3 ou 4 anos. 
Mais um belo tinto do Douro, e mais um para o qual não devemos ter pressa.

17++

segunda-feira, março 05, 2012

Prova

Carrocel (t) 2006

Está em grande momento de forma este portentoso vinho do Dão. Apesar da aparência de muita extracção, apesar da cor e da intensidade, o vinho mostra-se cordato e galante. Com apenas 13,5% sugere-se (felizmente) pouco representativo da colheita e revela um lado fresco muito positivo. De resto, a marca inconfundível de uma Touriga Nacional menos evidente do que é comum é a patente de estamos perante um vinho sério, quase clássico. Falta-lhe apenas mais alguma expressão frutada na prova de boca, e é bem capaz da evolução caminhar nesse preciso sentido.

17,5

quinta-feira, março 01, 2012

Do antigamente

Duque de Bragança 20 anos e Barros 20 anos

Dois dignos representantes da categoria de Porto 20 anos num «frente a frente». Ambos engarrafados na viragem para a década de ’90 do século passado (o Ferreira em 1991 e o Barros em 1989). Ambos já sem a frescura e o refrescamento que um engarrafamento recente lhes poderia dar, mas com muitos anos em garrafa, ou seja com muito vidro. A intensidade de ambos é fantástica: super generosos na prova de nariz e de boca, sempre com ligeira vantagem para o Duque de Bragança, mais complexo no nariz, mais cheio e saboroso na boca; enfim melhor lote! Dois belos vinhos.